Cada vez são mais os que desejam ter um teto panorâmico no carro. A realidade é que, hoje em dia, é bastante usual encontrar este tipo de extras até mesmo em carros de gamas médias e baixas, ainda que seja raro encontrá-los como equipamento de série.
Existe uma certa desconfiança face a estes elementos no momento de colocar na balança os prós e contras. O calor e o aumento das temperaturas no interior e, sobretudo a segurança, deixa muitos de pé atrás na hora de tomar uma decisão. Será recomendável tê-lo no carro?
Teto panorâmico, sim ou não?
Não podemos colocar de parte as múltiplas vantagens que tem, em primeiro lugar, desde o ponto de vista estético. Este acessório dá um toque de exclusividade a qualquer veículo, pois, apesar de facilmente o vermos em praticamente todas as gamas, ainda há pouco tempo estava reservado a veículos premium. O vidro na parte superior permite que a luz entre no habitáculo, criando uma atmosfera mais agradável e natural, mais ainda quando o dia está nublado e cinzento. A carroçaria exterior também é influenciada pelo contraste de cor entre o vidro e resto do carro.
Tenhamos em conta a diferença entre teto panorâmico e teto de abrir. O primeiro está fixo e não pode ser levantado para que passe o ar, tal como acontece no teto de abrir. Nestes últimos há diferentes vantagens, como ajudar a melhorar a sensação de má disposição ou servir como distração para os mais pequenos.
Por outro lado, o isolamento acústico que oferecem é algo inferior por comparação com os tetos tradicionais, pois independentemente de se fecharem com cortinas ou filtros para raios ultravioleta, o vidro isola menos do que o ferro. Além disso, apesar de parecer gerar amplitude no interior do habitáculo, a instalação do teto panorâmico obriga a eliminar uns centímetros de altura para a cabeça e são mais pesados, podendo influenciar o consumo final do carro.
O calor na cabeça, um dilema na segurança
Nesta altura em que o calor aperta, a opção de um teto de abrir pode ser interessante, já que permite arejar e oxigenar o interior do carro em viagens mais longas ou depois de grandes períodos de estacionamento ao sol. Mas pode ser uma desvantagem já que, mesmo com a cortina fechada, a força do sol aquece de maneira direta as nossas cabeças.
O calor afeta a concentração e tem consequências diretas na nossa segurança, provocando um efeito invernal que aumenta a temperatura do carro mais de 15ºC sobre a temperatura exterior. Se o veículo estiver estacionado, o aquecimento é maior do que se dispuser de um teto normal. Isto é algo que se pode compensar com um sistema de climatização adequado, para voltar a ter um interior confortável.
Em qualquer caso, o teto panorâmico deve ser escurecido e, a não ser que conduza habitualmente em locaos de calor constante todo o ano, não vai supor um grande incómodo a considerar.
Segurança em caso de acidente
Este é talvez o ponto mais polémico. A realidade é que, hoje em dia, os nossos veículos estão preparados para ter vidros panorâmicos de série, graças à rigidez e resistências das carroçarias e dos pilares longitudinais que os suportam. Neste sentido, o cristal não se deforma dada a sua enorme grossura e a instalação num sistema específico. Mas o que aconteceria em caso de ruptura?
Em caso de acidente com capotamento, o teto de vidro é suscetível de se partir, transformando-se num elemento agressivo para os passageiros no interior, não só pelos pequenos pedaços de vidro que cairiam, mas também por permitir uma ampla abertura através da qual outros objetos externos poderiam passar. Em caso de acontecer mais do que um capotamento, o teto de vidro poderia tornar-se mais frágil do que o aço, deixando o interior exposto.
De qualquer forma, isto aconteceria em casos nos quais a instalação do teto panorâmico não tenha sido feita por um profissional ou se não foi instalado de série no veículo. Por outro lado, os fabricantes dedicam os seus esforços a melhorar a segurança dos seus modelos, testando materiais e componentes, de modo a introduzir novidades e inovações que permitem melhorar a nossa segurança e conforto no habitáculo.
A tecnologia, uma vez mais, ao serviço da segurança
Talvez os primeiros modelos de teto panorâmico nos pudessem fazer duvidar em relação à sua segurança, pois pensar em substituir uma chapa metálica por um vidro era, sem dúvida, muito prejudicial em caso de acidente. Na atualidade, contudo, a grande rigidez de que dispõe não afeta em absoluto a estrutura. O desenvolvimento das novas tecnologias de fabrico permite criar vidros de grande resistência sobre chassis igualmente robustos para, inclusivamente, instalar tetos compostos por várias peças sem pôr em causa a nossa segurança.
É por tudo isso que a sua popularidade é crescente, inclusivamente em utilitários urbanos, monovolumes, berlinas e veículos todo o terreno. Tal como acontece com o parabrisas, os vidros do carro são temperados com uma capa superficial comprimida e um vidro interno, alcançando a mesma resistência do aço. Qualquer vendedor pode assegurar o correto ajuste na construção dos tetos panorâmicos de vidro, mas cada um é livre de pesar as suas próprias questões de confiança.
Fonte: CirculaSeguro.com
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