São cada vez mais os utilizadores que optam pela bibicleta para as suas deslocações em zonas urbanas ou para desfrutar do seu tempo de lazer. E não é preciso ir muito longe, já são muitos os portugueses que vão utilizando este meio de transporte diariamente. Não tantos como no resto da Europa, mas eles já existem.
O facto de muitos utilizadores fazerem uso deste meio de transporte deve-se ao facto de ocupar menos espaço que um carro, não fazerem ruído e são mais fáceis de estacionar e acabam por evitar os engarrafamentos. É um veículo mais vulnerável, é certo, já que pelo seu volume acaba por se tornar pouco visível para camiões, furgões, veículos e até motos.
É precisamente essa vulnerabilidade que o ciclista precisa de ter presente para que a sua precaução seja máxima. Uma das ações fundamentais para melhorar a segurança rodoviária é fazer-se ver por todos os utilizadores da via, não apenas em condições de baixa luminosidade, mas também em plena luz, circulando de forma visível e previsível, assinalando as manobras a caba momento. De acordo com os dados do IMT, 31% dos ciclistas não percebe o perigo de andar de bicicleta à noite sem luzes e apenas 40% afirma utilizar coletes ou marcas refletoras na roupa. O mesmo organismo ainda não presta muita relevância aos ciclistas…
Há momentos na estrada nos quais a convivência entre condutores e ciclistas se torna difícil e conflituosa. Por isso, é preciso reforçar a precaução das duas partes, sobretudo aos ciclistas por serem mais vulneráveis e os que, em caso de acidente, vão ficar em pior estado.
A forma mais eficaz do ciclista se fazer anunciar a todos os outros utilizadores da via e que contem com tempo de reação é colocar marcas refletoras na roupa. O Código da Estrada a isso obriga, prinipalmente quando se circula à noite, por túneis e perante condições atmosféricas adversas. Este material, que deve brilhar na penumbra e ser visível a uma distância de 150 metros, deve ser colocado em coletes, cortaventos e até braceletes. Também deve utilizar as luzes de posição na bicicleta, branca na dianteira e vermelha na traseira, quando circula em zonas urbanas.
Tecnologia para ser visível
Quando se montas numa bicicleta deve sempre evitar utilize cores claras e chamativas. Para além das cores chamativas, pode ainda somar-se alguma tecnologia, que nos últimos anos deu um salto evolutivo no setor das bicicletas, oferecendo o mercado sistemas sofisticados que aumentam a visibilidade das bicicletas, mas também dos próprios ciclistas. Existe, por exemplo, o “revolight”, um sistema de leds brancos que são instalados nas rodas e que se iluminam quando a bicicleta se encontra em movimento.
Outro sistema interessante, que é de grande ajuda na hora de aumentar a visibilidade em estrada, é o “See.Sense.ICON”, uma luz inteligente que nos chega desde a Irlanda do Norte e que conta com sensores que controlam a aceleração da bicicleta, o ambiente ao seu redor e as condições ambientais. Com base nestes parâmetros, a luz ilumina-se de forma mais rápida ou mais lenta e com maior ou menos intensidade.
Alguns fabricantes pioneiros em tecnologias que melhoram a segurança rodoviária, como a Volvo, contam desde 2015 com um spray refletor para ciclistas denominado Life Paint, que permite ser aplicado tanto na roupa como em elementos da bicicleta. É transparente, lavável e não afeta a cor.
Atenção às curvas
Um dos momentos mais delicados na visibilidade dos ciclistas é precisamente as curvas, onde a falta dela e o efeito surpresa por ser cruciais, pois pode acontecer que o carro não veja o ciclista e… o atropele. Para evitar esta situação, os condutores deverão estar alerta e contemplar a possibilidade de que possa surgir um ciclista em qualquer momento e de qualquer lado. Por seu lado, os ciclistas devem fazer-se ver utilizando as tais luzes de posição, assim como a roupa refletora.
Pode ainda utilizar uma boa buzina e inclusivamente uma lanterna na cabeça, sobre o capacete, para chamar a atenção ao resto dos condutores quando se encontram a realizar uma curva, numa intersecção ou num cruzamento. Afinal, todas as medidas são poucas quando o objetivo é ter visibilidade, que permita que os ciclistas sigam cada vez mais seguros.
Fotos: Pixabay