Abordei neste espaço a questão da educação rodoviária em Portugal e a existência de Centros de Educação Rodoviária, já algumas vezes, no sentido de alertar consciências para a importância de se começar desde cedo a educar os futuros condutores. Esta prática, acontecendo, terá reflexos no futuro, nomeadamente com a diminuição da sinistralidade rodoviária.
Não é de forma alguma intensão deste espaço procurar algum tipo de conflito ou visibilidade de alguém, mas sim trazer à praça o que de bom e menos bom vai acontecendo, tentando, desta forma e como já aconteceu, que se possa melhorar em prol de todos os utilizadores do meio rodoviário português.
De Centro de Educação Rodoviária a estaleiro de obras
No dia 2 de Dezembro de 2013, há mais de um ano, apresentei aqui uma situação de um Centro de Educação Rodoviária, na cidade de Coimbra, que se encontrava com sinais de abandono, sem qualquer tipo de utilização, apesar de ter mais de uma década de existência.
Aquele espaço, que tinha todas as condições para prestar um excelente serviço público de formação a crianças e jovens, para além de nunca ter sido explorado pela autarquia da cidade dos estudantes, agora virou estaleiro. Ali foram colocados contentores de apoio a trabalhadores camarários e, mais uma vez, a educação rodoviária foi posta fora de plano.
Com comportamentos sociais destes, por parte de instituições públicas que têm o dever de implementar acções de sensibilização e formação rodoviária infantil e jovem, em espaço adequado para tal, não é expectável que, dentro de uma ou duas décadas, a taxa de sinistralidade rodoviária e os números de mortalidade possam diminuir para valores equiparados com os países mais desenvolvidos da Europa.
Da nossa parte, vamos continuar a trabalhar no sentido de alertar mentalidades, jamais politizando a situação, até porque não é essa a nossa missão, mas também não fecharemos os olhos a situações aberrantes como esta que acontece na cidade de Coimbra.