Nova homenagem aos profissionais de saúde. E não é por causa da COVID-19

Miguel Alves

11 de Dezembro de 2020

ONU homenageia esforços das equipas de emergência e profissionais de saúde que lidam diariamente com as consequências trágicas de acidentes de viação.

Numa altura em que os profissionais de saúde estão no topo das atenções do mundo por estarem na linha da frente no combate à COVID-19, a Organização das Nações Unidas (ONU) quis homenagear este ano no Dia Mundial em Memória das Vítimas do Acidentes Rodoviários, que se celebrou em novembro, os esforços dedicados das equipas de emergência, policiais, bombeiros, médicos que lidam diariamente com as consequências trágicas e traumáticas de acidentes de viação.

Desta forma, a ONU quis recordar e dar importância a um leque de profissionais alargado, de cujo trabalho depende a vida de milhares de pessoas, na medida em que é responsável pela assistência, cuidados e socorro desde o primeiro segundo a todas as vítimas de acidentes de viação, tendo a missão exigente e dura de tentar salvar, por vezes em contra-relógio, pessoas e transportar acidentados e doentes urgentes.

1,35 milhão de pessoas a morrer em acidentes de viação a cada ano

No contexto do Dia Mundial em Memória das Vítimas do Acidentes Rodoviários, quando nos preparamos para entrar numa nova Década de Ação para a Segurança Rodoviária 2020-2021, a ONU salienta que ainda há 1,35 milhão de pessoas a morrer em acidentes de viação a cada ano e 50 milhões de pessoas ficam gravemente feridas.

A nível mundial, as Nações Unidas indicam ainda o elevado peso que nas estatísticas de mortes rodoviárias têm os utilizadores vulneráveis das estradas, salientando também que 90% das mortes e ferimentos graves nas estradas do globo ocorrem em países de rendimentos médios e baixos.

O Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes Rodoviários (WDR) é comemorado no terceiro domingo de novembro de cada ano.

O Fundo das Nações Unidas para a Segurança Rodoviária (UN Road Safety Fund – UNRSF) apela para a importância de se aumentar a consciencialização sobre os riscos rodoviários e para a necessidade de se investir em serviços pós-acidente de qualidade.

A ONU lembra, igual modo, que os acidentes de viação são atualmente a principal causa de morte de crianças e jovens entre os 5 e os 29 anos, registando os países da África subsariana o maior número destas mortes.

Olga Algayerova, Secretária Executiva da UNECE (United Nations Economic Commission for Europe), sublinha que temos de garantir que “todos, em qualquer lugar, possam desfrutar de uma mobilidade segura como um imperativo dos direitos humanos”.

O Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, expressa a sua preocupação com os sobreviventes de sinistros rodoviários que “enfrentam a perspectiva de consequências duradouras do trauma físico e psicológico que sofreram”.

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