O que é um espelho retrovisor eletrocromático ou anti-encandeamento?

Ines Carmo

29 de Setembro de 2020

Atualmente os fabricantes de veículos investem muito dinheiro a incorporar sistemas novos de segurança ativa e passiva. Tudo isto traduz-se numa condução segura para o condutor e ocupantes do veículo, assim como para os restantes utilizadores da estrada e peões.

Os espelhos retrovisores evoluíram constantemente, uma vez que são um elemento crucial para a condução. Permitem-nos ver o ambiente em redor e ao resto dos veículos que circulam atrás de nós.

O que não evoluiu foi a forma de os regularmos, que continua a ser manual. Vendo a evolução do mundo automóvel, chegará um dia em que a sua regulação será eletrónica ou simplesmente o espelho retrovisor desaparecerá e funcionará tudo através de câmaras.

Até não há muito tempo, a regulação do espelho retrovisor interior para evitar o encandeamento do condutor era feita manualmente, sendo algo simples, mas eficaz. Atualmente, os veículos de gama baixa continuam a incorporar este sistema simples que, através de uma patilha, orienta os raios de luz de forma diferente e assim evita que nos encandeemos. Pois, a evolução deste sistema derivou nos denominados retrovisores electrocrómicos, fotossensíveis ou anti encandeamento.

Este sistema faz com que o condutor não tenha de mexer no retrovisor para evita ser encandeado, pois é o próprio espelho que escurece automaticamente. Aparentemente são retrovisores normais, mais incorporam um LED, ou uma luz que se encarrega de indicar quando é que o seu funcionamento está ativado, podendo ativar-se ou desativar-se através do botão incorporado.

Como é o retrovisor eletrocromático?

Interiormente incorpora um vidro multicapa que, ao receber corrente elétrica, muda a opacidade, tornando-se menos transparente e escurecendo, uma tecnologia que também se utiliza nos tetos solares de alguns veículos e em aviação.

Estes espelhos são formados por várias capas: uma primeira capa superficial composta de vidro atrás da qual há outras quatro capas, nas quais se produz a reação eletroquímica. Uma capa composta de viológeno, que faz com que o vidro escureça mais depressa, outra capa serve de armazenamento de iões, uma terceira que se encarrega de conduzir a energia e por último, está a capa feita de metal refletor.

O espelho retrovisor não escurece sempre igual e o seu grau de escurecimento vai depender da luz que chegue aos sensores. Toda a informação chega a um microprocessador que se encarrega de aplicar a corrente elétrica necessária. Em função da corrente elétrica que lhe é aplicada, escurece mais ou menos, ficando mais escuro quanto maior seja a corrente elétrica que o microprocessador lhe envia, quer dizer, quanto maior for a corrente elétrica, maior a opacidade, ou maior o escurecimento.

retrovisor

Dependendo do modelo, o espelho pode tardar mais ou menos tempo a escurecer, mas são sempre poucos segundos, e entre 8 a 10 segundos a aclarar. Para que o espelho volte à sua posição natura, aplica-se-lhe a mesma corrente elétrica, mas em sentido contrário e quem o faz também é o microprocessador. A tensão de funcionamento é muito baixa, em volta de 3V como máximo, traduzindo-se num consumo de energia muito baixo.

Em veículos de gama superior este sistema anti encandeamento ou fotossensível é incorporado nos espelhos retrovisores exteriores, sendo o seu funcionamento igual ao do retrovisor interior. Estes espelhos retrovisores são mais caros do que os convencionais pela tecnologia que incluem (sensores e microprocessador

É um sistema que evita que o condutor seja encandeado e evita um possível acidente face a esta situação em que a visão se pode perder momentaneamente e ter consequências fatais.

Foto: Honda