Quais as causa de chumbo mais frequentes no IPO?

Alberto Valera

2 de Novembro de 2017

Ainda são muitos os veículos que chumbam nas inspeções periódicas. O Circula Seguro explica-lhe porquê, para o seu carro não ser o próximo a seguir o mesmo destino.


A ANCIA, que cita o relatório anual de inspeções técnicas a veículos rodoviários do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), adianta que as principais causas de reprovação de veículos em 2016 foram as luzes e equipamento elétrico, quadro, direção, suspensão e pneus, desconformidades idênticas à de anos anteriores. Passar na inspeção periódica não é apenas inscrever o veículo, passar por uma plataforma de testes, pagar e sair. É muito mais. Esta taxa de reprovações significa que em 5,8 milhões de viaturas inspecionadas em 2016, mais de 614 mil foram detetadas com desconformidades relevantes e, portanto, impedidas de circular sem antes reporem as condições técnicas adequadas à circulação nas estradas. Claro que continuam a existir ilegalidade no acto de passar a inspeção, nomeadamente o pagar à oficina que tem um conhecimento no centro que facilita a aprovação do veículo, mas a situação também diminuído.
A partir dos quatro anos, o seu carro tem de começar a ir ao centro de inspeções, no caso de se tratar de um veículo ligeiro. Estes carros são submetidos a testes que têm como ojetivo garantir que não colocam em risco os seus ocupantes nem qualquer outro utente da estrada. Esquecer esta obrigação, para além de ser um perigo, pode levá-lo a ser multado num valor que pode ir dos 250 aos 1250 euros.
Em caso de chumbo, e se se tratar de uma falha menos grave, o veículo pode deslocar-se do centro e inspeção para uma oficina. No caso de se tratar de uma deficiência grave, o carro é impedido de circular e só pode sair do centro de inspeção em cima de um reboque.
Assim, para evitar estas situações, convém saber quais as falhas mais comuns que impedem a provação na inspeção, resolvê-las atempadamente e, então, submetê-la ao teste.


Iluminação e sinalização

As luzes do veículos são geralmente fonte de problemas e trazem mais multas do que as esperadas e, em inspeção, causam uma elevada taxa de chumbo. São vários os “problemas” que são considerados graves em inspeção, como por exemplo: que não funcionem as luzes de máximos e de médios, os faróis de nevoeiro, as luzes de marcha-atrás ou os piscas (mesmo no caso da intermitência ser irregular), nenhua das luzes de travagem ou nenhuma das luzes de presença traseiras. Também é considerada falha grave quando não existe iluminação da matrícula ou que esta seja de um cor “fora da lei”. As falhas nas luzes representam em torno de 27% dos defeitos graves.
Este problema tem uma solução tão simples, que basta pedir a alguém que fique fora do carro e verifique o funcionamento das luzes medida que as vai acionando a partir do interior.

Emissões irregulares de gases de escape

A emissão de gases contaminantes preocupa cada vez mais o mundo automóvel e é precisamente um dos pontos a que mais atenção se dá na inspeção. Como o parque automóvel português está numa idade média, alguns veículos têm problemas desta espécie. Antes de mais convém verificar o nível de óleo. Se for insuficiente, o teste de emissões não pode ser feito e é considerado um defeito grave. São também falhas graves quando se superem os níveis permitidos de gases de CO2 e também os gases que passam pela sonda lambda. Nos carros a gasóleo, verifica-se também o nível de opacidade. Este defeito representa praticamente 20% dos chumbos.
Neste caso é difícil diagnosticar o problema facilmente, mas pode estar atento a alguns sinais: perceber se sai muito fumo do escape ou até se o carro se “vai abaixo” com facilidade.

Eixos, rodas, pneus e suspensão

Em toda a parte inferior do veículo, há muitos componentes que podem falhar. Nos pneus, por exemplo, não basta que o desenho do piso tenha uma profundidade superior a 1,6 mm. Há outros defeitos: se estão mal montados, se não estão homologados ou se são diferentes em dimensões no mesmo eixo, se têm bolhas, deformações ou gretas. Nas jantes, por seu lado, não podem faltar porcas ou parafusos, e não podem ter pancadas que provoquem a perda de ar. São problemas que representam 21,5% dos chumbos.

Pode verificar os pneus antes de se deslocar à inspeção. No caso do seu veículo já ter mais de 100 mil kme nunca mudou de amortecedores, podem sempre deslocar-se a ma oficina para verificar o seu estado.

Travões

Ainda que não sejam motivo de chumbo tão grande como noutros elementos, nas inspeções verificam-se com muita atenção o estado dos travões. Para não entrarmos num excesso de detalhes técnicos, o fundamental passa por evitar algumas falhas graves como uma força de travagem pouco progressiva, travões que tardam em atuar, pouca eficácia do travão de mão, curso do pedal demasiado longo ou demasiado curto e fluído de travões insuficiente. Neste particular temos 9% dos chumbos nas inspeções.
São poucos os condutores que têm conhecimentos de mecânica para verificarem o estado dos travões, mas não é difícil detetar alguns sintomas que indiciem avaria. Por exemplo, pedal muito suave ou pedal muito duro ou tonalidade muito escura do fluído dos travões.

Exterior da carroçaria

Este aspeto representa 6,5% dos chumbos em inspeção. Não é um caso muito comum, mas o exterior do veículo também pode levar ao chumbo num IPO. Aqui é examinada a conservação dos elementos externos da carroçaria, as matrículas e os retrovisores.

O exterior do veículo não deve apresentar riscos muito profundos com arestas afiladas ou cortantes. Em caso de impacto, o para-brisas ou os retrovisores não devem ser um problema de visibilidade para o condutor.

Fonte e fotos: ANCIA