Quantos tipos de sondas lambdas existem?

Ricardo Carvalho

9 de Novembro de 2020

Atualmente, as normas antipoluição estão cada vez mais restritivas e obrigam os construtores de veículos a incorporar sistemas que reduzem as emissões, utilizando sensores capazes de medir a quantidade de gases que saem pelo tubo de escape.


A norma Euro nasceu em 1988, mas no ano de 1992 quando se tornou mais restritiva, obrigou a reduzir as emissões através de medidas específicas como a incorporação de catalisadores, a eliminação do chumbo dos combustíveis, a redução de cilindradas, o aumento do número de relações nas caixas de velocidades e a montagem de sensores e sondas para analisar os gases de escape e cuja finalidade não é outra que não reduzir o regime do motor e assim baixar os consumos e a contaminação.
A sonda lambda ou sensor de oxigénio, tem a missão de medir a concentração de oxigénio nos gases de escape, para que o motor adapte a mistura ar-combustível, conseguindo com isto que a combustão interna do motor seja a correta, fazendo com que se reduza o consumo e, consequentemente, as emissões de gases poluentes.
Desde a primeira sonda lambda até às atuais, os avanços tecnológicos foram enormes. Atualmente, podemos encontrar no mercado e nos motores as seguintes sondas lambdas:

Sonda Lambda de Zircónio

É uma sonda lambda das mais utilizadas, o elementos ativo que incorpora é de cerâmica de óxido de zircónio, coberta internamente e externamente por capaz de platino, cumprindo a função de eletrodo.
O eletrodo do interior está em contacto constante com o oxigénio que há na atmosfera e o eletrodo exterior está em contacto com os gases de escape.
Para que a sonda lambda comece a funcionar precisa de uma temperatura mínima de 300ºC.
A esta temperatura, a cerâmica interior converte-se numa bateria cuja tensão vai depender da diferença de oxigénio entre ambos os eletrodos, gerando um sinal que recebe a unidade de controlo.
Quando a concentração de oxigénio nos gases de escape é baixa ou alta, a unidade de controlo receberá diferentes sinais para ajustar a mistura para a combustão.

Convém destacar que este tipo de sonda lambda pode ter incorporada um aquecedor para que atinja o mais rápido possível a temperatura de funcionamento com o motor frio.
Como aquecedor utiliza uma resistência denominada PTC (a sua resistência aumenta à medida que vai aumentando a temperatura). PTC = mas calor, mais resistência.
Este tipo de sonda lambda pode incorporar três cabos, sendo que dois são para a alimentação da resistência aquecedora e o terceiro, que é por onde sai o sinal até à unidade. A massa recolhe o sinal do tudo de escape por um dos cabos está enroscado nele.
Também existem com quatro cabos, dos quais dois são de alimentação da resistência de aquecimento e outros dois de saída do sinal até à unidade de controlo
De acordo com o modelo, podem ter uma malha de isolamento nos cabos de tensão para minimizar qual quer tipo de interferência elétrica.

Sonda Lambda de Titânio

É produzida em óxido de titânio que está inserido no suporte cerâmico aquecido, cuja variação de resistência interna depende da quantidade de oxigénio que existe nos gases de escape uma vez que foi aquecido com a resistência durante 15 segundos.
Esta sonda lambda não envia tensão, varia apenas a resistência interna, nem sequer precisa de referência de oxigénio ambiente ou atmosférico, sendo mais frágil e é menos precisa que a de zircónio. Se não há oxigénio nos gases de escape, vai ter uma resistência inferior a 1000 ohms.
A presença de oxigénio nos gases de escape significa que a mistura é pobre e vai dar uma resistencia muito maior, sendo a alteração muito brusca e menos precisa.

Sensor universal de oxigénio de relação ar/combustível

É um sensor aquecido que gera tensão e que é recebida pela unidade de controlo. É também conhecido por sensor LAF (Lean Air Fuel Sensor) ou sensor de relação ar/combustível pobre.
Carateriza-se pelo facto de não ter variações bruscas de tensão e a saída da tensão é proporcional à quantidade de oxigénio que existe nos gases de escape.
Este tipo de sonda lambda controla de uma forma mais precisa a mistura, reagindo mais rapida e eficazmente de acordo com a aceleração.
É formado por um sensor de tensão e outro de injeção de oxigénio separados por uma câmara fechada e isolada do oxigénio da atmosfera. Utiliza cinco cabos, dois quais dois são para o aquecimento interior, outro por onde recebe tensão do sensor de tensão, outro para fornecer tensão ao injetor de oxigénio e o último para aplicar tensão de referência à câmara que separa ambos os sensores.
O sensor de tensão é aquele que está em contacto contínuo com os gases de escape, e a sua parte interna está em contacto com a câmara que os separa. O sensor de injeção de oxigénio está ligado à câmara que isola os dois e o eletrodo interno deste injetor está em contacto com a atmosfera.
A unidade de controlo gere a tensão do sensor de tensão, que funciona como uma sonda lambda de zircónio e compara a diferença de oxigénio dos gases de escape e a câmara de difusão, mantendo a tensão correta.
Independentemente do sistema de sonda lambda que o veículo utiliza, consegue-se que as emissões de gases poluentes sejam menores, cumprindo com a restrita norma Euro.

Fonte: Oficinas