Todos já passamos por alguma situação em que um veículo surge de um ponto que não temos visibilidade e acabamos sendo surpreendidos, a zona onde esse carro se “escondeu” é um ponto cego, basicamente é uma área em torno do veículo que não pode ser observado diretamente, ou através dos espelhos retrovisores, enquanto conduz.
Os pontos cegos existem em uma ampla gama de veículos, não só carros e camiões, mas também em barcos a motor, veleiros e até em aeronaves. Alguns tipos de veículos não têm pontos cegos, sabe quais são?
Veículos sem pontos cegos
Alguns veículos têm a vantagem de não possuírem pontos cegos, são eles as bicicletas, as motas e os cavalos. Claro que os pontos cegos advém da existência de uma estrutura em redor do condutor, permitindo a proteção em relação aos elementos externos, sejam climatéricos quer sejam outros objetos em casos de acidentes.
O preço a pagar pela proteção extra é a essa falta de visibilidade em alguns pontos dos veículos. Mas concentremo-nos no cerne desta página, a segurança rodoviária, para reduzir a incidência deste problema na problemática da sinistralidade rodoviária devemos primeiro identificar os pontos cegos existentes num veículo automóvel.
Boa visibilidade é essencial
A visibilidade do condutor é a distância máxima em que o condutor de um veículo pode ver e identificar objetos ao redor do veículo, a visibilidade pode ser restringida por condições climáticas e pela estrutura do veículo. As partes de um veículo que influenciam a visibilidade incluem o para-brisas, o espelho retrovisor interior e os pilares.
Os pontos cegos podem ocorrer na frente do condutor quando o pilar A, também chamado de o pilar do para-brisa, impede a visibilidade em determinado angulo, estes casos acontecem especialmente em mudanças de direção e com elementos externos de formato semelhante ao pilar, ou seja, elementos altos e estreitos, como são os peões e as motas vistas de frente, tenha especial atenção a estes casos.
O espelho retrovisor interior bloqueia uma pequena área da visão do condutor, a sua localização é geralmente alta e central, porém em locais onde o relevo é acidentado e existem cruzamentos de estradas com diferentes declives, sendo alguns deles muito acentuados, nalguns casos alguns elementos ficam “escondidos” nessa zona.
Os casos mais facilmente identificáveis pela maioria dos condutores é a restrição de visibilidade traseira, seja diretamente para trás, muitas vezes limitada pela forma atual dos veículos, que sacrificam a visibilidade pela aerodinâmica, quer pela espessura dos pilares traseiros, que não seriam problema se o seu angulo fosse neutro em relação ao posto de condução, mas mais uma vez devido à aerodinâmica, fecham o final dos pilares para ter uma traseira mais limpa, mais em forma de gota de água.
Outro caso muito grave de restrições à visibilidade e criação de pontos cegos são os encostos de cabeça dos passageiros do banco traseiro, que são grandes e maciços, entenda-se que são como um objeto inteiro, em tempos existiam alguns modelos que possuíam encostos com algumas aberturas que permitia ver algo mais.
Os passageiros no interior do veículo também criam pontos cegos, o mais comum é o nosso amigo mais alto e “avantajado lateralmente” ter uma tendência de ficar sentado no local central do banco traseiro, impossibilitando ver o que quer que seja para trás. O passageiro da frente também cria problemas especialmente quando queremos ver se podemos avançar num cruzamento e olhamos para a direita e só vemos o passageiro…
Como reduzir os pontos cegos laterais
Para conseguir reduzir a área dos pontos cegos laterais devemos, em primeiro lugar, ajustar de forma adequada os espelhos, não só os exteriores mas também o interior deverá estar corretamente ajustado de forma a ver a estrada na zona traseira do veículo, os espelhos retrovisores laterais deverão estar ajustados para que quando viramos ligeiramente a cabeça vejamos muito pouco da lateral do nosso carro, servindo esta só para nosso ponto de referencia, se virarmos só os olhos sem movimentar a cabeça não deveremos ver a lateral.
Este ajuste pode reduzir muito a probabilidade de sustos e acidentes devido a veículos nos pontos cegos laterais, particularmente quando mudamos de faixa de circulação. Um método mais radical foi apresentado por George Platzer, membro da Society of Automotive Engineers (Sociedade de Engenheiros de Automóveis) num documento de 1995 que foi apresentado a esta entidade, que consiste em colocar os espelhos ajustados muito mais para o exterior, cerca de 7 graus de inclinação em relação ao normal, porém muitas fontes consideram que o método de Platzer é ainda mais perigoso que usar o ajuste normal.
E, resumidamente, os críticos deste método afirmam que cria outros pontos cegos diretamente atrás do veículo, por exemplo, ao fazer marcha atrás, e claro, a falta de visibilidade para trás é um assunto completamente diferente, pois é a principal causa de acidentes envolvendo peões, especialmente crianças e, naturalmente, contra objetos diretamente atrás do veículo.
Atualmente estes problemas são objeto de uma série de soluções técnicas e tecnológicas, desde espelhos retrovisores com pequenas lentes específicas até retrovisores com sinalização de objeto no ponto cego lateral, nestes casos a deteção pode ser por camara ou radar.
Para a traseira existem os já tradicionais sensores de estacionamento e as cada vez mais presentes camara de marcha atrás. Muitos veículos possuem camaras, ou radares, ou sensores de infravermelhos também na frente, estes sistemas estão especialmente concebidos para dar a conhecer ao condutor a presença de tráfego em cruzamentos e entroncamentos.
Fotos | Brian Snelson, Aldan, Easysurf