Quanto duram alguns componentes e fluídos do seu carro

Ricardo Carvalho

16 de Setembro de 2020

Os avanços tecnológicos e as novas técnicas de produção aumentaram a longevidade dos componentes auto. Não existe um prazo de validade confirmado e é o desgaste das peças que vai marcando o “passo”. O Circula Seguro diz-lhe quando substituir alguns dos componentes e fluídos mais importantes do seu carro.

Nada num automóvel dura para sempre. Algumas das peças, componentes e fluídos têm de ser substituídos ao longo da sua vida útil ou da vida útil do próprio automóvel. O que carateriza os automóveis modernos comparativamente aos mais antigos é a ausência de riscos nos componentes mecânicos. Há alguns anos, e mesmo que, por exemplo, uma correia da distribuição durasse 60 ou 70 mil km, existiria sempre o risco de ocorrerem falhas mais graves. Atualmente, as anomalias nos componentes quase que desapareceram. A fiabilidade aumentou consideravelmente, mas começou a culpar-se a eletrónica de todos os problemas que acontecem num automóvel, o que, de certa forma, não deixa de ser verdade. Neste artigo vamos dar-lhe a conhecer a longevidade de alguns componentes, peças e produtos do seu carro.

Catalisador
O catalisador que se encarrega de filtrar os gases de escape, amenizando partículas e ruído, tem um prazo de validade entre os 80 e os 100 mil km. O aumento excessivo do consumo pode ser o primeiro sinal de que este componente já teve melhores dias. Todavia, o condutor é avisado por uma luz no painel que algo não está bem com o catalisador.

Bateria
A bateria dura, em média, entre 70 e 120 mil km ou um período entre os 4 e os 5 anos. Quando o motor tem dificuldades em arrancar pode ser um sinal de que a bateria está “nas lonas”. Uma bateria que falha não quer dizer que esteja pronta para ser substituída, principalmente se tiver menos de quatro anos. Pode estar apenas descarregada.

Amortecedores
A duração dos amortecedores não é muito precisa. A sua substituição deverá ocorrer entre os 80 e os 120 mil km, tendo em atenção a utilização do veículo e o tipo de estrada onde circula com maior frequência. Os primeiros sinais de fadiga surgem quando sente o veículo a flutuar na estrada. O aumento das distâncias de travagem é outro sinal de desgaste. Esta perda de eficácia acontece porque o óleo que existe no amortecedor vai desaparecendo progressivamente, por culpa do desgaste da junta de estanquecidade interna.

Lâmpadas
Apesar do fabricante lhes atribuir prazo de validade, é dificil falar em duração de lâmpadas. As convencionais duram perto de 200 horas, as de iodo H4 cerca de 500 horas, enquanto as de xénon poderão durar toda a vida do veiculo. As lâmpadas fundem-se quando menos se espera, não existindo sinais de desgaste. Sempre que mudar uma lâmpada do carro em casa, convém fazer o alinhamento logo em seguida.

Comando do fecho centralizado
O comando do fecho centralizado do seu carro, quase sempre integrado na própria chave, sofre do mesmo mal de um qualquer aparelho a pilhas. Também não existe um período específico, mas se detetar falhas constantes na abertura e fecho de portas, aconselha-se a troca das pilhas. Faça-o num concessionário oficial.

Airbags
Os airbags não têm prazo de validade, mas, segundo alguns manuais de instruções de veículos, o gás que permite deflagrar o airbag tem de ser trocado a cada dez anos. Encher um airbag pode ter um custo avultado, entre os 250 e os 500 euros, dependendo do tamanho do airbag.

Pneus
Não existe um período específico para trocar de pneus, mas, em média, um jogo de quatro pneus durará entre 40 e 50 mil km. Tudo depende do tipo de pneu e do tipo de carro. Não se esqueça que a altura do rasgo do pneu é de 1,6 mm. Tenha sempre a direção alinhada e as rodas equilibradas. Mesmo assim, a duração dos pneus nunca deverá ultrapassar os seis anos. Os pneus têm um prazo de validade.

Extintor
Para os veículos que o utilizam (não é obrigatório nos ligeiros particulares), os extintores têm de ser revistos a cada dois anos a partir da data inscrita num pequeno autocolante colocado no próprio extintor. Se passar o prazo de validade do produto podem acontecer fugas e o mais certo é que este não funcione em condições quando pretender.

Fluídos (travões e refrigeração)
O anti-congelante ou líquido da refrigeração ajuda na refrigeração do motor. Se este não estiver no seu limite ideal, corre-se o risco do motor aquecer. Insista na sua substituição em oficina, pelo menos, de três em três anos.
Já o fluído dos travões é vital no bom desempenho do sistema de travagem. Faça um teste numa oficina. Se tiver mais de 3% de humidade (percentagem de água misturada), arrisca-se a uma falha no sistema de travagem. Troque-o a cada dois anos.

Óleo do motor
Os intervalos de mudança de óleo são tão otimistas como os consumos médios anunciados: são oficiais, mas ninguém os consegue atingir. Apesar de ser possível cumprir 20 ou 30 mil quilómetros com o mesmo óleo de motor as consequências podem ser graves, mesmo quando não é imediatamente sentido, em especial nos carros a gasóleo com filtro de partículas. Sempre que há mistura de gasóleo no óleo, muito comum nas regenerações interrompidas, isso significa uma deterioração do óleo, independentemente do número de quilómetros. Esta deterioração é ainda mais potenciada com óleos de baixa qualidade.

3 conselhos simples:

– Controlar a vareta do óleo e se quando a retira cheirar a gasóleo deve fazer uma mudança de óleo imediata
– Se o nível do óleo estiver acima do recomendado, quer dizer que já tem gasóleo e deve mudar imediatamente o óleo
– Quem circula maioritariamente em cidade deve contar com intervalos de metade do preconizado pelo fabricante. Se o anunciado é 30 000 mude o óleo, em média, a cada 15 000 km.

Fonte: Varta