Cidades que se adiantam ao futuro

Ines Carmo

22 February, 2018


O urbanismo sustentável e a cooperação entre países para encontrar regras para as cidades é cada vez mais importante. Os problemas de circulação nos grandes centros urbanos, a importância de cuidar o meio ambiente nestes locais e a necessidade de melhorar a segurança nas estradas são temas que não podem ficar esquecidos. Por isso, neste artigo do Circula Seguro, passamos em revista algumas cidades que podem ser exemplos para o resto do mundo.

Madrid: guerra limpa contra a poluição

A capital espanhola fez da luta contra a poluição a sua bandeira para levar a cabo todos os seus projetos de mobilidade sustentável, que passam pelo fomento da mobilidade ativa, o veículo elétrico ou a criação de zonas exclusivas para peões em espaços emblemáticos.

Assim, Madrid aprovou uma série de medidas complementaram aos famosos protocolos antipoluição que está a levar a efeito atualmente e que vão incluir, de forma gradual, a restrição de veículos no centro de forma permanente, a limitação de velocidade a 70km/h na M-30 ou a proibição total dos veículos mais poluentes.

Amesterdão: capital «zero emissões»

Ainda que exista um plano europeu de fomento da mobilidade elétrica e já sejam muitas as cidades que estão a tirar os veículos de combustão das suas estradas, Amesterdão é a que se presume ser mais exigente, tendo um plano próprio que antecipa as normativas comunitárias. O objetivo é ser a primeira capital «zero emissões» em 2025.


Las Palmas de Gran Canária: mobilidade multimodal

A cidade insular, longe de querer erradicar o carro particular, aposta no seu plano de mobilidade na mobilidade multimodal. O plano contempla a implantação de grandes zonas de estacionamento à entrada das zonas mais congestionadas, para que os condutores optem por se mover ali em transportes públicos ou a pé.

Santander: a primeira «smart city» de Espanha?

A capital da Cantábria chegou a ser uma das primeiras «Smart City» da Europa graças à sua participação, em 2009, num projeto que instalaria 12 mil sensores por toda a cidade. Estes sensores serviram para ações como controlar os níveis de poluição da mesma, controlar os fluxos de tráfico ou implantar um sistema pioneiro de busca de estacionamento graças a sensores ferromagnéticos colocados nos lugares de estacionamento.

Barcelona: aposta nas supermaçãs

Barcelona é dada como exemplo de modelo de planificação urbana com o seu conhecido desenho de grelha ortogonal contínua com «maçãs» de diagonais cortadas. A última medida tomada na luta contra a poluição e congestionamento foi a aposta nas «supermaçãs» ou «super ilhas» Trata-se de conjuntos de vários quarteirões em cujas estradas interiores se reduz o trânsito ao mínimo indispensável e se promove a circulação de peões a mobilidade sustentável.

Buenos Aires: transporte público para estudantes

A capital argentina tem, desde 2007, vindo a pôr «toda a carne no assador» a favor da segurança rodoviária e da mobilidade sustentável. Além de fomentar o uso da bicicleta e da mobilidade dos peões, lançou também o programa “Entra e Sai” que promove o transporte público escolar em detrimento dos pais levarem os filhos à escola em carro particular.

Munique e Berlim: ligadas pelo carro elétrico

Ambas as cidades alemãs destacaram sempre a promoção do carro elétrico, criando muitos pontos públicos de carregamento. Mas estas destacam-se, sobretudo, por serem as primeiras cidades europeias a implantar uma ponte de estações de carregamento ente elas, de forma a que qualquer pessoa possa viajar de uma cidade à outra em carro elétrico, sem medo de ficar sem autonomia.

Múrcia: prémio de mobilidade

Múrcia ganhou, em 2015, o Mobility Week Award da União Europeia pelos esforços nos vários meios de transporte (carros, autocarros, ciclistas e peões) para que possam coexistir sem pôr em perigo os seus utilizadores. Simples, mas eficazes medidas intermodais como porta-bicicletas nos autocarros, faixas para veículos e ciclistas ou vias com preferência para os peões caracterizam o plano de mobilidade desta cidade.


Tallin: transporte público gratuito

A capital da Estónia sempre demonstrou um compromisso com o meio ambiente, salpicando todo o seu entorno urbano de árvores e zonas verdes. Esta cidade do Báltico destaca-se por ser a primeira que oferece um sistema de transporte público gratuito. Em troca, os cidadãos apenas têm que registar-se na cidade e pagar dois euros.

Valladolid: Farol do transporte sustentável

A velha cidade foi catalogada juntamente com Nottingham (Reino Unido) e Tepebasi (Turquia), como Cidade Farol do Remourban, o projeto programa europeu Horzonte 2020, que desenvolve modelos de regeneração urbana sustentável em todo o continente. Valladolid foi merecedora desta distinção por, entre outras coisas, a sua aposta pelo transporte sustentável, com autocarros urbanos e veículos de distribuição de Correios cem por cento elétricos.

Medellín: a mobilidade como arma contra a violência

A tristemente famosa cidade colombiana está a beneficiar da mobilidade sustentável. O metro e sobretudo o sistema de transporte público por teleférico (com mais de 40 mil utilizadores diários) serviu para diminuir o número de agressões em cerca de 79%.

Singapura: melhorar as vias rápidas

Este estado do sudeste asiático já destacava o sistema de vias que o seu governo implantou na década de 50 para ligar a capital ao resto das urbes e ilhas que compreendem o seu território. Mas com o crescimento das cidades, muitas destas vias foram absorvidas e converteram-se num grave problema de poluição, mobilidade e segurança rodoviária. Por isso, no ano passado o governo apresentou um plano ambicioso para estender túneis pelas cidades, pelos quais os carros e autocarros de longa distância passariam, deixando os transportes lentos e menos poluentes nos caminhos à superfície.

Imagens | Unplash/Atlantic City | Pixabay/Sferrario1968 | Unplash/Québec

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