O perigo de virar à esquerda

Ines Carmo

21 de Maio de 2018

Existem diversas soluções para corrigir o possível risco de virar à esquerda, sobretudo quando ocorre em vias com dois sentidos, cruzamentos e interseções de vários tipos. Uma das situações a ter em conta em primeiro lugar são as prioridades. No entanto, também devemos ter em conta a faixa em que nos situamos e a correta sinalização, através dos piscas, entre muitos fatores.

Se não quiser colocar em perigo o resto dos utilizadores da estrada, ou a si próprio, e acredita que a sua condução respeita as regras rodoviárias, estamos convencidos de que já segue à letra estes conselhos. Se não tem este assunto assim tão claro, este artigo pode ajudá-lo a tirar algumas dúvidas.

Uma manobra enganadora e que nem sempre é clara

Virar à esquerda pode ser a ação mais fácil do mundo, ou pode tornar-se no nosso maior pesadelo. Se não nos colocamos bem, se chegamos «tarde» e fazemos um pião, se o que vem de frente chega mais rápido do que devia e não nos damos conta ou não calculamos bem a velocidade, ou se temos um contratempo inesperado (deixar o motor ir abaixo, por exemplo), podemos estarem risco. Se os que vêm no nosso sentido também fazem mal o cálculo, pode acontecer mais do mesmo.

Há muitas situações em que precisamos de virar à esquerda, seja em estrada ou cidade. Uma manobra mais complicada do que para a direita, simplesmente porque a direita é o sentido mais natural para virar, a menos que esteja no Reino Unido.

Tipicamente, quando viramos para a direita, estamos a fazê-lo para continuar em marcha a favor do trânsito, mantendo-nos na mesma faixa do que aquela em que seguíamos (se se puder considerara assim a via que incorporamos depois de virar). Ao contrário, quando viramos à esquerda, devemos atravessar perpendicularmente uma via com trânsito, normalmente, em sentido contrário, o que aumenta o risco e as consequências de um eventual acidente.

Como virar à esquerda com total segurança?

Os acidentes que envolvem a mudança de direção à esquerda acontecem e são, efetivamente, graves ou muito graves. Quando acontece uma colisão numa via interurbana ou numa estrada secundária, por exemplo, as consequências não são habitualmente feridas ligeiras, pois o impacto lateral causa um risco maior. Se a estrada tiver uma «ilha» ou interseção para manobrar corretamente após parar, sem atrapalhar a marcha de nenhum veículo, nem estar na trajetória provável de qualquer distraído ao volante, podemos sentir-nos seguros.

Se vamos virar à esquerda numa via de dois sentidos e outro veículo de frente tem a mesma intenção, a volta realiza-se sempre pela traseira do outro veículo, num ângulo de 90 graus e tomando o centro da interseção como referência. No caso em que uma via tenha mais de duas faixas para cada sentido e a mudança de direção é permitida, deve fazê-la a partir da faixa mais à esquerda. Antes de virar, é necessário observar, sinalizar e situar-se corretamente. Se for necessário ceder a passagem aos veículos que circulam de frente, é preciso deter-se, até encontrar o momento mais conveniente e seguro para fazer a manobra.

Por outro lado, se numa via mais larga a mudança de direção não é permitida, devemos fazê-lo saindo da via em que circulamos, respeitando a sinalização e prioridade de todos os condutores e peões com os quais nos cruzemos. Além disso, algo bastante desconhecido é que a mudança de direção é a única exceção para ocupar a faixa exclusiva dos autocarros. É preciso sinalizar sempre, antes de «invadir» esta via e ceder a passagem aos autocarros e táxis que nela circulem, parando, se for preciso, para os deixar passar.

Às vezes, a estrada não ajuda

esquerda

Nem sempre um acidente deste tipo é consequência de um erro humano. Por exemplo, em vias de apenas uma faixa por sentido, os lugares onde existem entradas para quintas ou zonas com má visibilidade, e sem as devidas precauções, é onde acontecem os piores acidentes. Pode ser por muitos motivos, mas o mais comum é a falta de sinalização ou visibilidade. Se a via não está preparada para a manobra, e tendo em conta a irresponsabilidade e imprudência de alguns condutores, é muito provável que este tipo de espaços se convertam em pontos negros da estrada. Uma verdadeira pena, tendo em conta que a solução para o problema é imediata e não supõe grande esforço quer das entidades responsáveis como dos condutores.

Definitivamente, com toda a simplicidade que a manobra pressupõe de um ponto de vista objetivo, é bem possível que engane e seja mais arriscada do que nos parece ao primeiro olhar. Por isso, o que devemos fazer é tomar todas as precauções possíveis, e se vemos que estamos numa estrada perdida, com má visibilidade e não temos as condições reunidas para virar, o melhor é continuar até poder fazer inversão de marcha de acordo com as regras da estrada. Valerá a pena.

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Fonte: Circulaseguro.com