Roupa de segurança para motociclistas: contar com uma segunda pele

Redacción Circula Seguro

5 de Julho de 2021

A roupa e os acessórios dos motociclistas são muito mais que uma questão de tendências de moda. Este tipo de equipamento é concebido para diminuir numa alta percentagem as lesões, fraturas ou queimaduras em caso de acidente. A tecnologia e os novos materiais abrem toda uma nova gama de possibilidades para aumentar a segurança sobre duas rodas.

CAPACETE: Atualmente, o capacete é o único elemento de proteção obrigatório ao andar de mota. A DGT informa que 3 em cada 4 motociclistas morrem após sofrerem ferimentos na cabeça por acidente ou queda.

Existem três tipos de capacetes: os modulares (que podem ser abertos para ventilação em determinados momentos); os tipo jet (que não protegem o rosto, pelo que há maior risco de mais lesões); e, por último, os integrais, que representam a opção mais recomendada, pois cobrem completamente a cabeça. Também é importante assegurar que o capacete tenha um bom sistema de fixação: fivela automática, fivela micrométrica e fivela duplo-D são as mais comuns e este último sistema é o mais recomendado.

O capacete deve ser homologado, o que garante o seu correto desempenho em caso de impacto. Também é muito importante que tenhao tamanho certo e que esteja corretamente fixado. De acordo com o estudo da Fundación MAPFRE “Roadmap for the improvement of road safety for users of motorbikes and mopeds” em 6% dos acidentes fatais envolvendo motas, o capacete foi projetado e 29% no caso de ciclomotores.

LUVAS: A DGT propôs o uso obrigatório de luvas para motas, mas finalmente a medida não foi incluída na nova Lei aprovada de Segurança Rodoviária. Esta prenda deve proteger as mãos e os pulsos dos motociclistas sem dificultar o funcionamento do veículo. Quando ocorre uma queda, o condutor tenta instintamente amortecer, colocando as mãos à sua frente, pelo que as luvas, para além de protegerem do sol, vento, frio e impactos de areia e insetos, também evitam cortes, arranhões e queimaduras. A DGT recomenda usar luvas de verão nos meses de calor (favorecem a circulação do ar) e de inverno nos meses mais frios (mais pesadas, almofadadas ou isolantes).

BOTAS: É certo que o calçado desportivo é muito confortável e rápido de calçar, mas a mais leve queda com este tipo de calçado pode causar lesões muito graves. As botas são a melhor opção para proteger os pés, dedos, tornozelos e a parte inferior da tíbia. É importante que sejam de um material impermeável. Para além, a nossa segurança melhora ao incluir proteções na ponta e calcanhar.

ROUPA DE PROTEÇÃO PARA O CORPO: Um casaco ou jaqueta concebida especificamente para motas é capaz de resistir à abrasão em caso de queda e de amortecer choques. Também, pode ter proteção reforçada nos ombros, cotovelos, costas e peito. Quanto às calças, cuja missão é também proteger contra abrasão e impactos, podem ser de diferentes materiais, por exemplo, couro, kevlar ou superfabric, e ter partes mais almofadadas no cóccix, quadril ou joelhos. É fundamental usar sempre roupa do tamanho certo. Caso contrário, as proteções podem mover-se e não cumprir a sua função.

AIRBAG: As roupas com airbag merecem um capítulo separado. É verdade que o seu preço ainda é elevado, mas podem fazer que uma queda não implique qualquer tipo de lesão para o motociclista. Quando falamos de airbags nas motas, realmente estamos a falar de jaquetas ou coletes com airbag incorporado. Existem dois tipos de coletes ou jaquetas com este tipo de proteção: aqueles em que o airbag é acionado mecanicamente através de um cabo ligado à mota e aqueles em que o airbag é acionado eletronicamente, graças a acelerómetros, GPS e inclinómetros. Estas roupas devem proteger as costas, pescoço e tórax e manter a cabeça, pescoço e tronco alinhados para evitar um esticão.

Quanto às calças, os motociclistas poderão em breve contar com as primeiras calças de ganga com airbags que, a propósito, também estarão à disposição dos ciclistas. Por enquanto, são protótipos, mas as duas startups responsáveis pelo seu design, uma empresa francesa e outra sueca, afirmam que em breve estarão no mercado. Nos dois casos, os airbags são fixados por uma correia à mota ou, se for o caso, à bicicleta. No caso do condutor cair ou ser propulsado, a correia ativa imediatamente o airbag, que é insuflado em 200 milissegundos por um cartucho de ar comprimido. O tecido utilizado para confecionar estes jeans utiliza uma tecnologia já testada em investigação espacial que suporta catorze vezes mais atrito que o aço, apesar de ser oito vezes mais leve.

Lembre-se que em todos os casos o equipamento deve estar homologado. Recomendamos que não poupe nos recursos nesta matéria. Estará a investir na sua segurança e proteção: a ausência de carroçaria a bordo duma mota faz dos motociclistas, juntamente com os peões e ciclistas, os mais vulneráveis no trânsito.