Neve, gelo e vento, como reduzir o risco ao volante?

Ines Carmo

20 de Dezembro de 2018

Cada vez menos se sabe quando chega o inverno e até quando ficará. Juntamente com o frio, a neve, o gelo ou a chuva são importantes fatores de risco para a condução. A perda de controlo do veículo, deslizes nas travagens ou falta de aderência do asfalto são algumas das situações as que poderia enfrentar.

Se o tempo está realmente mau, o mais prudente é adiar a ideia de se fazer à estrada. No entanto, se não tiver outro remédio, planifique a viagem com antecipação, consulte o estado do trânsito e confirme que está tudo certo com o seu veículo. Uma vez em marcha, sabemos que é preciso circular com mais precaução do que a habitual e adaptar a condução ao estado da estrada e da meteorologia. Além disso, convén recordar algunas recomendações preventivas para reducir o risco de acidente, como nos propõe a Fundação MAPFRE.

Com neve, evite o travão

Perante a previsão de mau tempo, inicie a viagem preparado, fundamentalmente com combustível suficiente, que é algo que lhe vai permitir ter a climatização ligada durante mais tempo em caso de emergência, e trar-lhe-á um peso adicional ao carro para circular em zonas especialmente escorregadias.

Se for apanhado num nevão pelo caminho, o mais aconselhado é circular pelas rodeiras deixadas por outros veículos e fazê-lo devagar, a uma velocidade constante. Caso a neve seja muito abundante, terá de utilizar o impulso do carro para não ficar atascado. O papel das mudanças será muito importante: a maior que puder em terreno plano e a mais curta a descer. Neste último caso, é preciso descer lentamente e evitar utilizar o travão para evitar que as rodas bloqueem. Para reter o veículo, o melhor é fazê-lo com o motor.

Agora, mesmo que tudo tenha feito, se ficou imobilizado por um forte nevão, estacione o carro, deixando a estrada livre para os limpaneves, desligue o motor e não abandone o veículo caso não exista nenhum abrigo próximo.

Com gelo, circule com suavidade

neve

Se tem mesmo de sair à estrada, o melhor mesmo é estar atento às notícias de trânsito. Em geral, deve suspeitar da formação de gelo em zonas frias e húmidas, como os troços de serra ou montanha. Zonas específicas onde é frequente a formação de gelo são as ladeiras viradas a norte, a entrada e saída de túneis e ponte e em zonas com vegetação ou árvores próximas da estrada.

Ao contrário da neve, o gelo é especialmente perigoso porque pode não ser visível à vista desarmada. Durante o dia e se o céu estiver relativamente limpo, podemos detetá-lo caso o sol incida sobre o asfalto gelado, pois vai fazê-lo brilhar de forma especialmente significativa. Por isso, procuremos zonas brilhantes à nossa frente caso suspeitemos que existe formação de gelo.

Se nos depararmos com a estrada gelada, existem três regras básicas que nos ajudarão a não perder o controlo do veículo:

Conduzir com suavidade: Evitar os movimentos bruscos e as guinadas. Se começar a deslizar, o ideal é manter, na medida do possível, a direção fixa. O carro vai deslocar-se como se flutuasse, até que os pneus voltem a ter tração, para recuperar o controlo de direção.

Acelerar suavemente: Assim conseguirá uma melhor tração dos pneus sobre a zona gelada. Se recorrer a aceleradelas, só vai conseguir que os pneus patinem. Se começar a deslizar, opte por não acelerar até que os pneus recuperem a tração.

Travar com precaução: O ideal é que se vir que vai entrar numa zona gelada, trave suavemente e entre a uma velocidade moderada. Se já só der conta por cima do gelo, evite as travagens, pois o único que irá fazer é bloquear os pneus. É melhor travar muito suavemente ou, se conseguir, esquecer-se desse pedal até recuperar o controlo do veículo.

E se tiver de estacionar numa zona com risco de gelar? Lembre-se de levantar os para-brisas, já que o peso da neve pode estragar os eixos.

Se houver vento, cuidado a ultrapassar

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Com vento forte, as situações mais perigosas podem acontecer, sobretudo se ultrapassar outro veículo. Por isso, a recomendação é novamente reduzir a velocidade ligeiramente, e segurar o volante com firmeza, com as duas mãos.

Assim vai estar preparado para corrigir suavemente possíveis alterações na trajetória.

Não esqueça:

  • Aumentar as paragens em viagens longas. A condução no inverno aumenta a fadiga e reduz a capacidade de atenção.
  • Ligar o aquecimento ou abrir um pouco as janelas ajuda a eliminar o vapor nos vidros.
  • Mantenha a distância de segurança, sobretudo em caso de chuva, neblina, gelo ou neve. Com meteorologia adversa evite as ultrapassagens.
  • Se vai conduzir de noite, reveja e limpe os faróis, pois podem ficar inutilizados caso se acumule a neve.
  • Claro, nada de álcool ao volante, respeite as normas e utilize os sistemas de retenção (cinto de segurança e cadeirinhas de bebé).

 

Fonte: CirculaSeguro.com