A cada quatro minutos a vida de uma criança é prematuramente perdida numa estrada por esse mundo fora, muitas mais ficam feridas, muitas vezes severamente e com problemas crónicos de saúde. Estes eventos traumáticos causam sofrimento e uma dor imensurável, mas não somente à criança, por vezes trazem, ou aumentam, as dificuldades económicas para as famílias e até para os amigos mais próximos.
Mais, estas perdas humanas custam às sociedades recursos preciosos, desviando os meios sempre escassos para a saúde, não sendo mais usados ao nível da prevenção mas para tratamento de traumatismos e suporte avançado de vida, muitas vezes infrutíferos.
Estatisticamente a maioria das crianças que são vítimas desta calamidade são pobres. As tentativas de abordar a segurança rodoviária para as crianças são, portanto, indissociavelmente ligada às noções da justiça social, e deve ser parte dos esforços globais para reduzir a pobreza.
Geralmente originárias de países em fase de rápida “motorização”, quase todos com baixo rendimentos per capita, onde as estradas são muitas vezes construídas sem a devida consideração para as comunidades por onde passam. Historicamente, este foi também o caso inicial nos chamados países de primeiro mundo, sendo corrigido ao longo das décadas.
A mudança de mentalidade é desesperadamente necessária para assegurar que as estradas em todos os lugares sirvam as necessidades e sejam seguras para todos os que as utilizam, incluindo as crianças, mas também outros grupos vulneráveis, como peões, ciclistas e motociclistas.
Tal mudança é fundamental para que os esforços em curso para promover estilos de vida saudáveis, com o incentivo andar a pé, de bicicleta e outras atividades físicas que tem como objetivo reduzir o excesso de peso e obesidade em todos os cidadãos, mas com especial atenção às crianças, não caia inevitavelmente em saco roto, ou seja um esforço inglório perdido numa estrada qualquer…
Na verdade a perda de vida devido a acidentes rodoviários está em quarto lugar das principais causas da morte para todas as crianças com idade superior a cinco anos e inferior a nove anos, em terceiro para idades entre os 10 e os 14 anos, atingindo o primeiro lugar das causas de morte nas idades entre os 15 e os 17 anos.
Este número de uma criança morta a cada 4 minutos significa que por dia morrem mais de 500 crianças e num ano o número atinge as 186.300 crianças, é definitivamente um flagelo que deverá ser tido em conta na definição de políticas de segurança rodoviária em todo o mundo.
Fonte: OMS
Foto | Gerd Altmann