A prioridade não é um direito absoluto

Jorge Ortolá

16 de Junho de 2014

A prioridade, só por si, não é um direito absoluto. Segundo a legislação em vigor o direito de passar em primeiro lugar em relação a outro depende de situações, muito concretas, que o proporcionem. No entanto, essas situações, podem estar sujeitas a alterações que a condicionam.

Muitos são os condutores que sabendo ter prioridade, insistem em não observar a segurança da mesma em detrimento do conflito eminente. Forçam a passagem, muitas vezes, sabendo que tal pode vir a ter consequências nefastas.

Saber abdicar de um direito

O meio de circulação rodoviário é um conjunto de acções complexas que integra não apenas o condutor, seja de que  tipo de veículo for, mas também os peões, muitos diferentes uns dos outros, assim como animais.

Ainda que haja regras que regulam a forma como se deve transitar, a verdade é que essas regras não tem um alcance absoluto, ou seja, não chegam a todos os peões, muito menos aos animais e não são compreendidas ou apreendidas por todos os condutores.

Muito recentemente, uma alteração à regra da prioridade veio alterar de forma radical, e aqui radical não tem o significado de extremista, mas sim de comportamento, a prioridade de passagem, nas interseções, quando no local está presente um velocípede.

Esta foi uma alteração já muito debatida, é verdade, mas pouco apreendida. Não podemos evocar desconhecimento da legislação em vigor, mas a bom rigor sabemos que muito se fala mas pouco cuidado houve em, realmente, informar e formar todos os intervenientes com o novo enquadramento legal.

Os elementos mais vulneráveis

Os ocupantes mais vulneráveis do meio rodoviário são, sem dúvida, os ciclistas, os peões e os animais. No entanto, os elementos que menos vulneráveis em conflito directo com estes não têm o cuidado de analisar essa vulnerabilidade e perceber que devem, por vezes, abdicar de uma eventual prioridade em relação a eles e dessa forma evitar um mal maior.

Devemos observar que em caso de acidente, o menos importante é quem tem razão, mas sim que ninguém saia magoado da ocorrência. O que nunca saberemos é se tal vai acontecer antes do conflito. Assim, mais vale prevenir do que remediar. Por isso se fala tanto em “Prevenção Rodoviária“.

Foto¦ JN