Sugestões para reduzir as dificuldades de conduzir à noite

Duarte Paulo

21 de Junho de 2016

“De noite todos os gatos são pardos”, este ditado popular, que sugere que de noite todas as coisas parecem ter a mesma cor, que dificilmente se reconhecem as pessoas, ou que na escuridão tudo se confunde por causa da parca luminosidade,  também aplica-se à circulação rodoviária noturna.

Se, ao conduzir um veículo na via pública durante o dia, mesmo com as condições ideais de visibilidade, é preciso toda a atenção. No período noturno, com a natural redução de visibilidade, todos os nossos sentidos deverão estar mais despertos, focados na condução, na análise das condições de circulação e demais utentes da via pública.

Por mais iluminada que esteja a estrada ou por mais potentes que sejam os faróis do nosso carro, a visibilidade será sempre mais reduzida do que de dia e, com isso, o tempo de reação que teremos perante um imprevisto será menor. Então o que devemos fazer para reduzir as dificuldades de conduzir à noite?

Em primeiro lugar devemos ter a capacidade de ver bem, devemo nos assegurar que se, por exemplo, usarmos óculos temos de os ter sempre connosco.

É obrigatório garantir que a iluminação do veículo está nas condições ideais de funcionamento, para isso devemos verificar que, tanto os faróis dianteiros, como os traseiros, estão com as suas caraterísticas originais intatas. Preste especial atenção aos faróis dianteiros, confirme que estão a funcionar tanto os médios como os máximos.

Ao circular à noite devemos ter o cuidado de ter a iluminação adequada às circunstâncias, por dois motivos: para vermos bem e para sermos vistos pelos outros utentes da via pública. Ao cruzarmo-nos com outros carros devemos ter o cuidado de ter ligadas as luzes de cruzamento, os chamados médios, e não com os máximos, senão vamos encandear os condutores que se cruzam connosco e aos que seguem à nossa frente, diminuindo-lhes a visibilidade

Os máximos só devem ser usados em estradas sem movimento, assegurando que assim se consegue uma maior área iluminada, permitindo uma identificação atempada dos eventuais obstáculos existentes na via. Outra situação onde os máximos são usados é no chamado “sinal de luzes”, onde só se usam as luzes de máximos, numa fração de segundo para alertar quem se cruza connosco de algum perigo ou situação anómala existente.

Considere que a menor visibilidade noturna o fará ter menos tempo para detetar os obstáculos existentes na estrada, logo reduzindo o espaço para uma reação adequada e evasiva, de forma a evitar o acidente. Ou seja, a sua capacidade de reação é alterada, para compensar deve circular com menor velocidade.

Outro problema da condução noturna é a solidão e a monotonia, se é uma viagem programada prepare-se antecipadamente, descansando bem na noite anterior, de forma a resistir à sua jornada. Caso seja algo não programado, tente concentrar-se na condução e caso necessite ligue o rádio do carro, sempre ajuda a ficar alerta por mais tempo, mas ao primeiro sinal de sonolência pare numa área de serviço e caminhe um pouco, vá à casa de banho, lave a cara, caso nada disso seja suficiente, durma alguns minutos e só depois prossiga a viagem.

Em qualquer dos casos, seja rigoroso com os tempos de descanso, só assim poderá estar em boas condições físicas e psicológicas durante toda a viagem. Programe o seu percurso de forma a fazer paragens a cada duas horas, durante um tempo mínimo de dez minutos, será o suficiente para sair da viatura, ir à casa de banho, tomar uma água, um café ou petiscar algo, antes de voltar a conduzir pela noite dentro.

Foto | Jinrui Qu