Saiba se a embraiagem do seu carro patina

Duarte Paulo

29 de Agosto de 2017

Sente que o comportamento do seu carro está estranho? Muda de velocidade, acelera, ouve o motor subir de rotação e o carro não ganha velocidade? Pode ser a embraiagem a patinar.

Neste artigo explicamos simplificadamente como funciona uma embraiagem, quais os seus componentes principais, e ainda, como poderá saber se a embraiagem do seu carro patina, de forma simples e prática.

Como funciona a embraiagem

Quando um carro se move com a potência do motor, a embraiagem está acoplada. Uma placa de pressão aparafusada à roda volante do motor exerce uma força constante. Essa força é proporcionada por meio uma mola de diafragma ou uma série de molas helicoidais na parte de trás da placa de pressão.

O disco de embraiagem é uma placa de fricção, através do qual a energia é transmitida para a caixa de velocidades. A placa possui revestimentos de fricção, semelhantes aos revestimentos das pastilhas de travão, em ambos os lados. Isso permite que a rotação do motor seja engrenada suavemente quando a embraiagem estiver a ser acoplada.

Quando a embraiagem está desengatada, com o pedal pressionado, é empurrado um rolamento contra o centro da mola do diafragma que libera a pressão de aperto que os unia. A parte externa da placa de pressão, que tem uma grande superfície de fricção, não possui uma fixação firme permanente. A placa é acionada pelo pedal, de modo que a transmissão de energia seja interrompida e as mudanças possam ser alteradas.

Basicamente a embraiagem transmite a potência do motor para a caixa de velocidades e permite que a transmissão seja “interrompida” enquanto uma velocidade é selecionada. A maioria dos carros usa uma embraiagem de fricção operada por cabo. Porém alguns modelos usam fluído, num sistema hidráulico, para controlar o acionamento da embraiagem.

Sintomas que a embraiagem do seu carro patina

Uma boa forma de diagnosticar uma embraiagem a patinar é através da subida extemporânea de rotações. Por norma, quando as rotações são demasiado altas, ou sobem repentinamente, quando conduz a uma velocidade constante. Isto pode ser sinal de que a embraiagem já teve dias melhores.

Certifique-se que não foi uma reação a uma mudança da aderência dos pneus no piso. Se o piso tiver pouca aderência pode também ser sintoma de que as rodas motrizes patinaram. Se isso ocorrer pode provocar também uma subida rápida de rotações.

Pode efetuar um teste fácil, numa estrada plana, enquando circula a baixa velocidade, engrene uma velocidade alta, entenda-se 4ª ou 5ª, acelere um pouco e levante a embraiagem rapidamente. Se as rotações aumentarem, mas a velocidade do carro não acompanhar adequadamente este aumento, tem a embraiagem a patinar.

Essa falta de aderência poderá ser devido a desgaste dos componentes de fricção ou, por exemplo, provocado por algum derrame de outro sistema. Estes sistemas trabalham a seco e quando são impregnados por líquidos, especialmente gordurosos, perdem as suas capacidades intrínsecas de aderência.

Outra forma de detetar o problema

Outra forma de detetar é pelo cheiro a queimado. Quando o disco não fica conectado corretamente ao volante do motor, faz com haja sobreaquecimento, e poderá notar um cheiro a queimado.

O cheiro a queimado é um dos mais reconhecidos indícios de que algo está errado com a embraiagem. Poderá ser sintoma de outros problemas, aconselhe-se na sua oficina, ou ligue ao seu mecânico e explique o que experienciou.

Uma outra forma de perceber se a embraiagem patina é colocar o seu carro em terceira velocidade e, sempre com o travão pressionado, levantar rapidamente a embraiagem. Se o motor parar de imediato, a embraiagem está boa.

Caso o motor reduza a rotação mas mantenha-se a trabalhar por uns momentos convém mandar verificar o componente. Este teste deverá ser efetuado num local seguro e adequado.

Se já tem experiencia com a mesma viatura e está habituado à sua embraiagem, terá alguma facilidade a perceber se há ou não problemas na mesma. Este é um componente de desgaste, pelo que é natural existir necessidade de proceder à sua troca de tempo a tempo.

Foto | Wikimedia