Ponha-se nos meus pedais

Redacción Circula Seguro

26 de Maio de 2023

Com a chegada do bom tempo, aumenta o número de utilizadores que decidem trocar o carro ou o transporte público pela bicicleta. São muitas as vantagens deste meio de transporte:  Aproveitar o ar livre, praticar desporto, não poluir, não sofrer engarrafamentos, não consumir combustível, poupar… Normalmente, falamos das orientações que cada ciclista deve seguir para fazer as suas deslocações com total segurança. No entanto, é de notar que os outros utilizadores da estrada também devem por-se nos pedales dos ciclistas, especialmente quando são condutores de automóveis, carrinhas, autocarros ou camiões. Em todos os casos, trata-se de veículos que podem comprometer a segurança dos ciclistas e que devem, portanto, colocar-se no seu lugar para garantir uma convivência e um respeito ótimos.

Na estrada não há nada como empatizar com o outro utilizador. Isto é especialmente importante quando estamos a falar de utilizadores vulneráveis da estrada, como os ciclistas. Não contam com um chassis que os proteja e, para além, em alguns casos experimentam inexperiência ou nervosismo por conduzirem com outros utilizadores da estrada mais volumosos e, portanto, potencialmente perigosos para a sua segurança.

Ponha-se nos meu pesais porque

1-Os ciclistas andam mais devagar que os outros veículos. Não têm motor e, portanto, dependem da sua pedalada ou inércia. As bicicletas elétricas prestam ajuda ao pedalar, mas em nenhum caso é comparável à velocidade dos automóveis, motas e outros veículos motorizados.

2-Podem não ter experiência suficiente em bicicleta. Quando um utilizador conduz um automóvel e acaba de tirar a carta de condução, sabemos que é um principiante pela letra L na parte traseira do veículo. Não é o caso de um ciclista, que pode estar a andar de bicicleta pela primeira vez ou não ter experiência suficiente em duas rodas.

3-Os pontos cegos ou ângulos mortos podem ser especialmente perigosos. São as partes do veículo em que o condutor não consegue ver os outros utilizadores da estrada. Isto é particularmente perigoso quando o condutor pretende realizar uma manobra como marcha-atrás, estacionar, mudar de faixa ou virar. Os meios de transporte menos volumosos são os mais vulneráveis, como ciclistas, peões, motocicletas… E normalmente, há uma maior quantidade de ângulos mortos quanto maior for o veículo.

4-A ultrapassagem pode comprometer a sua estabilidade e segurança. O ciclista pode ficar nervoso quando um carro passa bem perto. Pode comprometer o seu equilíbrio e provocar a sua queda. Por isso, recomenda-se deixar uma distância lateral de 1,5 metros. Também deve ser mantida uma distância na frente e atrás para permitir uma reação no caso de imprevistos.

5-Há manobras que lhes podem resultar especialmente difíceis como as custas ou as curvas muito fechadas. Recorda que a bicicleta se move, em grande parte, pelo exercício físico do utente. Por isso, há certas manobras ou situações nas que o ciclista pode se ver afectado como, por exemplo, numa subida ou inclusive uma baixada, onde pode chegar a perder o controle.

6-As bicicletas não podem circular pelas aceras e, portanto, devem o fazer pela calçada se não há carriles bici. Os utentes de bicicleta optarão por circular pelos carriles bici habilitados para isso. No entanto, na maior parte de ocasiões têm que circular pela calçada e fazer frente a todos os riscos de tráfico.

7-Podem ter certo desconhecimento do regulamento de circulação. Para utilizar uma bicicleta não é necessário obter nenhuma permissão e, portanto, não é obrigatório se aprender o regulamento. Os condutores devem ser conscientes disso e o ter em conta.

Desde Fundação MAPFRE recomenda-se conhecer as normas de circulação dantes de apanhar uma bicicleta com o objectivo de garantir a segurança e não cometer infracções.

8-São especialmente ágeis e de tamanho pequeno. Portanto, há que ter precaução na abertura de portas quando o veículo está estacionado ou parado.

9-São pouco visíveis, especialmente de noite. Por isso, devem levar luzes e elementos reflectantes. O condutor de turismos, furgonetas, camiões ou autocarros deve ter em conta este factor e incrementar sua precaução, sobretudo nas horas de menos luz ou nas vias pouco alumiadas.

10-O estrés e as pressas não são boas para nenhum utente da via. Recorda que muitos destes ciclistas podem ser repartidores que estão em sua jornada trabalhista. Quanta mais pressa há, mais possibilidades de cometer imprudencias.

A paciência é necessária para a convivência de todos os utentes da via. Põe no lugar do outro sempre e tem em conta que há que extremar a precaução com os utentes vulneráveis.