O conforto na condução

Duarte Paulo

13 de Novembro de 2018

Quando vamos conduzir um veículo diferente pela primeira vez temos que nos adaptar. Primeiramente é necessário adaptar o carro a nós. Literalmente, isto trata-se de conforto para o condutor. O primeiro passo é ajustar o banco de forma a ficarmos confortáveis, com acesso a todos os comandos. Depois ajustamos os 3 espelhos.

No carro do dia-a-dia, caso seja a única pessoa a conduzi-lo, essa tarefa não se revela necessária após a primeira vez qua andamos. Com a salvaguarda de que pequenos ajustes podem ser necessários pontualmente. Estes ensinamentos são das primeiras coisas que se aprende na primeira aula de condução. Mas vejamos mais detalhadamente como ajustar o veículo para que a falta de conforto na condução não afete a segurança.

A importância do conforto na condução

Nos automóveis modernos não é muito difícil encontrar a melhor posição de condução para cada individuo. Isto porque os bancos e o volante estão dotados de uma infindável lista de regulações. Quase tudo é ajustável, portanto, desde altura, alcance, apoio lombar, inclinação e ajuste de costas, não esquecendo o apoio de cabeça.

No desporto motorizado, onde todos os milésimos contam, a posição de condução dos pilotos é algo que as equipas levam muito em conta. Quando existe mudança de piloto a meio da corrida, não é raro vermos o piloto que sai levar o seu banco. O piloto que entra coloca o seu. Claro que não é a estrutura do banco. Trata-se dum molde que se adapta ao corpo de cada piloto.

Se na competição o conforto do piloto é algo levado tão a sério, só pode ser porque influência no rendimento da condução. Assim, na condução do dia-a-dia, a posição de condução é identicamente relevante para garantir a segurança e o conforto. Porque evita a fadiga muscular durante as viagens.

O próprio IMT (Instituto da Mobilidade e dos Transportes), possui uma secção dedicada à adaptação do condutor ao veículo num documento denominado “Manual do Ensino da Condução”. Neste documento essencial estes ensinamentos são dispostos em três grupos: posição do condutor ao volante, utilização dos pedais e o manuseio do volante.

A posição de condução ideal

Não existe uma posição de condução universal. A mais apropriada é a que se adapta a morfologia física do condutor e, assim, irá proporcionar maior conforto. Contudo, existem determinados critérios que ajudam a um largo espectro da população. Examinemos os princípios básicos.

As pernas devem estar tenuemente fletidas. Assim os pedais podem ser pressionados até ao final do seu curso, sem que seja necessário esticar completamente a perna. Os braços devem também ficar fletidos, quando o condutor segura o volante. A pega deve ser feita na altura da zona intermédia do volante, junto aos comandos de luzes e no lado simetricamente oposto.

Qual é a importância de garantir que tanto as pernas como os braços estão ligeiramente fletidos? Simples, em caso de colisão, a posição fletida das pernas e dos braços irá minimizar os malefícios nas articulações. Garantindo, ainda, que os meios de retenção conseguirão efetuar o seu serviço.

No caso do tronco, deve manter-se numa posição o mais vertical possível, dentro do que seja confortável para cada condutor. Deverá ter a zona lombar e as omoplatas apoiadas às costas do assento. Quanto à cabeça e o pescoço devem permanecer direitos e alinhados, próximos do encosto de cabeça.

O posicionamento dos pés

Caso use um carro com caixa manual, o pé esquerdo deve manter-se apoiado no apoio de pé existente à esquerda ou no chão. Pois o pé esquerdo só deverá tocar o pedal da embraiagem caso seja necessário acionar a caixa de velocidades.

O pé direito, tem mais trabalho, pois é usado para travar e acelerar. Para um funcionamento mais fluido e evitar olhar para os pedais, que acontece comummente nos iniciantes, o condutor deve manter o calcanhar apoiado no chão. Primordialmente próximo do pedal do travão. Assim só necessita de rodar o pé para o exterior quando necessita de acelerar.

E como deve manusear o volante?

A forma aconselhada de manusear o volante, segundo o Manual do IMT, é na posição “nove e um quarto”. Seguindo a analogia dos ponteiros de um relógio. Em curvas deverá ser usada a técnica de “puxar e empurrar” o volante, sem soltar as mãos. Por exemplo, à entrada da curva, deve subir a mão do lado para onde vai curvar até ao topo do volante e puxá-lo até à posição inicial. A mão oposta não deve sair do sítio, permitindo apenas que o volante “deslize” até à posição desejada.

Segundo o IMT, este posicionamento resulta em menor fadiga muscular. Aliás, referem ainda que é benéfica na precisão e rapidez no manuseamento do volante. O posicionamento inicial, e durante as manobras, permitir manter as mãos próximas dos comandos de sinalização. Mas não só, as mãos estão próximas dos comandos de navegação e de comunicação, não distando muito dos restantes comandos que estejam alojados na consola central.

Todavia ainda existe mais um pormenor que influencia o conforto na condução. As condições de temperatura, humidade e luminosidade provocam desconforto e distrações que podem ser perigosas. Portanto ajuste a climatização, utilize o ar condicionado, mas não esqueça a ventilação, tanto a natural como a forçada. O conforto térmico é essencial para o bem estar de quem está a conduzir. Se conjugar todos os parâmetros atrás referidos conseguirá obter conforto na condução.

Foto | Driving in Germany