Quantas peças são precisas para produzir um automóvel?

Alberto Valera

14 de Novembro de 2018

De certeza que já por mais de uma vez se questionou sobre quantas peças são precisas para produzir um automóvel? A resposta, obviamente não é um número fixo: vai variar de carro para carro, de modelo para modelo, de marca para marca.

Mesmo dentro da mesma marca, pode não ser igual de uma versão para outra. Fomos falar com um fabricante de automóveis para ter ideia do número de peças aproximado.
Um automóvel é formado por cerca de 4000 componentes, procedentes de uma centena de fornecedores de vários países. Trata-se de um complexo puzzle que o departamento técnico de uma marca se encarrega de encaixar na perfeição. Neste departamento utilizam diferentes tecnologias para assegurar que todos os componentes de um automóvel encaixam. A equipa encarregada deste processo trabalha com uma precisão de 1 décima de milímetro.

Cada carro é um puzzle perfeito

Obviamente, montar todas as peças que compõem um automóvel é semelhante a montar um quebra-cabeças, mas com um grau de dificuldade multiplicado por milhões. Tudo deve ser e estar perfeito no processo de montagem, pois não existe espaço para o erro. Na SEAT, por exemplo, trabalham com estruturas de alumínio que simulam as diferentes secções do veículo. O objetivo é que o cliente, ao ver o seu automóvel, o sinta como um todo compacto, preciso, perfeito e com qualidade.
Depois de trabalharem a parte das estruturas em alumínio, passam para os pontos de medida. Antigamente, a tecnologia tátil permitia medir um ponto por segundo, agora, graças à fotometria e ao scanner laser, é possível medir 200 mil, por segundo. Atualmente, a quantidade de informação é superior, por isso os técnicos são capazes de entender o comportamento de cada uma das peças do veículo em menos tempo, sendo assim muito mais simples introduzir melhorias. A realidade virtual permite multiplicar de forma exponencial os pontos de análise. Graças a pessoal qualificado, podem ser mais rápidos e ágeis no processo.

Precisão milimétrica

Como já frisámos, no momento de montar um veículo não há espaço para erros. Assim, a união de cada uma das peças que compõem cada modelo é analisado com um nível de detalhe de 1 décima por milímetro. Este trabalho não só garante uma perceção uniforme que pode agradar ao cliente, mas também assegura questões puramente funcionais. É preciso perceber que não existe um “buraco” para entrar água ou ruídos parasitas que tornem a condução desconfortável. É muito importante o encaixe entre o pára-brisas e a estrutura, para evitar problemas aerodinâmicos.

O trabalho da equipa de medições é constante em todo o processo de produção. As peças chegam a cada zona de produção para serem validadas, mas são revistas e mantém-se a rolar durante todo o processo de produção. Com isto, asseguram-se os requisitos de qualidade da marca. O controlo está sempre a ser realizado até à entrega ao cliente final.
Os fornecedores são cerca de 90, oriundos de 12 países da Europa, Ásia e Norte de África.

Fonte: SEAT