Uma escola de condução existe para, como qualquer outra instituição com a denominação “escola”, serve para prestar um serviço de formação na(s) área(s) de sua competência. Existem escolas que apenas prestam formação teórica e existem escolas que prestam formação teórica e prática.
Se é verdade que existem escolas cuja formação prática é ministrada em espaço privado, no caso das escolas de condução o ensino prático é efetuado em contexto real de trânsito, ou seja nas ruas, estradas e auto-estradas, conjuntamente com os restantes condutores.
O veículo de instrução
Segundo o Decreto Lei 86/98 de 3 de Abril, ao abrigo do número 3 do artigo 17º, “Só podem ser utilizados no ensino da condução os veículos licenciados para o efeito, salvo as excepções previstas em regulamento.” Estes veículos para além das características especificas, terão ainda de estar identificados com uma chapa azul e branca com a inscrição da letra “L” a branco acima do nome do concelho onde está sediada a escola de condução, a vermelho, como se pode ver na imagem. Ou seja, um veículo de instrução automóvel está muito bem identificado e é de fácil percepção aos demais utilizadores da via pública.
Serve esta interação para preparar os futuros condutores para a realidade rodoviária e as suas diversas contingências. Deste modo consegue-se incrementar estímulos sensoriais diversos que vão enriquecer o futuro condutor e contribuir para uma maior segurança rodoviária.
O processo formativo
Durante a formação prática o formando vai aprender o mecanismo da viatura, criar rotina de acção, desenvolver os seus sentidos sensoriais e a sua capacidade de análise e resolução de problemas complexos. Acontece que ao longo deste processo formativo o futuro condutor é um elemento na via, muito imprevisível e de certo modo vulnerável nas suas acções.
Ora, se assim é e estando a viatura de instrução muito bem identificada através da placa com a letra “L”, não se percebe porque razão os outros condutores se acercam tanto da traseira do veículo que está a ministrar formação?! O facto desses condutores se aproximarem em demasiado da traseira dos veículos de formação, vai fazer com que os formandos fiquem ansiosos, diminuindo assim a sua concentração, estado de alerta e capacidade de raciocínio para recolher, analisar e resolver problemas.
Parece, muitas vezes, que os veículos de instrução das escolas de condução são invisíveis.
Distância de segurança obrigatória
Preparar um formando, futuro condutor, para o meio rodoviário vai muito mais além do simples domínio da viatura em busca do exame perfeito. Afinal, conseguir “moldar” o futuro condutor com as melhores atitudes e comportamentos rodoviários e cívicos, vai garantir, à partida, um condutor mais responsável, seguro, tolerante e respeitador das normas.
Ora, se assim é, temos de, dentro da interacção que se pretende, garantir uma distância de segurança entre os outros condutores e o veículo de instrução da escola de condução. Sabendo-se que devemos circular sempre com distância de segurança em relação aos outros condutores, estipular em Lei um valor na distância que se deva deixar de um veículo de instrução de escola de condução, não será uma ideia absurda.
Da minha parte deixo já um contributo; 7 a 10 metros dentro das localidades e de 20 a 30 metros fora das localidades, auto-estradas e vias equiparadas a estas. Deste modo garantia-se uma maior tranquilidade na aprendizagem dos futuros condutores.
Foto¦ E.C Mealhada