
A tecnologia está a mudar o mundo automóvel e os pneus não ficaram fora da evolução natural.
Os pneus por vezes não são bem vistos, apesar de muitos só se lembrarem deles quando estes falham. Eles aguentam imenso, desde excessos de velocidade até temperatura extremamente elevadas. “Sujos e gosmentos”, furam com alguma facilmente, tem tendência a perder a pressão, são propensos a estourar e derrapam quando circulamos sobre gelo.
Novas tecnologias em pneus
Mas agora, a nova tecnologia está transformando o pneu “normal” tornando-o inteligente. O pneu do futuro será capaz de “falar” com o veículo e condutor e reparar os seus próprios furos. Será ecologicamente correto, sendo também mais seguro e mais durável.
E embora esses avanços das novas tecnologias de pneus possam não estar disponíveis para o mercado de massa por algum tempo, o seu impacto já está sendo sentido hoje. Aqui estão alguns exemplos de novas tecnologias diretamente relacionadas com os pneumáticos que você precisa conhecer:
Modelos “run flat” cada vez mais presentes
Não há nada tão frustrante e estressante do que ter um furo. Pois normalmente implica que terá que parar e trocá-lo você mesmo. Em caso de um furo, se o seu veículo estiver equipado com os versões “run flat” não terá que interromper a viagem. Pois estes permitem circular pelo menos 50 quilómetros, a uma velocidade máxima de 80 km/h, confira sempre a informação especifica do fabricante dos seus pneus. Também pode optar por continuar a sua viagem até à oficina mais próxima, sem comprometer a estabilidade do automóvel.
A chave para usar a tecnologia de pneus “run flat” são as paredes laterais extremamente fortes do pneu. Por vezes é usado um anel de apoio interno no centro da jante que suporta o peso da viatura. Esta força extra permite levar seu carro a um local especializado para consertar o pneu ou para encontrar um local seguro onde você mesmo possa trocá-lo.
Os pneus “run flat” não são uma novidade (eles apareceram pela primeira vez por volta de 1985), mas agora estão crescendo em popularidade. Algumas marcas de automóveis estão respondendo à exigência dos consumidores tornando-os padrão em carros novos.
Agora os pneus também são autovedantes
Um salto evolutivo ainda maior são os pneus autovedantes. Depois que um pneu é perfurado, um líquido esguicha automaticamente no pneu e sela o furo. Entre as marcas que oferecem esta tecnologia está a Michelin, com uma proposta designada de “SelfSeal”. E pneus com esta caraterísticas são atualmente uma opção de fábrica em alguns modelos, por exemplo no Ford Explorer.
Sensor de informações da área de contato
Em desenvolvimento desde 2011 no Japão, Europa e EUA, o sistema de deteção de informações da área de contato inclui um sensor na parede interna do pneu que monitora sua interação com a superfície da estrada. Promove a segurança do condutor, informando-o sobre as mudanças nas condições da aderência da estrada.
As entidades que regulamentam o setor automóvel exigem agora que os veículos sejam equipados com sistemas de monitorização que avisam os condutores quando um pneu perde pressão. Esse aviso é dado habitualmente na forma duma luz no painel de instrumentos e por vezes acompanhado dum sinal de alerta sonoro.
Mas a próxima etapa na nova tecnologia de pneus é os pneus sinalizarem ao condutor quando encontrarem um buraco, cascalho ou gelo. Este tipo de aviso mais evoluído permite que o condutor ajuste a sua condução a esses novos dados. Esta evolução tecnológica nos pneus também será um componente chave no desenvolvimento de veículos autónomos.
E se forem sem ar?
O primeiro pneu pneumático, ou com ar, foi desenvolvido há quase 125 anos. Desde então, as equipes de pesquisa e desenvolvimento dos fabricantes de pneus têm trabalhado “incansavelmente” para evitar pneus furados e estouros. Nos últimos anos, a nova tecnologia de pneus fez avanços incríveis e agora abre o caminho para pneus sem ar. Agora imagine não ter que se preocupar em reabastecer seus pneus ou a possibilidade de um prego furá-los. Além disso, considere como isso pode diminuir o impacto negativo no meio ambiente.
Estamos mais perto do que você pode imaginar. Na verdade, a Michelin, está desenvolvendo pneus deste tipo. Tendo apresentado recentemente um protótipo que não precisa ser cheio. A marca francesa de pneus espera começar a produzir este tipo de pneus sem ar, até 2024. Em principio a estreia desta inovação ocorrerá numa das marcas detidas pela General Motors.
Substituindo a borracha
De acordo com a Associação de fabricantes de pneus dos Estados Unidos da América (U.S. Tire Manufacturers Association), existiam cerca de 60 milhões de pneus em armazém para distribuição naquele país. A Michelin está empenhada em substituir 80 por cento da borracha que usa por materiais mais ecológicos, e outras empresas do ramo estão seguindo o exemplo.
Uma das soluções é derivada do dente-de-leão. Isso mesmo, os pesquisadores duma das fabricantes acreditam que o material que usarão para fabricar pneus no futuro, talvez daqui a cinco ou dez anos, virá de plantas e ervas daninhas comuns. Os pesquisadores identificaram mais de 1.000 plantas que poderiam servir a esse propósito, mas o dente-de-leão está no topo da lista. Esse destaque advém do fato de crescerem muito rápido. Quem diria que uma nova tecnologia de pneus poderia ser orgânica!
Os resíduos do processamento da cinza da casca de arroz convertida em sílica já são usados atualmente na produção de pneus na China. Outro produto usado é o óleo de soja, sendo utilizado para aumentar o desempenho. Mais, este produto ajuda-os a permanecerem flexíveis em climas frios, aumentando a tração na chuva e na neve. O óleo de soja mistura-se facilmente com a borracha, reduzindo o uso de energia na própria produção dos pneus.
Um protótipo de pneu interessante contém musgo vivo crescendo dentro da parede lateral. A banda de rodagem inteligente e o design aberto do pneu permitem circular a humidade e a água da superfície da estrada, permitindo a fotossíntese e liberta oxigênio para a atmosfera.
Pneus mais silenciosos
Ainda na senda de tornar os pneus mais ecológicos, e menos impactante no ambiente, o objetivo também passa por reduzir o ruído provocado pelos pneus na estrada. A redução de ruído proporcionar ao condutor e aos passageiros uma viagem mais agradável.

Pormenor da estrutura sem ar impressa em 3D da Michelin
Todos esses avanços e as novas tecnologias desta área são empolgantes. A capacidade dos pneus inteligentes de se comunicarem com os sistemas do veículo e os condutores continuará a crescer. Esta ligação fará com que a maioria dos automobilistas se sintam mais seguros sabendo que pode contar com algo que podemos quase considerar como um “par de olhos e ouvidos” extras.
Fotos | Michelin, Wikimedia Commons, Michelin