Perante um congestionamento de trânsito, quem stressa mais, a mulher ou o homem?

António Ferreira

21 de Maio de 2013

Perante um congestionamento de trânsito, quem stressa mais, a mulher ou o homem? Um estudo realizado no Reino Unido pela empresa de navegação por satélite TomTom, demonstrou que as mulheres têm mais paciência ao volante. A dita investigação revela que os níveis de stress nos homens são sete vezes mais altos do que nas mulheres, quando se veem perante um congestionamento de trânsito motivado por imperativos na circulação. Vamos conhecer mais detalhes.

A referida empresa, com sede principal em Amesterdão, é especializada em proporcionar produtos de orientação e serviços de navegação para o automóvel, servindo condutores em mais de 40 países. Entre os seus produtos mais famosos, encontra-se o dispositivo de navegação TomTom HD Traffic, capaz de proporcionar atualizações em tempo real, a cada dois minutos, sobre as condições do trânsito nas estradas principais e secundárias mais usadas do país.

Com este vídeo, “I Want to Break Free”, a empresa TomTom promove o HD Traffic, relembrando através da letra da canção dos Queen (“quero libertar-me”) os desejos que todos exprimimos perante um engarrafamento. E não é para menos, sobretudo quando é hora de ponta e estamos nós no nosso trajeto habitual de casa para o trabalho e ao contrário. Serão os congestionamentos de trânsito um mal necessário?

Tenta não perder a calma ao volante

Recordo-me, já faz algum tempo, de uma anedota que um velho amigo me contou, sobre um anúncio de televisão. Era sobre aquela imagem, que decerto ainda se recordam, de um veículo parado a meio de um engarrafamento numa tarde do mês de agosto, e um homem bastante corpulento com expressão perdida, a comer um gelado de cone. Não se tratava de stress, nem tampouco de um gelado que demora o seu tempo a derreter, como pensou o meu amigo. O certo é que me dá vontade de rir de cada vez que me lembro de tal pensamento inocente.

Tratava-se do sistema de ventilação do carro, já que naqueles tempos o climatizador se alastrou como pólvora nos novos modelos, em vez dos ruidosos ar-condicionado. Bom, não tem nada a ver a anedota que vos contei com os sistemas de navegação e orientação nos novos veículos de série, mas imaginem como deviam passar aquelas criaturas da geração Seat 600, e tomem como exemplo uma ida à praia em passeio familiar, tal e qual é visto no filme “Atasco en la nacional” de Josecho San Mateo.

Temos ganho em conforto tanto como em tecnologia, mas assim como nos é evidente que os carros têm rodas, temos de ter consciência que há muito trabalho a ser feito nas estradas que muitas vezes não conseguem dar mais de si. Não há quem evite o efeito funil enquanto houver traçados que se podem ampliar com rails, mais perto da saída das ditas estradas. E vejam, porque se não vamos atentos aos sinais verticais de limite de velocidade, desde a maior à menor, podemos apanhar uma surpresa com a curva final que nos leva à nova via.

Congestionamento de trânsito

Um congestionamento de trânsito pode prejudicar gravemente a sua saúde

Voltemos de novo ao debate sobre quem stressa mais, a mulher ou o homem: psicólogos britânicos especializados em formas de conduta emocional, depois de pôr à prova um grupo de voluntários, tiraram a conclusão que o nível de stress nas mulheres se situava à volta de uns 8,7%, enquanto o dos homens disparava para 60% na mesma situação, ou seja, perante um congestionamento de trânsito. Não será preciso dizer mais, mesmo que não saibamos o motivo, quando nos vemos rodeados de veículos e de pessoas no seu interior, e estas parecem falar sozinhas, as caras são suficientes para percebermos que estão indignadas.

Segundo os especialistas isto pode ser muito prejudicial para a saúde, já que o stress exerce uma pressão sobre o coração e pode causar mau estar como tonturas e problemas de respiração. De nada serve acelerar em ponto morto, precipitando-se sobre o carro da frente, porque este não tem culpa. É um problema de ordenação de trânsito e vai depender da nova situação criada com a organização e colaboração dos utentes.

Contudo, muitos dos participantes no estudo sobre o comportamento dos condutores não estiveram conscientes do seu próprio stress. Um número na ordem dos 67% das mulheres e 50% dos homens disseram que não se haviam sentido stressados, depois de estar 20 minutos num congestionamento de trânsito, mesmo apesar dos resultados mostrarem o contrário. Contudo, e assim citando a conclusão do estudo:

“Os psicólogos explicam que a tensão é maior nos homens porque a sua resposta normal a uma situação difícil é o que se conhece no meio como “luta ou fuga”, ou seja, ou enfrentam-na ou evitam o momento. Mas como num congestionamento de trânsito não podem fazer nenhuma das duas, irritam-se. As mulheres, no entanto, lidam melhor com este tipo de situações utilizando métodos distintos, como por exemplo cantar uma canção que está a dar na rádio, de modo a aliviar a tensão.”

Conduzir de forma segura deve ser um compromisso de todos, e não importa o sexo, desde que a pessoa seja responsável e utilize o senso comum. Ter pressa enquanto se conduz, abusar da prioridade sem respeitar os demais, pensar que sair mais cedo do trabalho fará com que se evite um percurso com menos trânsito, pode pôr-nos mais nervosos. O melhor é adaptarmo-nos à nova situação, sintonizar a rádio de modo a estar informado para nos relaxarmos. De qualquer das maneiras, há que manter sempre a calma e saber que mais tarde ou mais cedo sairemos do congestionamento.