No verão, o interior do carro sofre um pouco mais do que o normal. Por isso, antes de o limpar é preciso saber que tipo de revestimento é, para o fazer com eficácia e evitar possíveis danos.
Os bancos de um veículo evoluíram muito e, atualmente, são cada vez mais ergonómicos, oferecendo comodidade ao utilizador, eficiência e um bom nível de produtividade.
No que toca ao avanço da tecnologia para o fabrico de bancos de veículos, passamos de assentos básicos reclináveis e com elevação manual, até aos de alta gama com regulação eletrónica e memórias de posição. Inclusive, fabricantes como a BMW e a Mercedes-Benz oferecem opcionalmente bancos dinâmicos, capazes de alterar a largura do seu contorno automaticamente, com o carro em andamento, para apoiar melhor os ocupantes.
Por outro lado, os revestimentos dos bancos de um carro podem ser de vários materiais, podendo encontrar assentos de tecido ou assento de couro ou pele.
Se os bancos tiverem couro, é preciso recordar que é um material tingido e que antigamente era um processo longo e com substâncias algo desagradáveis como urina, casca de carvalho e substâncias à base de plantas. No entanto, na atualidade, pintar o couro pode demorar 3 horas, graças à ajuda de tambores rotativos e óxido de cromo.
Se for utilizada uma tinta vegetal é de melhor qualidade, mas, pelo contrário, o preço é superior e a sua produção é menor. As cores da tinta costumam ser aplicadas dependendo do tipo de coro que se vá utilizar no banco.
Que tipos de revestimentos há nos carros atuais?
Revestimento de couro. É um material muito utilizado em carris de alta gama e de luxo, mas cada vez mais marcas de veículos disponibilizam-no como equipamento opcional com o aumento do preço final do veículo. Muitos bancos de couro costumam ter sistema de aquecimento, os bancos aquecidos.
Revestimento misto. São revestimentos de tecido que procuram combinar uma imagem atrativa e um assento efetivo. Na parte central do banco é colocado tecido e nas laterais incorpora-se couro, dando-lhe um toque diferente. Este tipo de tecidos mistos tem a característica de resistir bastante bem às alterações de temperatura e limpam-se muito bem.
Revestimento Alcantara. É um tecido que tem um toque e uma textura muito parecida com veludo ou camurça. Costuma ser colocado nos assentos e em algumas partes do interior do habitáculo dos passageiros, dando-lhe um toque de luxo, podendo ser encontrada nos tetos e volante em versões desportivas. A sua base são fibras sintéticas e a temperatura afeta-as um pouco.
Revestimento de napa. É uma mistura de couro e de tecido que se utiliza em veículos de gama média. Tem a característica de suportar muito bem o desgaste, mas dura menos do que o couro. Limpa-se bem, depois de aspirado e de se passar um pano húmido e o preço está entre o do couro e o do tecido.
Revestimento de tecido. É utilizado habitualmente nos veículos familiares. É muito resistente, flexível e elástica, graças às fibras cruzadas. Este tipo de material é muito duradouro e limpa-se facilmente com um pano húmido, depois de aspirar o banco. Este é o revestimento com o custo menor.
Revestimento de microfibra. É um tipo de tecido que se colocava em cadeiras e cadeirões em vivendas e que agora se colocam nos bancos dos veículos, por ter grande variedade de cores e por se limpar facilmente. É uma fibra sintética cuja composição é à base de poliéster e poliamida, tem uma textura muito suave, é resistente e indeformável.
Algumas manchas limpam-se facilmente e não deixam marcas, mas outras podem ficar no revestimento para sempre, de acordo com o material de que são feitas. Dependendo do material do revestimento que tenha escolhido para o seu veículo, irá limpá-lo de uma maneira ou de outra, sendo os seguintes métodos de limpeza.
Limpeza de um revestimento de microfibra
Costumam vir como equipamento de série dos carros, sendo a opção mais económica, mas também a que mais se desgasta com o tempo. Perde a cor e é mais suscetível a manchas. Para limpar estes interiores, primeiro temos que aspirá-los ou soprar com ar comprimido, eliminando cabelos, pelos, migalhas, areia, etc.
Uma vez limpo os elementos sólidos, misturamos água com amoníaco e, com uma escova mole esfregamos por todo o banco, com especial incidência nas manchas. Se a mancha é de refrigerantes, leite, sangue, vómitos, etc., devemos limpar de fora para dentro para evitar que se estendam ao limpar e nunca devemos limpar com água quente.
Se a mancha é de sangue, deverá deitar água oxigenada e deixar repousar uns minutos. Depois, com um pano seco, esfregar do exterior da mancha para o interior, repetindo até que a mancha tenha desaparecido por completo.
Se a mancha for de elementos sólidos como pastilhas, devemos endurece-la com um cubo de gelo ou spray congelante, raspando posteriormente. Também podemos retirar a pastilha com um cotonete empapado em acetona e ir levantando e descolando a pastilha.
No caso de que o sólido seja cera, devemos colocar um papel absorvente em cima da mancha e, com um ferro, aplicar calor, com o qual, ao derreter irá saindo e impregnando-se no papel.
Limpeza de revestimentos de napa
Este tipo de interiores aparenta ser de napa, mas não são e são compostas por material sintético. São fáceis de limpar porque as manchas líquidas não penetram ao ser impermeáveis e duradouras.
Tal como os revestimentos de microfibras, este tipo de material basta ser aspirado ou passado com um trapo húmido para ficar limpo.
Se a napa for escura, não devemos misturar água e amoníaco porque pode degradar a cor ou até a zona onde a vamos aplicar pode ficar descolorada. Prefira usar apenas água e sabão.
Revestimento em couro ou pele
Em primeiro lugar, é preciso escolher um produto específico para limpar revestimentos de couro e aqui não são recomendados desengordurantes nem remédios caseiros. Os produtos específicos e de qualidade contêm lanolina ou glicerina que provocam o amolecimento do couro durante a limpeza.
Também devemos usar uma escova específica para o couro, de preferência de pelos naturais e muito suave, aplicando o produto com este objeto em todas as zonas do banco.
Não temos de esfregar com força, apenas chegar a todas as zonas onde vejamos que há sujidade, sobretudo pregas e cantos. Se a sujidade é abundante, deixe o produto atuar mais tempo, sem deixar secar.
Caso o produto para revestimentos utilizado tenha sabão, bastará 15 segundos, mas se utilizarmos um produto de maior viscosidade, podemos deixá-lo em contacto com a sujidade e a pele mais tempo, removendo com a escova e retirando a sujidade depois com um pano de microfibra seca ou humedecida com água.
Se ainda assim ficar sujidade, podemos repetir o processo. Isto deve ser feito sempre em zonas pequenas para evitar que o produto possa secar. Uma vez finalizado o processo é aconselhado esperarmos uma hora para o que o assento seque por completo.
Depois da limpeza do revestimento de pele, devemos tratar o couro com um amaciador para nutrir e hidratar o material, já que a passagem do tempo faz com que vá perdendo suavidade e elasticidade, produzindo gretas e inclusivamente, se estiver muito seco e desidratado vão aparecer rasgos. Se utilizar um amaciador, deverá ser com base de água para poder atravessar a capa original do couro.
Uma boa limpeza do interior do nosso carro e um bom tratamento dos bancos fará com que durem mais tempo em melhores condições, já que o pó, as bactérias, vírus e ácaros demoram mais para aparecer.