Os principais problemas que enfrentam os recém-encartados?

Ricardo Carvalho

12 de Novembro de 2020

A falta de experiência e automatismos nos condutores recém-encartados traduz-se em perigo para a circulação rodoviária.


Não é um momento fácil para ninguém. Depois de tirar a carta de condução, chega o momento de entrar no carro e sem a presença do instrutor e dos seus pedais de emergência… seguir viagem. Estão agora sozinhos perante o perigo, e é precisamente nessa altura que surgem muitas dúvidas, inquietações e nervos que são precisos superar. As primeira vezes não são fáceis. Assim, aqui ficam os principais problemas que encontrar e os erros que comete um recém-encartada ao volante.

Troca de carro

Custa a todos os condutores mudar de carro, sobretudo quando estão acostumados a conduzir o mesmo há vários meses ou anos. É preciso “aprender” as medidas, tomar novas referências, novas reações, a dureza dos pedais, a disposição dos comandos no tablier… todos estes problemas se agigantam quando só conduzimos um carro toda a vida, o da escola de condução, e é preciso aprender tudo sozinho e sem ter grandes referências.

É assim quando os pedais são mais duros ou mais macios do que aquilo que esperavamos. Aparecem os esticões e o carro vai-se abaixo com frequência. É preciso ter paciência. O tempo de adaptação ao carro novo é necessário para todos nós.

É preciso reaprender a estacionar

Ainda que possa ser um exagero, é uma realidade para muitos, pois ao aprender a estacionar com o carro da escola de condução, é precisamente essas medidas de referência que guardamos. As mesmas referências mudam com um carro novo. Assim é preciso voltar a ter referências e aprender as medidas do carro novo, dos retrovisores e dos pára-choques.

Alterações de luminosidade

A maioria das vezes aprendemos a conduzir com as mesmas condições: à mesma hora do dia e na mesma estação do ano. Claro que se aprende a conduzir e se passa no exame, mas não nos ensina a responder a todas as situações que vamos encontrar na estrada quando as comdições mudarem.
Assim, são muitos os que se esquecem de acender as luzes quando se circula de noite e se cruzam com outro veículo e há ainda os que ficam nervosos e sem reação quando começa a chover. É preciso saber responder e enfrentar a calçada húmida, as poças de água e a menor visibilidade pela quantidade de gotas no vidro e porque estes ficam embaciados.

Distrações

Há condutores que são mais propensos a distrações ao volante. São peritos a desviar o olhar e acabam por virar o volante ou esquecem-se de algumas obrigações que a condução exige quando estão a falar com outras pessoas… alguns até a trocar de relações de caixa. Este tipo de condutores também tem mais tendência para utilizar o smartphone, que é proibido, ou a manejar o ecrã central quando o veículo está em movimento.

Manutenção

O tema da mecânica na escola de condução é “curto e grosso”, pelo que é pouco aprofundado e esquecemo-nos dele rapidamente. Outro simplesmente aprendem com os erros cometidos e tentam não repeti-los no futuro. É precisamente aqui onde acontece a falta de atenção com os níveis dos líquidos (óleo, refrigerante, limpa pára-brisas), com o estado dos pneus e pressões ou com o estado da bateria.

Problemas de confiança

Até agora só analisamos a falta de confiança dos condutores recém-encartados quando precisam de enfrentar o duro momento de conduzirem sozinhos. Estes condutores vão normalmente mais devagar do que deveriam, circulam pela faixa central quando o deviam fazer pelo lado direito, vão demorar mais tempo a tomar decisões e é possível que cometam mais irregularidades, como fazer marcha-atrás numa estrada porque ficaram com medo de avançar ou perderem-se sem saberem regressar ao mesmo ponto.
Mas também podemos encontrar o caso inverso, aqueles que com a carta no bolso se acham os reis da estrada. São estes que não mantêm a distância de segurança, esquecem-se do cumprimento das regras de trânsito e não respeitam o resto dos utilizadores da estrada. . Acham que sabem conduzir e acreditam que dominam tudo na perfeição.
Na verdade são um perigo, pois o seu excesso de confiança faz com que possam ter um acidente a qualquer momento. Não sabem reagir a muitas situações de perigo que se deparam na estrada.

Fotos: Pixabay