Os perigos da direção eletrónica

André Serrano

6 de Novembro de 2014

Atualmente qualquer carro que compremos têm direção assistida e isso é bom, quem não se lembra dos carros sem ajuda na direção e de cada vez que tivesse da fazer manobras em locais apertados era como se corre-se uma meia maratona. Felizmente hoje em dia mesmo os carros de gama muito baixa têm direção assistida.


Certamente na transição de um carro sem direção assistida para um com esse sistema deve ter notado que não tem a mesma perceção da estrada, o carro não comunica as irregularidades da estrada com tanta precisão, claro que o facto de ser muito mais fácil de manobrar torna esse problema completamente secundário. Mas a grande questão aqui, é uma tecnologia mais recente, a direção assistida elétrica, antes o condutor era ajudado na direção através de um sistema hidráulico, mas agora esse sistema foi substituído por um elétrico, mas diga-se já que nem todas as marcas colocam isso nos seus carros, principalmente se forem carros desportivos.

Claro que se você tem um carro com direção eletrónica, certamente gosta desse sistema, afinal para manobras é fantástico, mas em condução, digamos, a mais de 90km/h torna-se um sistema perigoso, porque muitos carros não endurecem a direção progressivamente conforme a velocidade, sendo que esse sistema apenas está disponível em carros de gama alta ou como uma opção nos de gama baixa só que o preço elevado leva a que grande parte dos consumidores não escolha esse extra.

Veja este vídeo em seguida que eu fiz num Peugeot 208 (modelo mais recente) que mostra que com apenas um dedo se pode movimentar a direção e eu já experimentei fazer isso em estrada a mais de 90 e o sistema tem exatamente o mesmo comportamento.

 

Mas quais são os perigos reais da direção elétrica

Bom, o principal problema é a parcial, e em alguns casos, total perda de sensibilidade do condutor da superfície da estrada, não há comunicação entre a estrada e o condutor, levando o condutor a circular a mais altas velocidades sem se aperceber do estado da estrada ou da quantidade de água que esta tem, ou de outras situações.

Podemos estar a fazer uma curva em que a meio aparece um pouco de areia e com a direção assistida elétrica, não nos apercebemos (dependendo da quantidade de areia obviamente) e se na direção hidráulica reduziríamos automaticamente a velocidade e até poderíamos corrigir o volante neste novo sistema não o vamos fazer, porque não houve um cordão de comunicação entre as rodas da frente e o condutor, apenas quando o veículo começa a deslizar é que o condutor irá fazer algo mas nessa altura poderá ser tarde demais para evitar um despiste e eventual choque contra algo.

A direção no desporto automóvel

Para provar que este sistema não assim tão bom como as marcas de automóveis apregoam, basta vermos quais os sistemas que os carros desportivos, ou carros de competição têm, em 99% dos casos usam direção assistida hidráulica, isto porque nas palavras de muitos pilotos é o sistema que permite ter uma direção leve e precisa e ao mesmo tempo transmitir informações sobre a estrada.

Em conclusão se pensa em comprar um carro, das duas uma, ou compra com direção hidráulica ou se comprar com direção elétrica que seja com sistema, que tem diferentes nomes conforme a marca, que permita endurecer a direção conforme a velocidade aumenta.