Se à cinquenta ou sessenta anos atrás ter automóvel era algo que não estava ao alcance de qualquer pessoa, com o avançar dos anos começaram a surgir possibilidades económicas que permitiram a aquisição dos referidos veículos, mesmo por quem tivesse menos possibilidades financeiras. A evolução das economias, a necessidade de diminuir o espaço entre locais e o tempo que se demorava a percorrer entre esses locais, de uma forma “quase” natural o parque automóvel português foi crescendo exponencialmente.
As vias de comunicação terrestre tentaram acompanhar essa evolução. Surgiram as auto-estradas e os itinerários principais . Foram melhoradas algumas estradas nacionais e até a União Europeia contribuiu com verbas para o melhoramento da rede rodoviária e sua ligação à Europa. Com a economia a crescer e a necessidade de se chegar e fazer chegar mercadorias cada vez em menos tempo ao seu destino, a concorrência entre empresas fez com que ploriferassem as empresas de transportes.
Um dos princípios destas empresas transportadoras é “entregamos a sua encomenda antes de a enviar, em qualquer ponto do Planeta e mais além.”. Esta disponibilidade para atuar tão rápido na prestação do serviço, faz com que os distribuidores circulem e tenham uma prestação rodoviária de risco elevado, condicionando a segurança não apenas deles, mas de todos os que os rodeiam.
Grupos de risco identificados
Alguns são os casos conhecidos de acidentes rodoviários que têm como consequência a debilidade da integridade física dos próprios condutores dessas viaturas de transporte de mercadorias. Em Portugal estão identificados, pela comunidade automobilística, grupos de risco que circulam nas estradas portuguesas. Se até à relativamente poucos anos eram os motoristas de automóveis pesados de mercadorias que estavam no topo da lista destes grupos, a realidade atual é bem diferente.
Atualmente estes motoristasdeixaram esse topo ou até mesmo de estar referenciados como tal, muito graças ou por culpa da formação que vão tendo e da sua disponibilidade para alterarem a imagem que os outros deles tinham criado. No entanto, seguramente que um dos grupos que estão no topo da lista referenciada como de risco são os condutores de transportadoras que circulam com veículos ligeiros de mercadorias.
Todos nós já assistimos diversas vezes a comportamentos rodoviários impróprios à segurança rodoviária protagonizadas por estes condutores. Se é verdade que por uns condutores pagam outros, sabendo nós que os há respeitadores, a imagem que vai passando é a contrária. Por exemplo, quem faz todas as manhãs, pelas 9 horas, a A14 entre Montemor-o-Velho e a Figueira da Foz, assiste a uma corrida constante entre quatro ou cinco condutores da mesma empresa de distribuição ligeira de mercadorias que, se um dia corre mal, muitos vão ser os condutores afetados.