Um dos percalços mais frequentes e mais temidos é o sobreaquecimento do nosso carro. Um problema que nos pode deixar parados na estrada e provocar avarias mais graves caso não saibamos como agir. No verão, por exemplo, podemos dizer que é algo quase inevitável, tendo em conta as altas temperaturas que se fazem sentir e, claro, o número de quilómetros a que sujeitamos as viaturas quando vamos de férias. Perante isto, só nos resta ser o mais precavidos possível, para estarmos preparados quando for necessário.
Porque pode sobreaquecer o motor do nosso carro?
Durante a circulação, o motor do nosso carro pode alcançar temperaturas muito altas, devido ao próprio processo de combustão. Para evitar o sobreaquecimento, todos os veículos contam com um sistema de refrigeração cuja função é manter a temperatura dentro dos valores concretos para o seu funcionamento., por volta dos 90 graus. Assim, se o veículo aquece, é muito provável que seja devido problemas em algum dos elementos que compõem o sistema de refrigeração, pelo que vamos conhecê-los um pouco melhor, de modo a que possa supervisionar o seu estado.
Os veículos, além da entrada de ar, arrefecem pela ação de um líquido. Trata-se de um composto comummente conhecido como líquido refrigerante. É ao que menos importância se dá entre os elementos do sistema de refrigeração, pois é o mais barato de todos. No entanto, é de suma importância que contemos com um composto de qualidade que funcione a altas e baixas temperaturas. Ao contrário, pode fomentar o aparecimento oxidação e impurezas, causando outras avarias maiores.
O radiador é a parte mais reconhecida do sistema de refrigeração, pois é o que se encontra na pate dianteira do carro para receber o fluxo de ar. Também são igualmente importantes a bomba de água, encarregada de fazer circular o líquido refrigerante por todo o circuito e as tubagens que levam o líquido do motor para o radiador. Se algum destes elementos está sujo ou obstruído porque passou por lá pó ou porque utilizou líquido refrigerante de má qualidade, o fluxo não será o correto e o motor acabará por sobreaquecer.
Devemos confirmar que elementos como o termóstato ou a ventoinha estão em bom estado. O primeiro é o que abre o fluxo do líquido refrigerante quando a temperatura sobe. Caso este bloqueie ou não meça bem a temperatura, o radiador sem líquido não poderá refrescar o motor. A ventoinha, por seu turno, é a que mais se “faz notar” no verão, pois costuma ligar quando se circula a baixa velocidade ou quando paramos o carro, para deixar entrar ar no motor e dissipar o calor. Sofre especialmente em engarrafamentos, quando não há fluxo de ar, mas o motor vai em pleno rendimento.
Como evitar que o sobreaquecimento do nosso carro
Estas situações são relativamente comuns no verão, sobretudo se o carro já for mais antigo. Ainda assim, podemos evitar que aconteça, cumprindo algumas regras básicas e simples de manutenção, que podemos levar a cabo nós mesmos ou na nossa oficina de confiança.
- Usar um líquido refrigerante de qualidade, e nunca utilizar (por qualquer razão) água que não seja destilada. É recomendável renovar o líquido a cada 3 anos numa oficina, se não tiver em casa as ferramentas próprias para o fazer sozinho.
- Confimar que não existem fugas no radiador, nas tubagens ou na bomba de água.
- Limpar o radiador e purgar o anticongelante do circuito. É recomendável fazê-lo a cada dois anos na oficina.
- Caso tenha circulado em terenos com pó, lama ou vegetação alta, não se esqueça de limpar o radiador, com sabão e água à pressão.
- Comprove que a ventoinha funciona corretamente, sendo o primeiro indicador quando não se ativa ao pararmos após circular durante bastante tempo.
O que fazer caso o motor sobreaqueça mesmo
Se cumprir as medidas de precaução que mencionámos acima, é bastante provável que consiga evitar o pior. Contudo, caso tenha um veículo mais antigo, é possível que a temperatura do motor dispare, apesar das precauções. Nesse momento, irá ativar-se o indicador da temperatura no painel eletrónico, geralmente em cor vermelha e com advertência acústica (dependente do modelo). Nesse caso, devemos tomar novas precauções, para tentar reduzir o calor do motor e evitar males ainda maiores:
- Pare o carro, mas deixe o motor ligado, pois se o desligar repentinamente e deixar arrefecer pela ventilação da inércia, pode causar problemas nas válvulas ou rachar a cabeça do motor.
- Ponha em ponto morto e dê pequenas aceleradelas, para ajudar a bomba da água e a ventoinha a trabalhar melhor.
- Se estiver parado num engarrafamento ou num semáforo e não pode parar, evite acelerações bruscas e travar com o motor.
- Se o nível do líquido de refrigeração estiver baixo, pare imediatamente o motor. Não abra por nenhum motivo a tampa do depósito de expansão com o carro quente, pois o líquido poderia saltar a ferver e causar-lhe graves queimaduras. Aguarde que esteja totalmente frio antes de o abrir, mas, para enchê-lo, ligue o motor e faça-o pouco a pouco. Se o fizer com o motor desligado não irá ativar o circuito de refrigeração e não vai conseguir encher por completo.
Seguindo estes passos, deve conseguir baixar a temperatura do carro e que o indicador da temperatura do painel de instrumentos se apague. Se ainda assim não conseguir, não descarte a hipótese de chamar o serviço de assistência do nosso seguro. E, em todo o caso, se isto acontecer, deve passar na oficina para uma revisão, de forma a comprovar que o motor e o circuito de refrigeração não sofreram danos maiores. Com sorte, o episódio será só como uma história para recordar mais tarde.
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Fonte: www.circulaseguro.com