Revolução educativa na prevenção e segurança rodoviárias (5)

Jorge Ortolá

18 de Julho de 2014

A legislação portuguesa prevê, entre outras sanções, a cassação do titulo de conduzir a quem, por acto rodoviário condicione a condição física ou vida de terceiros. Entre essas prevaricadores encontram-se, por exemplo, os Street Racer, sejam eles condutores de automóveis ou motociclos.

A ser verdade o provérbio, entende-se o desejo dos praticantes das corridas de rua em praticarem o proibido. No entanto, a prática dessa proibição, pode condicionar a liberdade que todos os outros utilizadores da via pública têm direito. Deste modo, devemos reflectir sobre o que fazer na formação educativa dos actuais e futuros condutores,

Uma corrida para a morte ou uma formação de vida

Cada um é livre de fazer o que bem entender, se tal não implicar com os direitos e liberdades dos outros. Na estrada, cada um é livre de circular, desde que respeite as normas rodoviárias e a segurança alheia.

Acontece que existem muitos condutores que, ao utilizarem a via pública, se julgam únicos no meio rodoviário e todos poderosos do seu destino e do daqueles que insistem em ignorar. Isto, muitas vezes, acontece devido ao facto de esses condutores terem uma necessidade mórbida de se evidenciarem. Fazem-no da pior forma.

Esta prática acontece por um défice na formação educativa dos condutores. Ou seja, a formação actual que se proporciona aos futuros condutores, nas escolas de condução, é uma formação educativa que apenas visa o imediato e não um futuro progressivo. Faz-se negócio ao invés de uma preparação rica e capaz de ter futuros condutores respeitadores e cumpridores.

Uma resposta a este enorme problema, não deverá passar pela punição simples e pura, mas sim por uma formação educativa progressiva e capaz de trabalhar a sensibilidade dos aprendizes. Para que isto aconteça, tal como se passa no ensino escolar, também aqui deverá ser efectuada uma formação de carácter e responsabilidade.

Essa formação deverá ser ministrada ao longo dos anos, proporcionando que os futuros condutores tenham acesso a experiências de condução, em parques apropriados, que lhes permitam perceber que, se as praticarem em contexto real de trânsito, podem ter consequências nefastas para os utilizadores do meio urbano.

Foto¦ Dennis