Como já referimos em várias ocasiões, os sistemas de retenção infantil são elementos indispensáveis e obrigatórios por lei para viajar com bebés e crianças de carro. No entanto, a sua utilização vem acompanhada de certas dúvidas e até de alguns mitos. Por isso é importante, para saber mais sobre a escolha a fazer, o modo de instalação e uso, recorrer a fontes mais fiáveis, como é o caso do próprio IMT ou à Fundação MAPFRE. Esta última está a realizar um verdadeiro trabalho de consciencialização, pondo numerosos recursos ao alcance de toda a gente.
Um dos temas mais discutidos pelas autoridades e também pelos pais é a aquisição de cadeirinhas de segunda mão. Todos os especialistas desaconselham este tipo de compras no que toca a sistemas de retenção infantil. Saiba os motivos.
Às compras em segunda mão, juntam-se também as cadeirinhas que já foram utilizadas há algum tempo por filhos mais velhos ou familiares.
O que tem de mal uma cadeira em segunda mão?
Antes de comprar uma cadeira de bebé, é conveniente saber várias coisas. Uma delas é a normativa i-Sizze, que regula o uso e funcionamento e que tem vindo a ser alterada ao longo do tempo.
Este é um dos primeiros motivos pelos quais comprar uma cadeirinha de segunda mão nos pode levar a cometer certos erros que podem vir a afetar a segurança dos mais pequenos. A cadeira em segunda mão pode ter sido fabricada sob standards diferentes e menos exigentes quando comparados com os que vigoram na atualidade. Isto soma algum risco à sua utilização.
Do mesmo modo, é muito complicado conhecer as circunstâncias exatas do uso anterior da cadeirinha. Isto pode afetar diferentes aspetos da segurança oferecida. Por exemplo, que tipo de cuidados e manutenção tiveram da parte dos donos anteriores e, até, se estava montada de forma correta.
Se estes pontos não foram feitos adequadamente, somado a que possa ter sofrido algum estrago ou acidente, pode acontecer que os materiais ou peças tenham sido afetadas. Deste modo, um dano que não seja detetável à vista é também uma possível agravante do risco. A recomendação é que, sempre que se sofra um acidente, se substitua o sistema de retenção infantil.
As cadeiras infantis também caducam
Os anos não passam ao lado das cadeiras. Ao adquirir uma cadeirinha em segunda mão, pode ser difícil, senão impossível, averiguar com certeza a data de fabrico. De acordo com a Fundação MAPFRE, a data de validade das cadeirinhas infantis depende de cada modelo e fabricante. Algumas podem ficar obsoletas volvidos três ou quatro anos, enquanto outros modelos podem durar um pouco mais, até aos seis anos.
Por isso, é importante conhecer as referências do fabricante nesse aspeto. De facto, fatores tão subtis como a exposição continuada e quotidiana até a luz solar, podem ter influência na segurança da cadeirinha, causando gretas no material e aumentando em consequência da sua fragilidade.
Igualmente, o manual é um elemento que não se costuma incluir nas vendas de cadeirinhas de bebé em segunda mão. E esta é uma leitura de que não devemos abdicar, para garantir aspetos como a correta instalação ou manutenção.
Todos estes fatores fazem com que seja mais do que desaconselhável a compra em segunda mão, sobretudo se já tiverem sido utilizadas por períodos grandes de tempo ou, simplesmente, se não conhecemos a sua procedência.
Precauções ao comprar uma cadeira em segunda mão
Esta aquisição em segunda mão acontece devido ao preço dos sistemas de retenção infantil. Pode tratar-se de um gasto considerável para a economia de muitas famílias e não existem ajudas para a compra das mesmas, como seria desejável. A Fundação MAPFRE indica uma série de recomendações e precauções importantes:
- Não deve ter estado exposta nunca a um acidente.
- Conta com as etiquetas de número de série e data de fabrico
- Não foi retirada do mercado fruto de algum problema.
- Que conte com todas as partes, incluindo aquelas que se vão adaptando conforme a criança cresce.
- Não apresenta estragos nem defeitos de nenhum tipo (desgaste ou oxidação)
- Que traga o manual de instruções
- Que não supere os seis anos após a data de fabrico.
É fundamental seguir este tipo de indicações à letra, pois a segurança dos mais pequenos depende em grande medida das decisões que tomamos.
Fonte: CirculaSeguro.com
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