Jorge Ortolá

20 de Maio de 2013

Nem sempre a razão é aquela que desejamos ou simplesmente queremos constatar. Muitas são as vezes em que observamos determinadas ações e criticamos sem antes fazermos uma verdadeira avaliação da sua razão ou do seu alcance.

Quando a Guarda Nacional Republicana coloca nas estradas portuguesas operações de fiscalização em períodos festivos ou de férias, fá-lo no sentido de fiscalizar irregularidades rodoviárias que possam condicionar a segurança dos próprios infratores e dos demais utilizadores do meio rodoviário, mas também apoiar/ regular o fluxo de trânsito com vista a melhorar essa mesma fluidez e aumentar a segurança.

Acontece que essa segurança não depende dos mais de mil agentes que habitualmente são colocados em operacionalidade, mas sim essencialmente das atitudes de cada utilizador da via pública. Nota-se, em muitos casos, que os condutores apresentam um mau estar à presença dos agentes da autoridade. Tal deve-se ao facto de esses condutores, de alguma forma, se sentirem ou saberem que em algum momento são transgressores negligentes.

Vozes levantam-se contra o facto de existirem radares escondidos num verdadeiro jogo do “gato e do rato”, entre as autoridades e os condutores. Se a bom da verdade o facto dos aparelhos medidores de velocidade estarem ocultos aos condutores, faz pensar que estamos na presença de uma “ratoeira” de caça á multa, não é menos verdade que os condutores abusam da velocidade, algumas vezes de forma inconsciente, mas noutras vezes num estado muito consciente e em locais de risco elevado.

Este risco condiciona sempre o bem-estar alheio, uma vez que muitos são os locais onde o fluxo de trânsito de peões e ciclistas é de tal ordem que facilmente cria situações surpresa, as quais não se coadunam com a possibilidade de se decidir em conformidade com a segurança rodoviária.

Coloca-se então a questão; Não seria mais proveitoso estarem as autoridades visíveis, nesses locais de risco elevado, desenvolvendo ações dissuasoras à prática desse excesso de velocidade e pedagogicamente corretas com as boas práticas da segurança rodoviária?

Outra questão que se coloca vai de encontro a uma resposta que não existe; Quais são os proveitos obtidos quando, num local de radar oculto, um condutor é detetado em excesso de velocidade, se despista e mata ou morre? O que é ganho?

Por último, questionam-se os condutores sobre que proveito tem quando transitam em zonas habitacionais ou de risco elevado a velocidades elevadas e, por motivos vários, têm um acidente e matam ou morrem? Que conseguem de proveitoso?

Afinal, de que lado está a razão? De quem oculta radares sem conseguir precaver um sinistro fatal ou de quem transgride sem prevenir o conflito rodoviário?