Este início de ano deixou-nos algumas lições valiosas sobre mobilidade na neve, sobretudo em Espanha, onde os nevões foram inusitados. Para muitos, as correntes de neve podem ser totalmente desconhecidas e esta foi uma boa oportunidade para aprender a colocá-las de uma vez por todas. Mas também há correntes de neve para motos? Claro, e embora sejam mais desconhecidas para nós, são igualmente necessárias. Ainda que não haja muita variedade, podemos encontrar modelos muito eficazes e algumas alternativas úteis.
O que são correntes de neve de motos?
As correntes de neve de motos desempenham a mesma função que num carro: melhoram a aderência e evitam escorregar em superfícies geladas. Geralmente consistem em 5 pedaços de plástico com pontas metálicas que são instaladasem redor do pneu. Puxando firmemente as fitas de tecido é possível ajustar bem as correntes à largura e altura de qualquer roda.
Tipos de correntes de neve para a moto
Também podemos encontrar outros modelos na forma de uma garra de metal que são presas, da mesma forma, com alças de tecido. Na maioria das vezes são cadeias universais que podem ser utilizadas em todos os tipos de motos, embora seja preciso verificar as exceções indicadas pelo fabricante. Essas correntes também permitem que circule em ambientes arenosos, por isso é sempre aconselhável tê-las à mão caso sejam precisas.
Embora as mais atuais tenham uma instalação fácil, em situações de stress na estrada e sob forte queda de neve, podem ser difíceis de colocar. Por outro lado, devemos prestar atenção especial quando não são necessárias porque, após o uso prolongado, podem danificar os pneus.

E de que preço estamos a falar? Correntes com 3 peças podem custar cerca de 80 euros e com 5 cerca de 120 euros. Embora as de 3 peças tenham uma pegada decente, é logicamente melhor usar as de 5 peças. A resistência à correia de tração é de 900 kg.
Quando devem as correntes de neve ser usadas?
O perigo de andar de moto na neve é muito alto, por isso o uso de correntes torna-se essencial. De qualquer forma, devemos saber que elas só devem ser usadas em circunstâncias excecionais, com muita neve ou terreno deslizante (lama ou gelo), já que podem deteriorar os pneus. Portanto, uma vez colocadas, deve ser circular a velocidades muito baixas, sempre abaixo dos 50 km/h.
Repetimos: devemos usá-las enquanto o asfalto estiver coberto de neve, independentemente de ser neve virgem, compacta ou gelo. Uma vez que a estrada já esteja limpa, devemos parar num lugar seguro e remover imediatamente as correntes. Se não o fizer, não vai demorar mais de 10 minutos a parti-las ou a estragar os pneus.
Como dissemos, as correntes podem ser complicadas de instalar, por isso, se viaja habitualmente em regiões onde neva frequentemente, a melhor solução é montar pneus de inverno.
Outras alternativas para o motociclista na neve
As correntes de neve para moto são para uso ocasional, pelo que, além dos pneus de inverno, há outras alternativas para usar no asfalto nevado.
Existem sprays específicos conhecidos como “correntes líquidas” que, embora bastante limitados em eficácia nos permitem melhorar a aderência pelo menos em mais alguns quilómetros. Esta opção é boa para situações de emergência. As correntes líquidas também são úteis, por exemplo, quando estamos a circular durante a queda dos primeiros flocos que, embora não terminem de coalhar no asfalto, o tornam mais escorregadio.
Uma alternativa também útil é instalar pregos no pneu, embora deva consultar um especialista para garantir que tal é possível.
Dicas de circulação com a moto na neve
Com ou sem correntes, a condução em moto em terreno nevado deve ser especialmente preventiva. Nestas circunstâncias, devemos conduzir com máxima segurança, suavidade nas manobras e velocidades muito baixas:
- Menor pressão dos pneus: permite expandir o contacto da superfície do pneu com o asfalto e conseguir uma circulação mais vertical
- Cuidado com a neve compactada: embora possa parecer menos escorregadia, pode colocar-nos em apuros. Vamos evitar conduzir perto dos rolos criados por outros veículos, pois há um risco maior de patinar do que ao passar pela neve sem pisar.
- Use uma velocidade mais comprida do que o habitual: isso também é aplicado em carros e é algo que nos força a ter uma condução mais suave e mais dosada que impede a deriva.
- Suavidade nos controlos: manobras como curvas, travagens ou cruzamentos são muito mais complicadas com a neve. Manter uma maior distância de segurança com outros utilizadores e não realizar movimentos bruscos é essencial para não perder o controlo da moto.
- Use os dois travões: primeiro com o traseiro e acompanhando a travagem abaixo com a frente para ser parado sem qualquer problema.
Como vimos, existem várias soluções para usar a moto com neve, embora não seja demais sublinhar que com uma forte tempestade e condições climatéricas adversas, na moto estamos muito mais vulneráveis. Vamos evitar tirar a moto da garagem com neve, vento ou tempestade e sempre que o fizemos devemos usar correntes.
Fonte: CirculaSeguro.com
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