Conhece os sistemas de retenção secundários?

Duarte Paulo

11 de Novembro de 2014

Os sistemas de retenção secundários existentes no interior de um veículo automóvel são talvez a designação mais desconhecida, mesmo que um dos seus elementos seja dos mais vezes mencionados por todos os que falam de segurança automóvel por para providenciar maior segurança em caso de acidente.

Todos já olhamos para o painel de um automóvel e logo por baixo da identificação da presença do airbag, o mais conhecido sistema secundário, lemos as letras SRS que significam “Supplemental Restraint System”. Ou seja, identifica um sistema secundário, ou suplementar, à segurança automóvel.

Temos que ter a noção que se estes sistemas se chamam de secundários é porque servem de apoio a outro sistema que terá que ser o sistema de retenção primário e claro que, tratando-se de sistemas de retenção, esse sistema chama-se cinto de segurança e não se restringem só aos airbags, os pré-tensores também fazem aprte desta família.

Pré-tensores

O sistema de pré-tensor é um acréscimo, em termos de segurança passiva, aos cintos de segurança que não possuem esse avanço tecnológico. Este sistema funciona em caso de colisão, reduzindo instantaneamente a folga formada entre a correia do cinto de segurança e o corpo do condutor ou ocupante. Para que tal ocorra da forma prevista o cinto deverá estar colocado corretamente, ou seja, justo, quer junto da cintura, quer do peito e ombro.

O princípio de ação da maioria dos pré-tensores, baseia-se num sistema pirotécnico que deflagra, recuando o cinto de segurança no momento imediatamente após o embate, é como se alguém nos segurasse para trás no momento entre o impacto e o início da deslocação do nosso corpo para frente. A sua ação é determinada pela intensidade do impacto e pela deformação de determinados pontos da carroceria do automóvel.

O airbag

O airbag é outro sistema de segurança passiva que atua apenas após a colisão. O princípio de funcionamento é o de uma almofada de ar cujo enchimento, realizado tal como o pré-tensor, por ação pirotécnica, é executado a grande velocidade, cerca de 90 milissegundos.

Como já referi anteriormente estes sistemas são um complemento do cinto de segurança e destinam-se geralmente à proteção da parte superior do tronco do condutor ou ocupante, particularmente à cabeça. Por causa da grande velocidade de enchimento do airbag, o corpo deve posicionar-se a pelo menos 25cm de distância do centro deste, para evitar uma colisão violenta nos primeiros instantes de enchimento.

Os sensores na carroceria, já mencionados acima, que detetam a deformação da carroceria garantem que o airbag apenas entra em funcionamento em colisões contra obstáculos relativamente sólidos e quando o veículo circula a acima de uma determinada velocidade, que varia um pouco consoante os fabricantes mas geralmente situa-se logo acima dos 20km/h. Abaixo desta velocidade, ou se o impacto ocorrer contra obstáculos pouco rígidos, a atuação do “airbag” pode não ocorrer.

Airbags menos conhecidos

Nos veículos mais recentes existem diversos airbags no interior do habitáculo e no caso do Volvo V40 existe até um no exterior para proteger os peões em casos de atropelamentos. No interior do carro os airbags que podemos chamar de básicos estão no volante e na frente do passageiro da frente, mas podem existir airbags na lateral do assento, no topo do teto do habitáculo junto das janelas, posicionados para os ocupantes traseiros e até na zona inferior dos tabliers para proteger os joelhos.

Algumas marcas e fabricantes de sistemas de segurança automóvel criaram outros sistemas de airbags, ou em outras localizações, para proteger de outras formas os ocupantes, por exemplo a Citroen, devido ao centro do volante fixo co seu modelo C4, criou um airbag moldado de forma a “receber” melhor a cabeça no momento do acidente.

Existem airbags que protegem o pélvis e a zona inferior do abdómen. O Toyota IQ tem airbags para proteger a cabeça dos ocupantes do banco traseiro em caso de embates por trás, ainda neste modelo existe um outro airbag no banco, mas na zona onde nos sentamos, obrigando o pélvis a ficar onde está, evitando o chamado efeito de submarino, onde o corpo corre para a frente por baixo do cinto de segurança.

Em 2009 o modelo Classe S, da Mercedes, introduziu cintos de segurança que possuem integrados um airbag, no ano seguinte foi a vez do Lexus LFA adoptar a novidade, em 2011 a Ford colocava como opção nos bancos traseiros do modelo Explorer, no mercado norte-americano. Ainda nos EUA o Lincoln MKT usa já esta opção como equipamento de série e o Chevrolet Suburban possuí um terceiro airbag frontal para o passageiro do lugar central da frente.

Bebés e airbags

SRS airbag on off

Se for transportado um bebé no lugar do ocupante da frente, num dispositivo de retenção adequado, entenda-se a conhecida vulgarmente como cadeirinha, tem de se desativar obrigatoriamente o respetivo airbag à frente desse lado, de forma a evitar quaisquer lesões no organismo do bebé resultantes dum impulso indesejável e nefasto no caso de atuação di dispositivo. Nos veículos que não é possível desligar o transporte terá que ser efetuado atrás.

Em nenhuma situação o airbag dispensa o uso obrigatório do cinto de segurança.

Foto | Nell Lall e Titanas