Películas nos vidros: tipos, vantagens e homologação

André Gomes

29 de Março de 2017

Com a chegada da primavera, os dias são cada vez maiores e a luz solar faz sentir a sua presença com mais intensidade. Se nós pudemos usar óculos escuros, porque não fazer o mesmo às nossas viaturas? Os tipos e vantagens da colocação das películas escurecidas nos automóveis.

Para muitos, mandar colocar películas escurecidas nos vidros é meramente uma questão de personalização das viaturas. Há quem goste do estilo e há quem desaprove a aparência com que os carros ficam. Contudo, os objetivos das películas nos carros não se limitam aos aspetos de ordem estética. As películas escurecidas (há quem lhe chamem simplesmente vidros escurecidos ou fumados) que se colocam nos vidros dos veículos são um filme para laminação de vidros de automóveis. Destinam-se, por exemplo, a proteger o habitáculo e os seus ocupantes da fúria da luz solar (em especial contra os raios UV, os Ultravioletas) e agora que as horas de sol começam a aumentar este aspeto ganha protagonismo (daí que sejam também apelidadas de películas solares).

Mas também com a aplicação das películas aumenta-se a resistência do vidro do carro até sete vezes, tornando-o mais robusto em eventuais quebras motivadas num acidente de viação. A probabilidade do vidro estilhaçar e ferir alguém é menor. Também um ladrão que queira partir o vidro para furtar o veículo verá os seus intentos muito dificultados, dada a maior resistência com que o vidro fica. As películas proporcionam igualmente uma maior privacidade  aos olhares indiscretos (sem afetar a visão para o exterior), bem como um ambiente mais confortável, reduzindo o encandeamento, a radiação ultravioleta e o excesso de calor. Este último aspeto traz consigo outra vantagem: ao reduzir a entrada de calor no habitáculo, o ar condicionado das viaturas funcione com menos potência, permitindo ainda uma distribuição mais homogénea do frio no interior da viatura e que o carro consuma menos combustível.

No mercado, há várias marcas e modelos de películas. E há também películas com diferentes graus e percentagens de escurecimento. A sua montagem não pode ser feita de qualquer maneira, obedecendo a regras definidas pela lei.

Com este enquadramento, temos películas para colocar películas que se destinam a ser postas nos vidros à frente do pilar B e películas destinadas a serem montadas nos vidros que se situam atrás do pilar B do carro. Para quem não está familiarizado com esta classificação, pode dizer-se que na primeira situação se encontram o para-brisas e os vidros do condutor e do passageiro da frente e no segundo cenário enquadram-se os vidros atrás dos lugares da frente (aqui se encaixando os vidros dos lugares traseiros, óculo posterior inclusive).

Nas películas para os vidros à frente do pilar B apenas podem ser aplicadas películas de segurança (que são transparentes ou quase transparentes). Pergunta possível: se são quase transparentes (há películas para a frente do pilar B, de 75% e 70%) por que razão se colocam nos vidros dianteiros? Para quê? Precisamente, porque embora as vantagens de cortar a luminosidade, de reduzir o calor solar e de garantir uma maior privacidade fiquem não sejam tão bem garantidas, há uma outra que se mantém: a que evita a projeção de vidros num embate.

Atrás do pilar B do automóvel, podem ser aplicadas películas solares de escurecimento que podem ser de 5%, 15%, 20%, 35% e 50%. Estas percentagens dizem respeito à luz visível que passa para o interior (transmissão luminosa), pelo que a película de 5% é a mais escura e a película de 50% a mais clara.

Se decidir instalar uma película num ligeiro de passageiros convém fazê-lo junto de empresas credenciadas para o efeito, já que as películas têm que ser homologadas, conforme publicação do Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT). As películas têm, desta forma, que conter a marca de homologação em todos os vidros da viatura e a instalação deve ser executada por uma empresa que forneça o certificado de aplicação.

Montadas as películas nos vidros, o carro tem de ser submetido a uma inspeção extraordinária de Tipo B. Se for aprovada a alteração, os vidros escurecidos terão de ser anotados no certificado de propriedade do veículo nas delegações do IMT (afixação de películas nos vidros é considerada como uma transformação das características do veículo).

O diploma que estabelece as regras das películas (que a lei chama “plásticas”) é o Decreto-lei 392/2007, de 27 de dezembro.