A bateria do nosso veículo é um dos seus elementos mais importantes. É literalmente aquele que lhe dá a faísca para se “mexer”, porque serve para fazer funcionar muitos dos sistemas eletrónicos do nosso automóvel. Sem a bateria, o carro não poderia sequer arrancar. A sua aparente simplicidade e baixo custo faz com que desdenhemos a sua manutenção. Pior, não lhe prestamos sequer atenção nem no momento de ser substituída.
É que não é qualquer bateria que serve para o nosso carro e se erramos podemos ter problemas graves. Assim, este artigo vai elucidá-lo sobre o tipo de bateria que utiliza o seu carro.
Antes de se deslocar a qualquer oficina ou grande superfície para comprar uma bateria, deve comprar uma igual ou com as mesmas caraterísticas daquela que o seu carro utiliza naquele momento. O mais recomendável, como sempre, é consultar a documentação técnica do seu veículo. É um tipo de informação importante que se encontra bem explícito no livro de instruções, logo é importante mantê-lo junto do veículo.
Onde está localizada?
A forma mais fácil de averiguarmos é irmos diretamente à bateria que temos instalada no carro. Vamos encontrá-la, seguramente, debaixo do capô, no compartimento do motor. Todavia, há carros onde esta se encontra na bagageira ou debaixo do banco, por motivos de espaço ou equilíbrio de pesos.
Que informação devo saber sobre a bateria
Quer seja pelo livro de instruções ou pela informação na própria bateria, existe uma série de dados que devemos conhecer para posteriormente podermos comprar a bateria correta.
Intensidade, corrente ou potência de arranque a frio (Amperes ou A)
É a quantidade de corrente que a bateria pode libertar durante um curto período de tempo (geralmente 30 segundos) para arrancar o veículo e os vários sistemas elétricos. Quanto maior for, mais força terá para acionar o motor de arranque. É habitualmente mais elevado em veículos Diesel e de grandes dimensões. O valor situa-se entre os 300A e os 920A.
Capacidade da bateria (Amperes/hora ou Ah)
É a quantidade máxima de energia que a bateria pode armazenar. Quanto maior for a capacidade, mais tempo levará para se descarregar por completo. Os carros Diesel ou com sistema start/stop têm baterias de maior capacidade até porque o motor realiza mais arranques. Terão uma capacudade entre os 40 e os 110 Ah e podemos encontrar o valor impresso em diversos pontos da bateria.
Voltagem (volts ou V)
Indica a quantidade de trabalho que pode ser feito com a capacidade da bateria. Com mais voltagem, mais energia vai ser obtida da corrente. É o valor mais fácil de encontrar, porque é quase sempre de 12V. O valor só será superior (24 ou 48V) no caso de veículos pesados, de grande cilindrada ou com sistemas de microhibridação.
Existem outros detalhes da bateria que devemos rever e anotar antes de a desmontar, com as dimensões, por exemplo, para escolher uma que encaixe no espaço da antiga, e a posição dos bornes, para poder ligá-la rapidamente e de forma fácil.
Problemas provocados por utilização incorreta da bateria
Antes de comprar qualquer bateria nova, devemos ter em conta quais os valores adequados para o nosso carro. Se tiver alguma dúvida, o melhor será recorrer à ajuda de um profissional. Se utilizarmos a bateria incorretamente, podemos provocar graves danos nos vários sistemas do nosso veículo.
Bateria com potência de arranque incorreta
Se colocarmos no veículo uma bateria com menos amperes do que aqueles que são necessários, o pior que pode acontecer é que o nosso carro não arranque, pois não tem energia suficiente. Neste caso, o melhor será não insistir e substituir a bateria.
Pior ideia é utilizar uma com mais amperes do que os necessários. Os veículos mais antigos conseguem suportar esta diferença, mas nos novos o mais comum é que danifiquemos sistemas eletrónicos.
Bateria com capacidade incorreta
Quando compramos um carro em segunda mão, uma prática comum dos vendedores é colocar uma bateria mais barata, logo de capacidade inferior àquela que corresponde. Só daremos conta do erro quando percebermos que alguns sistemas eletrónicos do carro não funcionam, ou que simplesmente ficarmos sem bateria sem motivo aparente
Não teremos problemas se colocarmos um bateria de maior capacidade do que aquela que o nosso carro precisa. É uma opção comum no “mundo” do tunig e entre os aficionados do campismo, para poderem utilizar lâmpadas, equipamentos de som ou similares sem ter o motor ligado.
Bateria com a voltagem incorreta
Como já mencionámos, o mais comum é que o nosso carro utiliza uma bateria de 12V. É muito difícil errar porque as de maior voltagem são consideravelmente mais caras. Mas, se nos enganarmos ainda assim, mais volts vão sobrecarregar o sistema elétrico do nosso carro e com isso podemos causar danos irreparáveis.
Tipos de baterias para o nosso carro
Devemos saber que existem diferentes tecnologias para as baterias. O mais comum é que se o nosso carro tiver motor térmico ou for híbrido, utilize uma de chumbo-ácido. Nesta bateria, a reação do chumbo com os sulfatos produz a corrente elétrica que necessitamos para o arranque do veículo ou para acionar outros sistemas eletrónicos. Dentro desta categoria podemos encontrar diferentes classes que podemos utilizar de acordo com os casos (convém ter sempre a aprovação de um profissional).
Bateria de células húmidas
Chamam-se assim porque as placas de chumbo “nadam” livremente na solução de ácido sulfúrico. São as mais comuns em veículos a gasolina e a gasóleo e ainda as mais simples de manter. Mas, se se descarregarem têm de ser substituídas. São ainda as mais baratas com preços entre os 30 e os 220 euros.
Baterias de cálcio – cálcio convencional
Para evitar a corrosão e por consequência a falha precoce da bateria, os fabricantes substituíram o antimónio das placas pelo elemento Cálcio, em ambas as placas positivas e negativas, mas ainda usando uma caixa de bateria convencional, coberta com tampas com orifícios de respiro dentro. Esta bateria vai ser de manutenção praticamente nula, mas como o hidrogénio durante a carga da bateria é desprendido (electrólise da água), vai portanto escapar através dos buracos nas tampas e irá resultar em perda de água. Tem um ciclo de vida maior do que uma bateria convencional, mas como o processo de calcificação das placas é um processo caro, essa dificuldade reflete-se também no preço ao consumidor final.
Baterías VRLA ou AGM e GEL (Start/Stop)
A sigla VRLA indica que a bateria é selada e possui uma válvula reguladora de escape do gás acumulado (Valve regulated Lead Acid), diminuindo assim a possibilidade de “over charge” da bateria. AGM significa que o ácido da bateria é absorvido por um material vítreo, tornando-a estanque e à prova de derramamentos. Pelas suas características únicas, é normalmente a bateria utilizada pelos fabricantes de automóveis (e por isso a sua bateria original dura mais tempo do que a substitui depois, a não ser que opte por uma VRLA AGM) e indicada para substituição nos veículos com a tecnologia Start&Stop. A bateria de GEL é indicada apenas em casos muito específicos e tem um valor de custo elevado, onde o electrólito é substituído por ácido gelificado, o que permite recargas esporádicas e não continuas (alternador), pode ser montada em qualquer angulo, tem uma excelente capacidade de arranque e muito boa capacidade em manter as suas características. Se estiver numa situação mais complicada, do género do todo-o- terreno e precisa de colocar o seu guincho a trabalhar, vai desejar ter uma bateria destas.
Bateria Selada Cálcio-Cálcio
Tanto as placas positivas e negativas são de cálcio. A caixa da bateria é hermética e a tampa possui uma câmara de recombinação que recolhe o hidrogénio da hidrólise da água recombina-lo de volta para as respectivas células, anulando assim efetivamente o uso da água. Quando o alternador está a funcionar bem, esta é a bateria indicada para a maioria dos automóveis, quando queremos estar descansados em relação à bateria. O único contra acontece quando o alternador sobrecarrega a bateria, podendo danifica-la irreversivelmente.
Bateria Cálcio Híbrida
Porque uma bateria de cálcio/cálcio é um processo extremamente difícil e caro para desenvolver, alguns fabricantes procuraram uma alternativa mais barata e que é a utilização de uma placa positiva convencional e uma placa de cálcio negativo. Também é chamada de bateria livre de manutenção, mas no entanto, não é uma bateria livre de manutenção verdadeira. Como ainda tem presente antimónio na placa positiva, existe na verdade um consumo de água e uma corrosão ligeira. Na evolução, colocam-se placas menores na bateria, aumentando assim o volume de eletrólito. No fundo é como colocar um depósito de combustível maior no seu carro – você vai mais longe, mas vai ficar sem combustível ao final de algum tempo.
Fonte: CirculaSeguro.com