O efeito mirone traz causas e consequências para a segurança rodoviária. A definição que melhor se ajusta a esta prática é a irresistível tentação que sente qualquer condutor, tal como os restantes passageiros do veículo, de ao passar por um acidente, abrandar a marcha para ver, para ver se temos a sorte de ver um fígado humano de fora ou sangue a rodos no asfalto.
Recentemente aconteceu na Alemanha uma situação semelhante. Alguns condutores qu pararam os carros para ajudar num acidente tentaram obter imagens do mesmo no seu smartphone, mas foram sancionados com palavras fortes pela polícia como pode ver neste vídeo:
A curiosidade extrema também tem um preço
O efeito mirone não está apenas relacionado com a sinistralidade rodoviária. Basta que aconteça alguma coisa fora do comum numa estrada, como por exemplo, a presença da polícia, obras na calçada, a própria procura por um lugar de estacionamento ou até um painel publicitário, para que de forma consciente ou inconsciente, foquemos a visão. São estas desatenções à condução que podem trazer consequências graves.
Um simples olhar para o outro lado para ver o que se passou pressupõe uma redução de velocidade que faz com que os condutores que vêm atrás tenham de realizar travagens bruscas. Em algumas ocasiões, uma retenção totalmente inesperada por causa de um simples toque, pode originar um acidente maior que o primeiro. São estas situações que explicam as colisões em traçados sem problemas aparentes, como por exemplo na faixa da esquerda ou em zonas de retas. Na origem está precisamente o efeito mirone ou os mirones que reduzem a velocidade de forma brusca e sim motivo aparente.
Que podemos fazer evitar o efeito mirone
Alguns acidentes de viação geram outros acidentes depois que se reduz a marcha para mirar o sucedido. Um exemplo claro acontece precisamente quando circulamos numa autoestrada e vemos do lado contrário um acidente. Esta provado que quando existe uma fila de trânsito de um dos lados da estrada, todos os condutores que circulem do lado contrário vão abrandar para observar o que se passa. O nosso comportamento curioso faz com que provoquemos outra fila no nosso sentido da marcha. Para evitar que isto aconteça aqui ficam alguns conselhos:
– O principal passa por vencer esta curiosidade mórbida e seguir o nosso itinerário sem olhar para o que se passou do outro lado.
– Se decidirmos parar para ajudar, não podemos reduzir a marcha sem mais nem menos, nem mesmo travar sem motivo, em todo o caso podemos realizar o protocolo PAS que significa proteger, avisar e socorrer. Devemos sempre fazê-lo num lugar seguro.
– Mirar constantemente pelos retrovisores tantos exteriores como pelo interior para ver se somos seguidos de perto por veículos. O importante é não provocar um colisão por alcance.
– Circular a uma velocidade moderada perto do local do sucedido perante a possibilidade de interferir ou até de se cruzarem pessoas como veículos que estejam implicados no ocorrido ou seja pessoal da polícia, serviços e resgate.
Por parte das autoridades, é preciso informar os utilizadores da estrada através da rádio sobre os acidentes que aconteçam na mesma, poderão sinalizar e informar através de painéis luminosos e de forma coordenada com os centros que fazem a gestão do trânsito. Também seria interessante, da parte dos serviços de polícia, assistência sanitária e resgate, a colocação de cortinas e anteparas que podem proteger a cena do acidente e evitar os mirones.
Fonte: Circulaseguro.com