O que pensam os europeus sobre a segurança rodoviária nas suas cidades?

Redacción Circula Seguro

2 de Novembro de 2023

São seguras as cidades e estradas da Europa? O que pensam os seus cidadãos e que ações e medidas podem ser tomadas para melhorar esta perceção? Em 2022, morreram 20 678 pessoas nas estradas da União Europeia, 4% mais do que em 2021, de acordo com o relatório anual PIN elaborado pelo Conselho Europeu para Segurança dos Transporte (ETSC). Não esqueçamos que a Europa estabeleceu o ambicioso desafio de reduzir para metade o número de mortes e ferimentos graves nas estradas até 2030 e de alcançar a Visão Zero até 2050. Descobrir o que pensam as cidades e quais são os grandes desafios, é vital para nos aproximarmos deste grande objetivo.

Os cidadãos europeus não parecem sentir-se tão seguros como antes nas suas ruas e estradas, de acordo com o Índice de Segurança Rodoviária Urbana 2023, elaborado pela Cyclomedia. Um total de 7 515 pessoas que utilizam as estradas em 25 cidades europeias responderam a perguntas propostas pelos especialistas sobre a sua perceção da segurança atual nas suas ruas e estradas.

Tallin e Oslo são as cidades onde os cidadãos sentem maior segurança. No final da lista estão Istambul, Roma e Milão. Um dos dados mais impressionantes é que 63% dos europeus considerem que houve mais acidentes desde a chegada da mobilidade partilhada. Em cidades como Londres, Paris, Bruxelas, Madrid, Amesterdão, Lisboa e Barcelona, muitos cidadãos são a favor da proibição destes veículos. De notar também que os habitantes das cidades de Istambul e Roma são os que mais temem utilizar as estradas da sua cidade devido ao perigo de acidentes.

O relatório também analisa quais as situações no trânsito são consideradas mais perigosas para os europeus. A este respeito, os cruzamentos são considerados relativamente inseguros, tal como a mudança de faixa. Na verdade, 45% afirma que, por vezes, fazem um desvio para evitar cruzamentos perigosos. Em cidades como Roma (85%), Budapeste (73%) e Bratislava (70%), uma percentagem significativa de residentes está de acordo em que as passadeiras na sua cidade criam situações de trânsito perigosas.

Todas as cidades precisam mais áreas verdes. E esta perceção está mais enraizada em Istambul e Lisboa, onde 90% dos habitantes está de acordo em que é necessária mais vegetação.

Também devemos destacar que a maioria dos habitantes em quase todas as cidades europeias, está de acordo com que a disposição das estradas e passeios torna impossível acirculação de pessoas com deficiência nas suas ruas. Os habitantes de Roma e de Lisboa estão particularmente de acordo, com 87% e 85% respetivamente.

Assim, é de notar que 80% dos cidadãos europeus consideram uma boa ideia a proibição do álcool na estrada e 75% ficam incomodados quando observam condutores a utilizar o telemóvel enquanto conduzem, andam de bicicleta ou a pé.

O que pode ser feito para melhorar a segurança rodoviária urbana? Para 52% dos europeus, a separação das estradas deve ser melhorada e 40% pensam que as ciclovias devem ser melhoradas. Da mesma forma, 31% são favoráveis a uma melhoria das marcas na estrada e 26% consideram que uma melhor iluminação ofereceria uma maior visibilidade. Para além, 19% dos cidadãos europeus afirmam que os cruzamentos devem ser mais claros, 24% consideram que os limites de velocidade devem ser reduzidos e 21% que os sinais de trânsito devem ser melhorados, para que sejam mais claros.

Finalmente, 16% consideram que os automóveis devem ser proibidos no centro das cidades e 14% pensam que é importante instalar mais lombas nas estradas para reduzir a velocidade.

Estes resultados mostram que ainda há muito a fazer para melhorar a segurança rodoviária em todos os países europeus. Estudos como este são uma ferramenta eficaz para que as administrações públicas continuem a adotar medidas para que os seus cidadãos possam sentir-se seguros nas estradas públicas.