Um, outro e mais outro são os acidentes com veículos em emergência com vitimas a lamentar, não apenas externas, mas também internas, ou seja operacionais bombeiros, muitos deles em condições de voluntariado. São acidentes a mais com veículos que circulam na via pública a caminho do socorro de outrem.
Muitas são as questões que se levantam e, normalmente, mal direccionadas para as causas. Ou seja, quando o acidente se dá, primeiro lamenta-se, depois tenta-se a quente encontrar culpados, surgem os não culpados e, mais tarde, ou se esquece o assunto ou se atribui a culpa a quem não se pode responsabilizar.
A formação dos operacionais
A primeira abordagem que se deve fazer diz respeito à formação de cada condutor de veículos em emergência. Que formação têm e que tipo de formação. deve começar por se colocar este tipo de questões, porque uma das responsabilidade está directamente associada a tal. Que formação e que tipo de formação.
Durante muitos anos os condutores de veículos em emergência, excepção feita ao corpo da policia Judiciária, não houve formação em condução de emergência. Depois, surgiram algumas entidades que ministraram formação em emergência, promovendo a alta velocidade e a condução evasiva. este tipo de formação não serve a condução em emergência, porque não é realizável em contexto real.
Entretanto o INEM começou a dar formação interna, com formadores que não têm conhecimentos deste tipo de formação, fazendo com que os condutores que estão a formar aumentem o seu estado de adrenalina, provocando comportamentos inadequados à segurança rodoviária geral. Circulam a velocidades inadequadas, efectuam manobras que condicionam a integridade dos utilizadores da via e têm comportamentos agressivos para com os restantes utentes.
A Escola Nacional de Bombeiros ministra formação de condução em emergência através de formadores de condução todo o terreno, uma vez que não têm formadores na área da condução defensiva e não aceitam formadores externos. A formação que ministram não vai de encontro a comportamentos rodoviários adequados, mas sim a uma ideia de impunidade.
O que fazer?
Para que a sinistralidade envolvendo estes veículos possa diminuir, não basta apenas olhar para o estado dos pneus e da própria viatura, mas sim olhar para a formação dos condutores. Perceber o que é uma condução defensiva e a mais valia que tem para todos. Perceber que tipo de formação deve ser ministrada. Olhar para os valores conseguidos com o projecto “Sirene em Segurança“.