Os veículos todo-o-terreno são muito divertidos de utilizar no seu “habitat” natural. No entanto para perceber a diferença entre eles convém saber alguns detalhes que fazem muita diferença neste meio.
O titulo é claro, os ângulos de entrada, saída e ventral são o tema deste artigo sobre veículos todo-o-terreno. Saiba o que são e porque são tão importantes. Leia aqui mais algumas informações sobre o tema.
O que são os ângulos de ataque e de saída?
Um veículo todo-o-terreno permite, para além da condução normal em estrada, o seu uso fora de estrada. Apesar de parecerem termos de guerra, ou da época da troika, nada têm em comum. Os ângulos de ataque e saída são medidas para entrares e saíres de obstáculos sem danificar o todo-o-terreno. Com as consequentes transposições de obstáculos e o acesso a locais inacessíveis aos outros veículos.
Quando falamos em ângulos de ataque referimo-nos ao ângulo máximo que o veículo todo-o-terreno consegue entrar numa subida ou sair de uma descida. Naturalmente sem bater no solo com o para-choques, ou seja, é o ângulo medido entre o para-choques e a roda dianteira.
O ângulo de saída é o ângulo que o todo-o-terreno possui entre o para-choques traseiro e a roda traseira. Este deverá ser suficiente para não bater na saída de descidas íngremes, nem na entrada de subidas ou em vãos. Estas medidas são indicadas em graus.
Ângulo ventral e proteções
O ângulo ventral é a amplitude do meio do veículo todo-o-terreno. Esta é medida entre o espaço das rodas e o meio do fundo do carro. Deverá ser suficiente para não tocar no solo, ou rochas, que estamos a ultrapassar. Uma distância entre eixos curta é boa para obter ângulos ventrais elevados. Esta caraterística serve para zonas de obstáculos mais salientes.
Um todo-o-terreno com uma distância entre eixos maior é mais adequado para sair de grandes depressões, vaus e buracos. Pois consegue colocar as rodas dianteiras mais em cima da subida enquanto as rodas traseiras continuam com tração no fundo.
Resumidamente, o ângulo de ataque refere-se às capacidades do veículo para iniciar a subida de um declive. Um bom ângulo ventral ajuda na transposição de lombas ou topo de um declive ascendente. Finalmente a capacidade de saída de um declive descendente refere-se ao ângulo de saída.
Então já sabemos o que são os ângulos de ataque, de saída e ventral, então o nosso carro está pronto para “atacar” a montanha! Talvez, convém saber se pretende preservá-lo para mais que só uma visita à serra.
Mesmo que o seu todo-o-terreno tenha todos os ângulos muito elevados, o que favorece a capacidade de andar fora da estrada, convém protegê-lo. Só uma grande distância do solo não impede que sofra danos na parte inferior do veículo. Para minimizá-los deverá ter uma proteção em aço que proteja toda a zona inferior do veículo.
A proteção deverá cobrir principalmente o motor, caixa de velocidades, transmissão e depósito de combustível. Se possível deve cobrir ainda os diferenciais. O ideal era proteger todos os elementos que possam embater no chão.
Outros pormenores a ter em conta
Se gosta de trilhos especialmente difíceis e pedregosos precisa de um todo-o-terreno com uma boa distância entre o chassis e o solo. A altura ajuda a evitar ficar preso em algum obstáculo. Portanto uma altura elevada é importante, contudo um todo-o-terreno muito alto torna-se mais instável. A probabilidade de capotar é assinalavelmente maior, pois o centro de gravidade é mais elevado.
A capacidade real de percorrer trilhos fora de estrada depende sempre do binómio veículo/condutor. Por mais que o veículo esteja preparado para a tarefa se o condutor não possui a destreza, não conseguirá ultrapassar os obstáculos com desenvoltura.
O mesmo se aplica no sentido inverso. Se um condutor for habilidoso, mas o veículo não possuir as caraterísticas corretas, será muito difícil percorrer a serra sem percalços. Não se esqueça de usar os pneus adequados, pois sem tração o resto é quase irrelevante.
São convenientes alguns conhecimentos do funcionamento especifico da viatura. Deverá ser também conhecedor do meio e das técnicas especiais de condução deste tipo de viaturas. Se souber um pouco de orientação e de desempanagem também será benéfico.
Para terminar algumas chamadas de atenção. Ao conduzirem fora de estrada devem ser observadas as regras de proteção do ambiente. Devem também ser levadas em conta as propriedades e eventuais culturas ou zonas de pasto.
Acate os regulamentos específicos de circulação em áreas ou zonas protegidas. Lembre-se que estará em zonas provavelmente isoladas e sem ajuda por perto. Por isso deverá estar incutido do espírito de autossuficiência e de desembaraço necessários nesse tipo de circunstancias. De preferência vá acompanhado e divirta-se.
Foto | Nan Palmero