Num relatório do Observatório Europeu dos Riscos, que abrange todo o setor dos transportes, são destacados, relativamente ao sector do transporte rodoviário, os seguintes perigos, riscos e problemas no domínio da SST:
- Entre os principais perigos e riscos físicos, contam-se os seguintes: a exposição a vibrações e a longa permanência na posição de sentado (conceção do assento, da cabina e de outros equipamentos); a movimentação manual de cargas; a exposição ao ruído – nas operações de carga e descarga, e durante a condução de camiões (motores, pneus, ventilador, etc.); inalação de gases e vapores, e manipulação de substâncias perigosas (gases de escape, produtos químicos transportados, combustível, exposição ao pó da estrada nas operações de carga e descarga e nas pausas para descanso e para lavagem e preparação do veículo); condições climáticas (calor, frio, seca, chuva, etc.); pouca margem para a adoção de condições de trabalho ergonómicas e estilos de vida saudáveis.
- A fadiga é, de acordo com o estudo da Eurofound sobre as condições de trabalho na Europa e diversos estudos nacionais, o problema de saúde mais comummente referido nos transportes terrestres. O sector dos transportes rodoviários é altamente competitivo. O trabalho é cada vez mais intenso, e os motoristas sofrem pressões cada vez maiores, nomeadamente por parte dos clientes, que querem que as entregas sejam mais rápidas e mais baratas, a que se somam problemas como os da gestão baseada na satisfação imediata das encomendas, do aumento do tráfego e da monitorização remota, bem como os dos horários irregulares e dos longos períodos de trabalho de muitos destes trabalhadores.
- A violência e o assédio estão a aumentar no sector dos transportes, mas, na maior parte dos casos, não são comunicados. É frequente os trabalhadores do sector dos transportes terem de agir como intermediários involuntários em matéria de mudanças organizativas que afetam o serviço prestado aos clientes. Faltam, também, procedimentos de comunicação, medidas de prevenção e hábitos de acompanhamento.
- A mão-de-obra do sector dos transportes está a envelhecer a um ritmo superior ao da população ativa em geral, e podem emergir problemas de escassez de oferta de trabalho.
- As mudanças no perfil das funções incluem a utilização cada vez mais intensa das novas tecnologias – ferramentas de planeamento e monitorização à distância, computadores de bordo para comunicação e registo das entregas de mercadorias, e outras – e a necessidade de conhecimento dos códigos da estrada existentes na UE e de línguas. Por outro lado, o trabalho é mais monótono e as oportunidades de aprendizagem mais escassas comparativamente ao que acontece com a população ativa em geral.
Subsector | Alguns problemas e questões em destaque |
Transporte público de passageiros |
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Serviços de transporte de passageiros em táxi |
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Transporte rodoviário de longo curso |
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Transporte de mercadorias perigosas |
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Serviços de entregas |
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Todos os subsectores | A convergência e a combinação específica de riscos e fatores envolventes – nomeadamente os riscos ergonómicos, os fatores de tensão ao nível da organização do trabalho, o ruído, as substâncias perigosas, as vibrações, os horários de trabalho irregulares, o afastamento de casa e a inexistência de um local de trabalho fixo, a falta de instalações, a complexidade da situação laboral, a necessidade constante de adaptação e as inúmeras alterações estruturais do sector – constituem um enorme desafio em termos de controlo e prevenção. |
Informações complementares disponíveis no relatório
OSH in figures: Occupational safety and health in the transport sector — an overview (apenas em inglês)