Na quarta parte desta série sobre Motos e curvas vamos-nos centrar na postura que devemos adoptar no motociclo e no porquê de eleger um bom traçado para realizar a curva que está no nosso trajecto. Este último aspecto é muito importante sobretudo quando circulamos em estrada porque nos vai permitir minimizar os riscos, tanto nas curvas como nos locais de maior visibilidade, quando nos é possível ver o que se encontra mais à frente.
A postura, quando nos encontramos em cima do motociclo, depende, em muitos casos, do tipo de acento em que nos encontramos. Conduzir uma scooter não é a mesma coisa que conduzir uma mota desportiva. No vídeo que irá encontrar no final fala-se da postura que se deve ter na condução de uma mota desportiva. Mas antes vamos ver as várias possibilidades em função do tipo de mota.
A postura num motociclo: Tipos de motociclo
Como dizíamos, conduzir uma scooter não é o mesmo que conduzir uma mota desportiva. Numa scooter, a nossa posição é sentada e com os pé avançados, relativamente ao corpo. Os nossos movimentos são limitados, isto é, não temos a necessidade de utilizar as pernas ou os braços quando aceleramos ou travamos, o que pode causar extrema fadiga. Alguns modelos deste tipo de mota permitem pisar a parte baixa do escudo frontal, fazendo força com as pernas quando travamos podendo, assim, dar algum descanso dos braços.
O seguinte tipo de motociclo que vamos destacar são as chamadas motas de Enduro, que são usadas, regularmente, em caminhos de terra ou mais irregulares. Neste tipo de motociclo, o tronco fica bastante erguido, com as pernas ligeiramente flectidas à altura do corpo e com os braços, também ligeiramente flectidos, a agarrar o guiador. O guiador é tão grande que nos permite fazer as curvas facilmente, auxiliando a manobra de mudança de direcção. Além disso, levamos os braços mais relaxados e temos de mover mais o guiador para sentir o mesmo efeito que, por exemplo, se consegue numa mota desportiva, cujo guiador é mais curto.
Os motociclos mistos estão em posição intermédia. Têm um guiador amplo que permite ter um bom controlo enquanto as pernas estão flectidas, permitindo fazer força com estas contra o depósito, para realizar uma condução desportiva.
Por último,as motas de competição ou desportivas têm acentos com amortecedores, para que o peso não se mova para a frente ou para trás; um depósito plano, para o condutor se apoiar; o guiador junto ao depósito para descansar os cotovelos; e as pernas estão flectidas e mais atrás em relação à posição do corpo, para não se tocar com os pés no chão e para realizar as curvas em segurança.
Mas, independentemente da mota que se tem, há uma máxima que todos devem ter em conta: ir o mais descontraído possível em cima da moto porque esta consegue circular sem nenhum problema. A maioria dos problemas são gerados por nós, condutores.
A importância de fazer um bom traçado
Qual é o melhor traçado? Pois, depende. Depende do local em que circulamos, se em circuito ou se em estrada. Em estrada, se é uma estrada com curvas amplas ou uma estrada com curvas seguidas, isto é, curva e contra-curva.
Aqui iremos tratar o uso de motociclos em estrada, vamos-nos centrar no melhor traçado para que os nossos riscos sejam mínimos, enquanto conduzimos. Vamos esquecer esta situação: ir para cima da mota e conduzi-la velozmente, quase colado à linha contínua. Se fizermos isso e encontrarmos um obstáculo numa curva, o mais provável é acabarmos na via de trânsito oposta ou na sarjeta. As consequências seriam, em ambos os casos, desastrosas.
A entrada na curva deve ser o mais retardado possível. Desta forma, a fase de travagem irá ser feita completamente ou quase em posição vertical, evitando perder o controlo da roda dianteira por perda de aderência ou excesso de força do travão. Além disso, esta posição, vai-nos permitir ter melhor visibilidade da estrada e à medida que vamos saindo da curva, vamos ampliando o nosso campo de visão.
Uma vez adequada a velocidade ao tipo de curva que vamos traçar, vamos também olhando para o que se chama o fim retardado, isto é, para o final da curva que, na realidade, fica um pouco depois do que nos parece. Quando lá chegarmos, podemos endireitar a mota e colocar-mo-nos na posição correcta para a curva seguinte, que realizaremos da mesma forma.
Travar com a mota direita, ampliar o campo de visão e endireitar a mota previamente à medida que vamos andando não nos permitirá perder o controlo da roda dianteira. Ver se o piso da curva se encontra em boas condições e não há nenhuma perda de aderência da roda traseira. Como se pode verificar, estas são as vantagens que nos permite continuar a desfrutar a mota em completa segurança.
Foto | Repsol Media, KTM, Triumph