Sono ao volante. Como evitá-lo

António Ferreira

7 de Agosto de 2013

Um estudo publicado pelo Real Automóvel Clube de Espanha põem em relevo a escassa importância que os 2180 inquiridos no estudo atribuem ao sono como factor de risco na condução. 80% destes inquiridos reconhecem ter realizado manobras ao volante em estado de sonolência e ainda 50% afirma não suspender a marcha de forma regular durante as viagens longas.

O sono ao volante é um factor de risco inerente à condução. É motivado pela fadiga associada à manutenção de um nível de atenção constante que a condução exige e acentua-se com a ocorrência de outros factores que é conveniente evitar; como, por exemplo, o consumo de alguns fármacos e medicamentos, a ingestão de bebidas alcoólicas, a prática de actividades mais intensas do que aquilo que é o habitual, o jejum ou as refeições muito pesadas, a irregularidade do sono durante a noite, o calor intenso e a falta de ventilação no veículo, e a monotonia da própria condução.

O melhor remédio para o cansaço no carro é, sem dúvida, o descanso regular e uma dieta alimentar saudável. Nem o café, nem um duche podem reparar a fadiga produzida por uma viagem de longa distância. Por isso, antes de se fazer à estrada convém traçar uma rota estabelecendo nela pontos de paragem obrigatórios. Desta forma, o descanso será tido em conta como mais uma etapa do percurso de viagem.

Ainda que hoje em dia os automóveis sejam capazes de percorrer 1.000 km sem parar, o mesmo nível de autonomia não se aplica ao automobilista. É conveniente suspender a marcha para descansar, pelo menos a cada 200 km ou a cada duas horas de trajecto, já que esse é o momento em que o nível de atenção do condutor baixa bruscamente por efeito da fadiga. Se se notar cansaço antes, é altamente recomendável antecipar a paragem.

Para isso, é útil ter presente quais são os sintomas que deve reconhecer:

  • Visão desfocada e aumento da frequência com que pestaneja
  • Ansiedade, irritabilidade, maior tolerância ao risco
  • Reacções bruscas aos sons, como o da buzina
  • Sensação de peso, dor e comichão
  • Mudanças de postura, alongamentos, bocejos
  • Manobras mal espaçadas, desajeitadas e erradas

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