Não lhe vamos dizer para mudar o óleo do motor em casa, tarefa possível, mas cada vez mais complicada pela quantidade de eletrónica alocada ao próprio motor. Aqui, no Circula Seguro vamos alertá-lo para o facto de serem cada vez mais os condutores que se esquecem de trocar o óleo, podendo criar problemas graves à mecânica do carro. Ainda há muitas pessoas que só se lembram de fazer manutenção ao carro quando ele… pára.
Hoje fazemos um “faça você mesmo” ao esquecimento. São vários os condutores que não se lembram de fazer a troca de óleo nos períodos previstos pelo fabricante. Vão protelando e quando aparece a indicação de obrigatoriedade de deslocar à oficina no painel de instrumentos vão aguentando e enfatizando a velha máxima do “dá para mais mil”… e quando dão por isso já passaram quatro ou cinco mil e o motor acaba por ter avarias ou até por gripar..
Vamos relembrá-lo da importância do óleo lubrificante no motor do seu carro e o que pode acontecer no caso de não trocar o dito fluído.
O bom funcionamento e a durabilidade do motor dependem, em grande parte, do tipo de lubrificante que nele é colocado. No que ao óleo diz respeito, não vale a pena tentar economizar e procurar o lubrificante mais barato. Se investir num produto com maior qualidade, mesmo que seja um pouco mais caro, vai observar um redução drástica nos problemas do motor, o que representa menos custos com reparações menos demoradas. Cada marca tem preconizado um determinado intervalo de mudança de óleo que deverá ser respeitado, mas apesar disso, convém verificar ocasionalmente o seu nível (nada mais simples: basta tirar a vareta de óleo do motor e verificar entre os níveis na sua extremidade onde se encontra o óleo). Após o período de garantia, é livre de escolher a marca que quiser, mas enquanto esta durar convém respeitar as indicações do fabricante. O óleo tem uma função única e insubstituível para o motor: o arrefecimento dos componentes. Qualquer negligência com este elemento fundamental ao funcionamento do mesmo pode resultar em reparações avultadas.
Consumo de óleo
O consumo de óleo num motor varia consoante o tipo de automóvel, da utilização a que o motor está sujeito, das variações de temperatura e da qualidade do lubrificante, não sendo possível indicar um valor concreto e preciso.
Apesar disto, de acordo com informações recolhidas junto de alguns mecânicos e de algumas marcas, o consumo de óleo considerado dentro dos parâmetros normais varia entre 0,5 e 1 litro por casa 1000 km percorridos. Este valor diz respeito a motores novos, todavia, e dependendo do motor, pode ser superior.
Cor e sedimento
A cor dos lubrificantes pode variar entre o amarelo e o verde acastanhado e tem algumas fluorescências azuladas e esverdeadas. Esta cor, por si só, não é suficiente para dar indicações sobre a qualidade e as caraterísticas de um lubrificante, ao passo que a sua limpidez é, geralmente, um elemento bastante favorável.
Uma das funcionalidades mais marcantes de um bom óleo lubrificante é que deve ser límpido e não deve formar qualquer espécie de depósito quando é deixado a repousar durante algum tempo.
Transformações com o tempo
Após algum tempo dentro do motor do veículo em constante circulação, alguns lubrificantes começam a perder as suas caraterísticas iniciais, tornando-se mais ácidos, mais turvos, começando a adquirir uma cor bastante mais escura. Na maior parte dos casos, o óleo depois de usado durante algum tempo é bastante mais fluído que o óleo novo. Por meio de processos muito semelhantes aos usados na refinação, todos os lubrificantes utilizados nos motores podem ser regenerados.
Viscosidade
A viscosidade é um termo que surge a todo o momento numa conversa sobre óleos de motor. O que representa e que importância tem a viscosidade do óleo? O índice de viscosidade (IV) é um parâmetro físico-químico que quantifica a variação da viscosidade com a temperatura. Quanto mais elevado for o valor do IV, menos a viscosidade do óleo varia com a temperatura, ou seja, mais estável será a sua viscosidade. Esta estabilidade é importante quer para o arranque a frio dos motores quer para o seu funcionamento a elevadas temperaturas. Num lubrificante com IV adequado, nas baixas temperaturas, típicas do arranque a frio, a viscosidade não é demasiado alta de forma a bloquear ou dificultar o arranque do motor e a altas temperaturas a viscosidade e, consequentemente, a película de lubrificante não desce demasiado, o que poderia provocar um desgaste do motor ou mesmo que este gripe. A tendência do mercado aponta para um aumento da oferta de óleos menos viscosos que trabalhem a temperaturas mais elevadas.
Classificação SAE
As várias referências dos óleos como 15W, 10W, 0W, o que querem realmente dizer?
Os óleos com as referências que incluem o W são os chamados multigraduados. Estes lubrificantes incluem aditivos melhoradores do índice de viscosidade que permitem estabilizar ou reduzir as variações da viscosidade com a temperatura. Para além destes aditivos, também as bases sintéticas permitem a obtenção de graduações W mais baixas (0W, 5W ou 10W). Antigamente, a selecção destas graduações W estava exclusivamente relacionada com o clima onde o motor iria funcionar. Atualmente, este conceito está ultrapassado dado que, em especial as graduações mais baixas, estão associados a lubrificantes que incorporam bases sintéticas e que permitem reduzir o atrito interno no funcionamento do motor e, consequentemente, reduzir o consumo de combustível e a emissão de partículas. Os lubrificantes multigraduados são classificados por um número associado ao W e que está relacionado com as características do óleo avaliadas a baixas temperaturas. Este número é conjugado com outro número 10, 20, 30, 40, 50 relacionado com a avaliação da viscosidade do óleo a 100ºC. Surgem então as viscosidades 5W30, 10W40, 15W40 e todas as outras conjugações possíveis. Para selecionar a graduação de viscosidade adequada ao motor do seu veículo, deve consultar o manual de manutenção e seguir as recomendações indicadas pelo construtor.
Substituir o óleo do motor
O óleo do motor terá de ser substituído ao fim de algum tempo, visto que poderá ter perdido todas as suas propriedades. O intervalo de mudança de óleo deverá ser o aconselhado pelo fabricante, embora este possa variar consoante a qualidade e o tipo de utilização a que o motor está sujeito. Se apenas percorrer distâncias curtas no seu dia-a-dia, o intervalo de mudanças deverá ser mais curto do que se efetuar constantemente viagens longas. No circuito do óleo, entre a bomba e o tubo principal de distribuição está sempre colocado um filtro que tem como função reter as impurezas do lubrificante. Existem três tipos de filtros de óleo: de rede, de discos ou de cartucho.
Boas curvas!
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