A segurança rodoviária é uma atitude de cada um de nós. Entre os diversos elementos que estão presentes no Sistema de Circulação Rodoviária, existe um que é comum a todas as vertentes. Esse elemento é cada um de nós que estamos a ler este post. E esse elemento é o mais importante de todos, uma vez que é o elemento capaz de analisar o meio envolvente e decidir como agir em conformidade, de acordo com os seus conhecimentos e experiência, sempre na busca da segurança.
Nós, elementos de preponderância elevada, surgimos no SCR no papel de peão, condutor e passageiro. Em qualquer um destes papeis devemos apresentar uma postura positiva e ponderada, capaz de criar as melhores condições de interação entre os diversos utentes da via. Muitas são as vezes em que praticamos ações de risco, não as identificando como tal ou não as reconhecendo efetivamente.
O condutor
O papel de condutor tornou-se, ao longo dos tempos, um papel de prepotência rodoviária, onde a ostentação de melhores viaturas pode, por vezes, atribuir uma posição social num grupo restrito. Este estado faz com que “aquele” condutor se esqueça que existe uma conduta de respeito pelos demais utentes da via pública, levando-o a um estado público caricato, numa verdade rodoviária que poucos conseguem ou querem ver. A verdade da sinistralidade rodoviária e todas as suas nefastas consequências, sinistralidade esta que com um pouco de altruísmo seria evitada.
O peão na via pública
Antes de sermos condutores do que quer que seja, somos peões que utilizam o meio de comunicação terrestre, a via pública. Deste modo, ainda que não haja um documento oficial que nos habilite a circular nessa mesma via pública, existem sim uma responsabilidade civil e uma criminal que nos rege, às quais somos submetidos se prevaricarmos.
Essas responsabilidades são atribuídas aos pais ou tutores de crianças até aos 16 anos de idade. E assim sendo, coloca-se uma questão em tudo pertinente: havendo uma legislação que regulamenta a postura e comportamentos dos peões, quem forma esses peões? Quem ministra conhecimento para aprendizagem do respeito às regras de trânsito e normas de boa conduta?
Quem fiscaliza o não cumprimento das normas de circulação inerentes aos peões e previstas em regulamentação? Será o senhor policia que, devendo dar o exemplo, atua num contexto divergente, prevaricando ele mesmo aos olhos daqueles que o observam?
Sabendo-se que a educação é um alimento que se fornece em casa, não é menos verdade que no seio escolar devem ser ministradas um complexo de vitaminas com vista a combater a educação precária doseada na família, muitas vezes esta composta por elementos que por si só não dispõem de formação ou informação suficiente, capaz de promover essa mesma educação rodoviária.
Todos sabem que não se pode evocar o desconhecimento da lei como justificação do não cumprimento, no entanto não é pelo facto de conhecermos e sabermos a legislação e regulamentos do código da estrada que ficamos habilitados a conduzir um veículo motorizado, seja ele de duas ou mais rodas. Assim, torna-se evidente que é necessário ministrar ações de educação rodoviária a crianças e jovens, introduzindo um programa formativo progressivo no curriculum escolar.
Estou em crer que a introdução da educação rodoviária no curriculum escolar, mais do que a atual página única dos manuais do ensino básico, e com o desenvolvimento paralelo de ações formativas e de sensibilização pontuais a crianças e jovens, conseguir-se-á, em duas décadas, não apenas melhorar, mas também aumentar o respeito entre utentes da via, assim o cumprimento das normas.
O passageiro
Enquanto passageiro de uma viatura, seja ela privada ou pública, devemos ter uma postura que não condicione o condutor da referida viatura. deste modo, quando estamos a ser transportados, devemos manter-nos bem sentados, utilizando um tom de voz tranquilo e não distraindo o condutor. Afinal, um condutor tranquilo é um condutor mais atento e seguro.
Faça boa viagem.