Pontos-negros no mapa de estradas

Jorge Ortolá

31 de Março de 2014

Portugal tem uma rede viária muito completa e diversificada que proporciona aos seus utilizadores diversas possibilidades de circulação nas suas deslocações, sejam elas mais longas ou mais curtas.

É no entanto verdade que nesse mapa de estradas portuguesas, muitas são as vezes em que as vias ao dispor de todos são uma verdadeira utopia, uma vez que nem todos têm a possibilidade de as utilizarem, pois isso acarreta custos elevados para os seus utilizadores.

O surgimento das SCUT

Se já é velho o conhecimento da existência de pontos-negros nesse mapa de estradas que serve o meio rodoviário nacional, e tendo já existido alguma intervenção no sentido de degolar esses mesmos pontos de risco elevado, a verdade é que muito ainda existe por fazer para com eles terminar.

Desde que em Portugal a rede viária de “SCUT” passou a ser suportada pelos seus utilizadores e não pelo Estado português, e com os elevados custos que as mesmas têm na circulação, muitas vezes, em trajectos demasiado curtos, os utilizadores passaram a optar por vias alternativas.

Se estas vias alternativas anteriormente tinham uma qualidade muito reduzida de circulação, com o surgimento das “SCUT” sem custos para os utilizadores, essas vias viram o tráfego, no seu espaço, diminuir consideravelmente. Diminuição essa que foi acompanhada por um abandono de a quem cabe a responsabilidade de as manter em condições de circulação.

As alternativas e os ponto-negros

Quando o Governo de José Sócrates avançou para a introdução de pórticos de cobrança nas “SCUT” com valor exorbitantes, o tráfego deu inicio a um regresso às anteriores vias de circulação onde, em grande parte delas, nunca houve o cuidado de efectuar uma manutenção de melhoramentos ou adaptações, indo de encontro à realidade rodoviária e respectivo parque automóvel.

A acrescentar a tudo isto, surgiram outras situações de acessos em nada na linha da segurança rodoviária e que muitas situações de conflito rodoviário promovem. Um dos lugares onde tal acontece, no Concelho da Figueira da Foz, é na fronteira entre este Concelho e o de Montemor-o-Velho, na saída da auto-estrada 14 para a Estrada Nacional 111, na zona de Santa Eulália.

Existe uma diminuição de velocidade para os 40 km/h para quem abandona a auto-estrada, no entanto poucos são os condutores que a respeitam. A acompanhar tal desrespeito, o local é afectado por uma péssima visibilidade devido não apenas ao declive das vias, mas também à colocação da sinalização e rails de separação de tráfego.

Muitos têm sido os acidentes no local. Mas tal como este, muitos outros existem e que condicionam a segurança rodoviária na rede do mapa de estradas em Portugal. Deveria ser efectuado um novo levantamento de todos os locais de risco elevado e desenvolvidas estratégias dissuasoras que eliminem a sinistralidade. Estratégias essas que vão para lá da simples colocação de sinalização que muitos condutores insistem em não respeitar.