O que interessa a venda de carros novos para a segurança rodoviária? Interessa muito! Sempre que um modelo novo é adquirido, a segurança intrínseca é normalmente superior ao modelo que vem substituir, tanto pela normal evolução das tecnologias como pelas novas normas exigidas pela indústria automóvel.
Após 25 meses de evolução negativa nas vendas de automóveis novos no mercado português, no início de 2013, finalmente existiu um mês positivo, esse primeiro mês de melhoria foi Fevereiro, ao longo de 2013 ainda houve dois meses de recaída, em Abril e Maio, mas no fim do ano os números apresentaram um saldo positivo superior a 11%, estes valores incluem todos os tipos de veículos novos.
Venda e construção de automóveis
Analisando a evolução de vendas de 2012 para 2013, só no parâmetro de veículos ligeiros de passageiros, a melhoria é menor que a obtida a nível geral, só subiu cerca de 5%. A ACAP – Associação Automóvel de Portugal prevê que a subida abrande para somente 3,9% no presente ano.
Portugal tem atualmente 5 linhas de montagem de automóveis ativas, que produziram 154.000 carros durante o ano passado, uma descida de quase 6% em relação a 2012, mas 2012 nem foi um ano muito bom e ficou muito longe do triénio 2004 a 2006 quando a produção ultrapassou os 220.000 carros por ano. Esta produção é quase toda destinada à exportação, ou seja Portugal produz bons produtos e contribui para a melhoria da segurança rodoviária.
Em todo o sector automóvel existem aproximadamente de 30 mil empresas que geraram, em 2013, um volume de negócios de 18,2 mil milhões de euros representando 123,8 mil postos diretos, segundo declarações de Jorge Rosa, presidente da ACAP.
A segurança dos novos modelos
Nos novos modelos são aplicados novos métodos de construção, novos materiais e são aperaltados com mais equipamentos que permitem que sejam maís seguros e confiáveis no dia-a-dia, e mais fáceis de usar.
Quando vemos imagens de um acidente frontal onde estejam envolvidos um modelo antigo e outro novo, vemos as diferenças, o modelo novo com as suas zonas de deformação programada apresenta geralmente um grande dano na frente mas sem invasão da chamada célula de sobrevivência, o antigo os danos parecem menos graves mas mais extensos ao longo da carroceria.
Este aumento de segurança modelos novos é difundida pelo público em geral, quer através de publicidades das marcas a anunciar as estrelas obtidas nos embates realizados pelas entidades certificadoras, quer de artigos de revistas especializadas a comprovar os mesmos fatos.
A mensagem que passa é a de que os ocupantes de veículos mais recentes envolvidos em acidentes têm maior probabilidade de sobreviver e de sofrer menos ferimentos. Por isso a procura por modelos novos e mais seguros aumenta e assim renova-se o parque automóvel nacional.
Novo líder em 2014
O inico do ano trouxe um novo líder de vendas ao mercado português, com uma quota de 10,23% em Janeiro, trata-se da BMW. A marca premium alemã talvez não seja a que esperemos que esteja no topo das vendas em um país com dificuldades económicas.
Esta liderança surgiu depois de um aumento de 57,3% nas vendas, a marca bávara conseguiu matricular 947 automóveis ligeiros de passageiros, para esse grande aumento terá contribuindo a renovação das frotas automóveis das empresas, estas provavelmente levam em conta a economia de utilização e não o valor da compra.
Só por curiosidade o Top6 de vendas em Janeiro de 2014 em Portugal tem em segundo lugar a Renault, com uma quota de mercado de 9,75%, seguida da Volkswagen com 9,68%, da Peugeot com 9,51%, da Mercedes com 9,21% e termina com a Audi com 7,09%.
Para além dos ciclos de vida dos modelos de cada marca, que fazem alterar as tendências de compra, conseguimos perceber que a qualidade das marcas que constam do top de vendas é alta, sendo três marcas generalistas e as outras três são marcas chamadas de premium.
Para além da atração pela exclusividade e luxo das marcas premium, a grande componente tecnológica apresentada por estas, a sua apetência por disponibilizar sistemas de segurança pioneiros e incorporar novas tecnologias nos seus modelos, atrai um grande número de pessoas aos seus locais de venda, e no momento de fechar o negócio a segurança implícita nos seus modelos cativam os clientes.
O que é pena é que com este ritmo de vendas ainda estejamos àquem do que é necessário para que a idade média dos automóveis em circulação nas estradas portuguesas baixe de forma significativa, de 2012 para 2013 a média subiu meio ano, de 10 anos e meio para 11 anos, ou seja, os veículos são os do inicio da obrigatoriedade da incorporação dos airbags. Temos muito que recuperar a bem da segurança rodoviária.
Foto | Leo-Seta