Esta questão tem feito correr alguma tinta em revistas relacionadas com o mundo automóvel, sendo a origem de uma troca de argumentos, por vezes acalorada, que por vezes só cria ruído e não esclarece nada nem ninguém.
Os pneus têm prazo de validade? Onde pode ver a data de fabrico dos pneus que equipam o seu veículo? Como é definida a contagem dessa mesma data? Saiba mais aqui.
Como sabe qual a data de fabrico do pneu
Se procurar na lateral do pneu vai ver uma área, geralmente um pouco menos bem acabada que as restantes e com um conjunto de números inscritos de forma mais simples, onde os últimos quatro números são na verdade a data de fabrico do pneu.
Os quatro números são um código chamado de DOT, denominação que está no inicio dessa área, e indicam a data exata de produção do pneumático. Os dois primeiros refletem a semana e os últimos dois são o ano.
Um código 1807, por exemplo, o da imagem acima, informa que o pneu foi fabricado na décima oitava semana de 2007. Mas este código só indica a data de fabrico, não é uma data de validade.
Se os profissionais do setor respeitarem as normas para armazenar os pneus, que indicam claramente as regras no que diz respeito ao posicionamento físico dos pneumáticos, à limpeza das instalações, à não exposição solar e de temperatura relativamente controlada, estes não perdem qualidade.
Por isso a partir do momento em que saem da fábrica e até quando são montados num veículo, podem passar alguns meses gastos em transporte, ou armazenados nas lojas. Durante este tempo, não estão a perder eficácia, pelo que não deve subtraí-lo à vida útil do pneu.
Como calcular a vida expectável
Depois de cinco anos ou mais em serviço, os pneus devem ser inspeccionados pelo menos uma vez por ano. Estas recomendações aplicam-se aos pneus de veículos ligeiros, sejam de turismo, 4×4 ou comerciais.
Essa inspeção deverá ser feita por um especialista e não deve, em nenhum caso, substituir as verificações periódicas de manutenção dos pneumáticos, como, por exemplo, a atenção à pressão, ao estado geral do pneu, tanto ao nível de desgaste como de deformações, e não esquecendo a válvula.
No entanto siga as recomendações do fabricante do veículo sobre a substituição dos pneus originais. Como medida de precaução, se os pneus não forem trocados em 10 anos desde a data de fabrico, a Michelin recomenda trocá-los por outros novos, embora pareça que podem ser utilizados e, mesmo não tendo chegado ao limite legal de desgaste de 1,6 mm.
O tipo de utilização faz varia a vida útil do pneu
Outro ponto importante a considerar é a carga a que sujeitamos os nossos pneus, se por norma sobrecarregamos os nossos veículos, constantemente no limite da carga máxima, a sua vida poderá ser ligeiramente encurtada.
Se no entanto circularmos constantemente a exceder a capacidade máxima de carga, o desgaste será mais acentuado e a pressão sobre os pneus poderá resultar numa falha do mesmo, podendo ser a causa de um acidente, para além de estar em infração.
Um pneu que é eternamente esquecido é o suplente, pois embora mesmo que nunca tenha rodado, foi submetido à ação do tempo e à variação de temperatura que vão alterando as suas características originais, degradando-o. Por isso inspecione-o regularmente, verifique a sua pressão e substitua-o quando chegar a hora.
O que é que diz a lei?
O Regulamento Relativo aos Pneus e à Sua Instalação nos Automóveis e Seus Reboques estabelece os seguintes requisitos sobre a montagem dos pneus:
– Todos os pneus montados num veículo, incluindo, quando aplicável, o ou os sobresselentes, devem apresentar a ou as marcas de homologação CE de tipo especificadas na secção V do capítulo I ou a marca de homologação que indica a conformidade com os Regulamentos UNECE nos nºs 30 ou 54.
– Todos os pneus montados num veículo, excluindo os sobresselentes de utilização temporária, devem ter a mesma estrutura, tal como definida no n.º 3 do artigo 10.º ao presente Regulamento.
– Todos os pneus montados num eixo devem ser do mesmo tipo, tal como definido no n.º 1 do artigo 10.º ao presente Regulamento.
Sobre os indicadores do desgaste do piso:
– No caso dos pneus para automóveis de passageiros, o piso do pneu deve incluir, pelo menos, seis filas transversais de indicadores de desgaste, dispostas aproximadamente a intervalos iguais e situadas nas ranhuras largas da zona central do piso que cobre, aproximadamente, três quartos da largura do piso.
– Os indicadores de desgaste do piso devem ser de molde para não poderem ser confundidos com as saliências de borracha entre os frisos ou blocos do piso.
– Os indicadores de desgaste do piso devem advertir visualmente quando a profundidade das ranhuras correspondentes do piso estiver reduzida a 1,6 mm, com uma tolerância de + 0,6 / -0 mm.
Pneus especiais
Existe ainda legislação sobre pneus especiais:
O símbolo da categoria de velocidade dos pneus para neve deve corresponder a uma velocidade que será ou superior à velocidade máxima de projecto do veículo, conforme declarada pelo construtor do veículo, ou não inferior a 160 km/h, ou ambas; se a velocidade máxima do veículo, conforme declarada pelo construtor do veículo, for superior à velocidade correspondente ao símbolo da categoria de velocidade dos pneus para neve, deverá estar patente no interior do veículo, em posição de relevo, na linha de visão do condutor do veículo, um rótulo de aviso da velocidade máxima que indique a capacidade máxima de velocidade dos pneus.
Foto | The Tire Zoo, Michelin, Michelin