Perguntas frequentes sobre óleo de motor

Alberto Valera

24 de Outubro de 2016

O óleo de motor mineral, semissintético ou sintético tem particularidades que deve conhecer antes de colocar um lubrificante dentro do motor. O Circula Seguro preparou um pequeno manual sobre óleo de motor.

Sintético ou semissintético – Qual o melhor óleo para o seu carro?

O melhor óleo será sempre o sintético. Mais resistente a altas temperaturas e com mais tempo de duração no motor. Também é mais caro, mas o nível de proteção do motor é superior. O óleo semissintético dura menos, protege menos e custa menos. As oficinas preferem e recomendam o óleo semissintético porque o cliente volta a cada 10.000 km (com o óleo sintético voltam a cada 20.000 km) e baixam o preço das revisões porque cortam em metade o custo do óleo e o cliente gosta de pagar sempre menos. Também preferem o semissintético porque o desgaste dos componentes do motor é maior e as reparações ocorrem mais cedo nos veículos que usam óleo semissintético comparativamente aos que usam óleo sintético.

Qual a função do óleo de motor

O óleo tem uma função única e insubstituível para o motor: o arrefecimento dos componentes. Qualquer negligência com este elemento pode resultar em reparações avultadas.

A mistura de óleos, é saudável?

Todos os óleos do mercado (motores a gasolina ou diesel, minerais ou sintéticos), podem misturar-se entre eles. Contudo, a mistura de duas qualidades de óleos diferentes baixa a qualidade superior.

Óleos base – o que são?

Os óleos base são os componentes principais dos lubrificantes. São obtidos por refinação de crudes. De forma muito simplificada, o processo inicia-se com a destilação do crude numa coluna atmosférica que procede à separação dos componentes mais leves presentes no crude, ou seja GPL, as gasolinas, gasóleos, e outros. Desta coluna é extraído um resíduo que é posteriormente destilado em coluna de vácuo e onde, tendo por base as temperaturas de destilação dos vários destilados, são obtidos os destilados dos diferentes “grades” de óleos base minerais. Estes destilados são posteriormente submetidos a tratamentos de melhoria de caraterísticas para os tornar adequados à utilização na produção de lubrificantes. Desta forma nascem os óleos base minerais. Existem também bases sintéticas que podem ter diferentes origens químicas, sendo que para a sua produção são necessárias reações de síntese química, ou seja, reações onde existe rearranjo molecular dos componentes. Para esta síntese química são também muitas vezes utilizados componentes provenientes da destilação do crude.

Índice de viscosidade, o que significa?

A viscosidade é um termo que surge a todo o momento numa conversa sobre óleos de motor. O que representa e que importância tem a viscosidade do óleo?
O índice de viscosidade (IV) é um parâmetro físico-químico que quantifica a variação da viscosidade com a temperatura. Quanto mais elevado for o valor do IV, menos a viscosidade do óleo varia com a temperatura, ou seja, mais estável será a sua viscosidade. Esta estabilidade é importante quer para o arranque a frio dos motores quer para o seu funcionamento a elevadas temperaturas. Num lubrificante com IV adequado, nas baixas temperaturas, típicas do arranque a frio, a viscosidade não é demasiado alta de forma a bloquear ou dificultar o arranque do motor, e a altas temperaturas a viscosidade e consequentemente a película de lubrificante não desce demasiado, o que poderia provocar um desgaste do motor ou mesmo a sua gripagem.
A tendência do mercado aponta para um aumento da oferta de óleos menos viscosos que trabalhem a temperaturas mais elevadas.

Colocar aditivos no óleo do motor faz sentido?

Em geral as formulações dos lubrificantes auto, quer minerais quer sintéticos, incorporam sempre aditivos. Os aditivos presentes num determinado lubrificante foram selecionados tendo em consideração as caraterísticas finais que se pretendem para o lubrificante e as suas respectivas dosagens foram afinadas tendo também em consideração as interações entre eles e o nível de desempenho pretendido para o lubrificante. Este desempenho é validado quer em ensaios físico-químicos quer em ensaios em motor. Estes ensaios em motor são desenvolvidos pela indústria dos lubrificantes em parceria com os construtores de automóveis e as especificações existentes são a base para a avaliação do desempenho requerido para o lubrificante adequado a um determinado tipo de motor. É portanto totalmente desaconselhada a adição posterior de qualquer tipo de aditivação já que pode por em causa as caraterísticas do lubrificante adquirido e a sua adequação às especificações requeridas.

Sabe escolher o lubrificante para o seu carro?

A maioria das oficinas utiliza óleos semissintéticos (muitos concessionários oficiais também o fazem) quando o “Manual do Proprietário” recomenda óleo sintético. Seja exigente neste capítulo e não facilite com o óleo do motor. Faça sentir a quem assiste o seu automóvel que o óleo não se discute. Sempre que escolher um óleo não recomendado pelo fabricante está a arriscar a integridade dos componentes do motor e a reduzir drasticamente a vida útil do motor e da caixa de velocidades.