Os atropelamentos mataram 1500 pessoas em Portugal, numa década. Exige-se que condutores e peões sejam mais conscientes na estrada.
Os atropelamentos são uma das faces da elevada mortalidade rodoviária que continua a verificar-se, tendo motivado recentemente uma campanha de sensibilização para condutores e peões.
A campanha deu pelo nome de “Não atropele os seus planos”, sendo da responsabilidade da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), da Guarda Nacional Republicana (GNR) e da Polícia de Segurança Pública (PSP), tendo decorrido nos dias 24 e 25 de novembro.
O objetivo era alertar condutores e peões para a importância de cumprirem as regras de segurança rodoviária e de redobrarem cuidados na estrada, garantindo uma coexistência segura, sem atropelamentos.
E os números das estatísticas dão realmente que pensar, na medida em que, em Portugal, entre 2010 e 2019 morreram mais de 1500 pessoas vítimas de atropelamento.
Infrações potenciadoras de atropelamentos
Aliás, durante as operações das Forças de Segurança, integradas no âmbito desta campanha, foram fiscalizados 10.783 veículos, tendo sido registado um total de 4.120 infrações, das quais 1.394 consideradas como potenciadoras de atropelamentos:
- 19 por desrespeito das regras de prioridade;
- 24 por não cedência de passagem aos peões;
- 236 por estacionamento indevido;
- e 1.115 por excesso de velocidade, sendo estas infrações consideradas como potenciadoras de atropelamentos.
Do lado dos condutores
Do lado dos condutores, um dos aspetos que a campanha procurou sensibilizar foi para a contenção da velocidade, pois a probabilidade de um peão morrer vítima de atropelamento é de 10% se o condutor circular a 30 km/h, aumentando mais de 8 vezes (80%) se a velocidade for de 50 km/h.
Do lado dos peões
Por seu lado, do lado dos peões, uma das ideias-chave trasnsmitidas foi a de que, enquanto pedestres todos devemos fazer a nossa parte, nomeadamente: atravessar nas passadeiras, respeitar a sinalização, não utilizar dispositivos que distraiam, como por exemplo auscultadores ou telemóvel.
Dados de janeiro a outubro
Segundo dados da ANSR, nos primeiros dez meses do ano, registaram-se 21.337 acidentes com vítimas no Continente, dos quais resultaram 336 óbitos ocorridos no local do acidente ou durante o transporte até à unidade de saúde, 1.518 feridos graves e 25.031 feridos leves.
Dos valores neste período de janeiro a outubro de 2020, relativamente à categoria de utente, 67,6% do total de vítimas mortais eram condutores, 15,2% passageiros e 17,3% peões.
São números que devem-nos levar a refletir e a agir de forma prudente no trânsito. Quer como condutores, quer como peões.