O verão está a começar e aumenta o número de viagens longas para aproveitar o bom tempo e as férias. No entanto, a vontade de chegar ao destino não podem ser uma razão para ir mais depressa do que o recomendado. Os limites de velocidade estabelecidos nas estradas estão para garantir uma condução com segurança sem pôr em risco os utentes da estrada. Se ainda não está convencido das razões para respeitar sempre os limites, especialmente no verão, não perca as dez razões a seguir.
1-O facto de correr mais não significa chegar antes. Nem tudo depende da velocidade. Há circunstâncias que escapam ao seu controlo, como eventuais engarrafamentos, encerramentos de estradas, condições meteorológicas, mais paragens que as programadas inicialmente… Como verá, não vale a pena pôr-se em risco, mesmo que consiga adiantar alguns minutos.
2-Quanto maior velocidade, maior distância de paragem. Por um lado, temos a distância de reação, ou seja, a distância percorrida até o condutor reagir e, por outro, a distância de travagem, que é a distância até o veículo parar. Tudo soma para determinar a distância total de paragem. Em suma: maior velocidade, mais quilómetros percorre antes de poder parar o veículo.
3-Qualquer acidente em que esteja envolvido terá consequências muito mais graves se estiver a ultrapassar a velocidade. Sabia que um aumento de 1 km/h na velocidade média do veículo provoca um aumento de 4% – 5% nos acidentes mortais? A Organização Mundial de Saúde oferece esta informação e também destaca que os utentes da estrada são mais suscetíveis de sofrer lesões a velocidades mais elevadas, tanto em colisões frontais como em laterais. Em suma, pode dizer-se que quanto maior for a velocidade, maior será a gravidade das lesões.
Uma colisão a 50 km/h equivale a uma queda de um terceiro andar, segundo a DGT. Se a colisão ocorrer a 120 km/h, é semellhante a cair do 14.º andar, e do 36.º andar se a velocidade for de 180 km/h. As lesões são letais.
4-Piores são as consequências se estiverem envolvidos utentes vulneráveis, como peões, ciclistas e motociclistas. A OMS refere que um peão adulto tem um risco de morte inferior a 20% se for atropelado por um automóvel que circule a menos de 50 km/h; mas se a velocidade for de 80 km/h, o risco de morte aumenta para quase 60%. Trata-se de utentes vulneráveis que não têm um chassis para os proteger de atropelamento ou colisão.
5-Ocorre o efeito túnel, ou seja, a velocidade afeta o processo de perceção visual e, portanto, os perigos na berna da estrada são menos perceptíveis. Isto é especialmente perigoso nos cruzamentos. O olho é incapaz de detetar imagens laterais, precisamente devido a esta velocidade excessiva.
6-A capacidade de assimilar o que se passa à sua volta é reduzida e, portanto, a sua antecipação diminui e favorece o aparecimento de outros fatores particularmente perigosos ao volante, como a fadiga, a agressividade ou as distrações.
7-A velocidade torna mais difícil efetuar determinadas manobras, por exemplo, as curvas. Também custa mais corrigir possíveis erros de condução, como não sair da faixa correta ou conduzir na faixa errada.
8-A velocidade afeta a segurança do veículo. Se conduzir a uma velocidade excessiva, especialmente em curvas, a instabilidade aumenta e pode mesmo perder a trajetória ou derrapar. De acordo com a DGT, o risco de sair da estrada nestes casos pode ser até três vezes maior.
9-Os outros utentes não conseguem perceber corretamente a sua velocidade e, portanto, têm dificuldade em calcular corretamente a sua distância. Portanto, há também um maior risco de colisão com outros veículos.
10-O não cumprimento da lei da velocidade máxima implica uma coima e a retirada de pontos, que variam em função da ultrapassagem do limite de velocidade.
Dez razões mais do que suficientes para respeitar sempre os limites máximos de velocidade este verão, e não só isso, mas também para os adaptar às circunstâncias específicas da estrada. Desfrute da viagem, mas com a garantia de circular a uma velocidade adequada.